"Muricybol" já traz alívio ao São Paulo com bola aérea e poder de fogo
A primeira semana de Muricy Ramalho e os seis pontos conquistados em dois jogos contra Ponte Preta e agora Vasco anestesiaram a crise do São Paulo. Estacionado na zona de rebaixamento desde o fim de julho, passou para a 16ª posição graças a vitórias que já evidenciaram o "Muricybol". Trata-se do termo que se popularizou para definir características muito peculiares do trabalho do treinador em seus últimos clubes.
Em 19 partidas disputadas anteriormente, o São Paulo só havia marcado dois gols via bola aérea. Apenas em seu segundo jogo, Muricy já igualou esse número com os gols de Rodrigo Caio e Antônio Carlos. Coincidência ou não, uma de suas medidas foi aumentar a estatura média do time. Maicon, o mais alto dos volantes, não atuava com Paulo Autuori. Em São Januário, Paulo Miranda foi lateral direito junto de Toloi, Antônio Carlos e Reinaldo.
Os dados do Footstats indicam que a maior evolução do São Paulo de Paulo Autuori para Muricy foi em finalizações. A média com o último treinador era de 3,91 por jogo e com o atual já chegou a seis conclusões por jogo. Em relação a número de passes, desarmes e faltas cometidas a média do antecessor se manteve com Muricy.
O lema "bola para o mato" que o jogo é de campeonato, porém, se aplica com o novo treinador. O número de bolas rebatidas cresceu significativamente, de 30 com Autuori para 35 a cada partida. O São Paulo também recorre mais à bola longa, um traço marcante do trabalho de Muricy. Os lançamentos, que eram 44 por jogo, hoje são 48.
Depois de apenas dois jogos desde a troca de comando, ainda é difícil tirar conclusões definitivas, especialmente em relação aos cruzamentos. As partidas contra Ponte Preta e Vasco apresentaram situações diferentes, mas especialmente na primeira a bola aérea foi uma alternativa insistente do São Paulo. Foram 21 cruzamentos, seis acima da média com Autuori. Já contra o Vasco, apenas nove. Dois deles foram suficientes para garantir a vitória.