Ney elogia goleiro rival e diz: "Não sou eu o problema"

Tossiro Neto

5 jun 2013 - 23h23

(atualizado em 6/6/2013 às 00h15)

Os gritos por Muricy Ramalho durante a derrota para o Goiás, segundo Ney Franco, não vão afetar seu trabalho. O atual treinador do São Paulo, que destacou a atuação do goleiro adversário como um dos motivos do resultado negativo no Morumbi, minimizou o pedido da torcida pelo retorno do tricampeão brasileiro e defendeu sua continuidade no cargo.

"Por causa do gol logo no primeiro minuto, a equipe ficou muito nervosa no primeiro tempo. O Renan fez boas defesas também, e a gente não teve competência para fazer o gol. No segundo tempo, criamos algumas situações, mas o Renan teve mais competência", avaliou, antes de se dizer capaz de seguir à frente da equipe."Se sentir que estou impedindo o sucesso do time, sou o primeiro a pedir o boné, não quero atrapalhar. Mas acho que treinador não é o problema. É uma opinião minha. Quando há insucessos, é um pouco de cada coisa. Agora, o cargo é do clube. Tenho firmeza de continuar no cargo, mas não sou eu que tomo a decisão", disse.

Ninguém da cúpula de futebol apareceu para comentar o protesto dos torcedores. O único dirigente que deu as caras foi o vice-presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que evitou fazer juízos de valor a respeito do trabalho de Ney Franco justamente por não estar mais ligado diretamente ao departamento.

Apesar de somente o treinador ter advogado a seu favor, aparentemente os diretores sustentam o respaldo prometido ao longo da Libertadores, quando prometeram mantê-lo até o fim de seu contrato, em dezembro.

"Pelo vestiário pós-jogo, está tudo na mesma situação. Foi o mesmo clima dos outros jogos, tanto em vitória quanto em derrota. É dessa forma que vou me apresentar amanhã à tarde para trabalhar", contou Ney Franco, reforçando sua despreocupação com o assunto.

"Não vou ficar com ouvido em parede escutando definições, opiniões de quem está próximo do poder. Meu trabalho é estar próximo dos jogadores e reverter essa situação", concluiu.