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"Caçula e fujão", 6º Lucas do São Paulo gerou guerra de bastidores

20 jan 2011 - 14h11
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Dassler Marques

Na mesma escala que produz bons jogadores, o São Paulo também faz bons jogadores chamados Lucas. Vamos lá: o principal é Lucas Marcelinho, titular da Seleção Sub-20. Da mesma geração vem Lucas Gaúcho, artilheiro da última Copa São Paulo. Na atual edição do torneio, despontou o lateral direito Lucas Mendes, que encantou Paulo César Carpegiani durante uma visita a Cotia. Não perca a conta, tem mais: Lucas Piazon, a maior esperança da base do clube, e Lucas Farias, ambos membros da Seleção Brasileira Sub-17. Acabou, certo? Não. Errado!

Lucas Evangelista, 15 anos, é uma das principais esperanças do Desportivo Brasil, clube da Traffic, em realizar grandes negócios em médio prazo. Por trás de sua curta história no futebol está uma passagem pelo próprio São Paulo, de onde desapareceu para jogar no Desportivo. "Eles ofereceram muito dinheiro ao jogador e a gente não paga isso para um garoto dessa idade", afirmou ao Terra, em anonimato, um dirigente importante da base são-paulina.

O caçula da Copa São Paulo

A grande evolução de Lucas Evangelista ocorreu em 2010: foi nesse ano que, a serviço do Desportivo Brasil, brilhou em algumas das principais competições de futebol infantil: Taça Votorantim, etapa nacional da Copa Nike e Campeonato Paulista Sub-15. O desempenho foi tão bom que a comissão técnica do clube resolveu tomar uma atitude ousada: inscrevê-lo na Copa São Paulo, mesmo que enfrentasse jogadores três anos mais velhos.

Contra o Santo André, pela primeira fase da competição, Lucas Evangelista fez história. Entrou no segundo tempo da vitória de sua equipe, que já está entre as oito melhores da Copa São Paulo. A imensidão de times no torneio - 92 no total - dificulta a informação, mas é bastante provável que Lucas seja o único atleta nascido em 1995 a entrar em campo na edição 2011.

A disputa ferrenha por Lucas Evangelista

Proibido pelo Desportivo Brasil de dar entrevistas, Lucas ilustra o temor que os clubes têm de perder atletas com menos de 16 anos - idade mínima para que seja assinado o contrato profissional que vincula o jogador a uma equipe. Até mesmo o Desportivo se nega a comentar qualquer coisa que envolva o ex-são-paulino. "Em março, ele assina com a gente e vamos dar uma entrevista coletiva", diz Rodolfo Canavesi, diretor do time da Traffic.

Nem ele e nem o treinador Osmar Loss quiseram comentar sobre Lucas Evangelista, cuja saída do São Paulo causou mal estar do clube com a direção do Desportivo Brasil. "Ele vinha até Cotia, uma vez por semana, treinar com uma turma de Limeira. Foi monitorado por dois anos. O Desportivo levou para o time Sub-14 e fez um contrato de formação. Avisamos que o jogador era monitorado, mas não se importaram e continuaram com ele", acusa o diretor da base são-paulina.

No início de 2010, Lucas Evangelista retornou ao São Paulo, ficou treinando por duas semanas, mas deixou o clube novamente. "Ele foi seduzido por uma oferta de dinheiro alto. Nós não fizemos investidas pois o dinheiro era realmente alto", acusa um diretor são-paulino. "A toda hora, eles também tentam roubar jogador nosso", devolve Rodolfo Canavesi. "Utilizar um jogador sem contrato na Copa São Paulo foi um risco que assumimos", admite.

Volante de muita força física, Lucas Evangelista precisará provar, nos próximos anos, que vai vencendo no futebol também porque tem técnica. Quem já lhe viu em ação diz que é ambidestro e chuta muito bem de longa distância. Ao menos uma briga entre dois gigantes do Brasil ele já conseguiu provocar em 15 anos de vida.

Lucas Evangelista, do Desportivo Brasil, se aquece contra a Ponte Preta
Lucas Evangelista, do Desportivo Brasil, se aquece contra a Ponte Preta
Foto: Roberto Vazquez / Futura Press
Fonte: Redação Terra
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