Técnico do Botafogo: "O SPFC está esquecendo sua grandeza"
Sem treinador há três semanas, desde a saída de Muricy Ramalho por motivos de saúde no início de abril, o São Paulo vive uma indefinição nos bastidores a respeito do nome de seu substituto após descartar o argentino Alejandro Sabella. Ex-diretor técnico das categorias de base do clube tricolor (entre fevereiro e novembro de 2012), o atual técnico do Botafogo, René Simões, criticou a gestão do clube do Morumbi por deixar suas questões de bastidores expostas à mídia e se esquecer da grandeza são-paulina.
"O São Paulo está se esquecendo da grandeza dele. Quando eu fui visitar o Barcelona, fiquei impressionado ao ser recebido lá com os elogios e as palavras que ouvi a respeito da grandeza do São Paulo. O clube tem que ter esse cuidado de não deixar nada vazar. O trabalho que conseguimos fazer no Botafogo hoje é porque não vazou nada, nenhuma informação, sobe nenhuma contratação. Isso ajuda, porque quando vaza o nome de alguém em quem o clube está interessado o preço já sobe, e desperta a atenção de outros times também", disse o técnico, finalista do Campeonato Carioca com o clube alvinegro, em entrevista ao Sportv.
Um dos fatores que atrapalhou a negociação do São Paulo com Sabella, vice-campeão da Copa do Mundo de 2014 com a Argentina, foi o fato de que as tratativas entre clube e treinador serem de pleno conhecimento da mídia. Considerando a proposta da equipe do Morumbi, o treinador esperava por possíveis ofertas da Europa, inclusive do Manchester City, para dar sua resposta. Ao passo que o presidente tricolor, Carlos Miguel Aidar, e o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, informavam a situação passo a passo à mídia, o técnico chegou a ficar incomodado com a exposição antes do fim da espera são-paulina, na semana passada.
Com Sabella descartado, o São Paulo foi obrigado a voltar a considerar outros nomes para o comando técnico da equipe. Vanderlei Luxemburgo, atualmente no Flamengo, é cotado, mas sua contratação é difícil por causa da boa relação do clube com a diretoria rubro-negra, que pretende seguir contando com ele. Outra opção seria o também argentino Jorge Sampaoli, atual comandante da seleção do Chile, mas, caso aceite o convite tricolor, ele só chegaria ao Morumbi depois da Copa América, que acaba apenas no dia 4 de julho. Enquanto o sucessor de Muricy não é escolhido, o interino Milton Cruz segue à frente da equipe, com respaldo da diretoria.