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Muricy usa "arquivo pessoal" para confortar Pato na reserva
Pelo segundo jogo seguido desde o retorno do Campeonato Brasileiro, Alexandre Pato foi reserva no São Paulo. Mesmo sem o lesionado Luís Fabiano e com Kaká ainda aprimorando a forma física, o atacante viu o quarteto ofensivo tricolor ser formado por Ganso, Ademílson, Osvaldo e Alan Kardec. E após a derrota por 1 a 0 para a Chapecoense, na qual Pato jogou somente 15 minutos, o técnico Muricy Ramalho disse que tem usado da própria experiência como jogador para tranquilizar o camisa 11.
Nos tempos de jogador na década de 1970, Muricy chegou a frequentar a reserva do São Paulo com o técnico Rubens Minelli, mesmo sendo ídolo do time tricolor. O hoje treinador afirmou que nunca contestou seu comandante sobre a decisão, e que Pato também entende que a única maneira de voltar ao time titular é dando duro nos treinamentos.
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"A gente tem que pensar muito no jogador, e tem o arquivo antigo para isso, que é o que se passou com a gente. Não só no futebol, na vida pessoal. Eu tinha uma liberdade muito grande com o senhor Minelli. Às vezes entrava o Neca, o Armando no meu lugar, e ele ficava até constrangido, porque eu era um ídolo. Mas o Armando estava muito bem e era muito meu amigo. Ele (Minelli) me dizia que ia mexer e eu dizia: 'não tem problema, pode ficar tranquilo'", lembrou Muricy, citando em seguida o caso de Pato.
"O técnico faz porque acha que é bom para o time. Ele quer dar prioridade para o jogador jogar na posição dele mesmo. Ele (Pato) do lado do campo tem dificuldade, já tentei isso, ele tem que entender. É um jogador inteligente, experiente, e sabe que tem que continuar trabalhando, que é a única chance dele entrar no time. É mostrando nos treinamentos e quando tem uma oportunidade como teve hoje (sábado)", disse o treinador.
No esquema atual do São Paulo, Muricy dá preferência a jogar com dois atacantes abertos, Osvaldo e Ademílson, que têm responsabilidades defensivas: precisam marcar os laterais dos adversários, muitas vezes voltando até a defesa. Em seus primeiros jogos no time tricolor, Pato foi utilizado centralizado, jogando próximo ao centroavante, mas hoje não há espaço para ele com Ganso e Alan Kardec (ou Luís Fabiano) titulares absolutos.
"A gente joga com homem aberto e já utilizei ele (Pato) ali, ele sente muita dificuldade. Ele não tem característica de acompanhar o lateral. É só por isso mesmo. É um jogador que continua igual, treinando forte, disciplinado, é bom para o ambiente. É opção tática mesmo", afirmou Muricy, descartando qualquer problema de comportamento do atacante, que está emprestado pelo Corinthians.
