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São Paulo se defende de acusações na base e sugere "cartel" entre rivais
Dono de uma das principais estruturas formadoras do futebol brasileiro, o São Paulo vem sendo alvo de acusações por conta de rivais. Os adversários afirmam que o time paulista segue agindo de forma antiética na contratação de jogadores e, por conta disso, organizam um boicote à Copa São Paulo de Futebol Junior de 2014 caso a equipe do Morumbi esteja presente.
Nesta quinta-feira, o São Paulo se pronunciou por meio de nota oficial sobre o caso pela primeira vez. O clube se defendeu das acusações afirmando que age de forma legal e destacou que a "legislação existente protege adequadamente a relação entre atleta e clube, mesmo no caso dos atletas de base, desde que os clubes tomem a iniciativa de elaborar devidamente os contratos de formação de trabalho com os atletas e, principalmente, cumpram para com os atletas e suas famílias, as disposições contratadas".
A ira dos clubes rivais teve como estopim a ida do goleiro Lucão, da Seleção Sub-17 e da Ponte Preta, de maneira unilateral. A Ponte, equipe em que ele estava desde os 11 anos, não foi ouvida e não foi ressarcida. O São Paulo possui histórico de reclamações por parte de outros clubes que veem ações injustas nas contratações da base.
Atlético-MG, Corinthians e Vitória estão entre os clubes inclinados a boicotar a Copa São Paulo em oposição ao adversário do Morumbi. Em nota, o São Paulo afirmou que a movimentação entre os rivais "se assemelha à repudiada ideia de 'cartelização'" e "pretende reintroduzir, agora nas categorias de base, o malfadado instituto do 'passe', que felizmente foi abolido de nossa legislação".
O São Paulo ainda afirmou que não se preocupa com a possibilidade de boicote e pediu que os clubes que tiverem acusações apresentem provas. "A participação do São Paulo FC em quaisquer competições sempre ficará a critério do organizador da mesma. Sempre que for convidado e entender conveniente, o São Paulo FC participará das competições que vierem a ser organizadas", disse o clube tricolor.
Confira a seguir a nota oficial do São Paulo:
"Em relação às notícias veiculadas na última semana sobre supostas acusações feitas por outros clubes brasileiros ao São Paulo FC, relacionadas à contratação de jogadores das categorias de base, o Clube vem a público fazer os seguintes esclarecimentos.
Todas as transferências e/ou contratações de atletas, tanto os profissionais, quanto aqueles em formação, realizadas pelo São Paulo FC são feitas em absoluto respeito às disposições legais que regulam a matéria, e estão plenamente documentadas pelo Clube.
O São Paulo FC entende que a legislação existente protege adequadamente a relação entre atleta e clube, mesmo no caso dos atletas de base, desde que os clubes tomem a iniciativa de elaborar devidamente os contratos de formação/de trabalho com os atletas e, principalmente, cumprampara com os atletas e suas famílias, as disposições contratadas.
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O São Paulo FC cumpre regiamente as obrigações estabelecidas com os seus atletas sob contrato e realiza um investimento significativo na estruturação do CFA Presidente Laudo Natel em Cotia - SP, para que os atletas da base possam contar com o que há de melhor em estrutura física e humana para auxiliar na sua formação, seja como atleta de futebol e, principalmente, como cidadão.
Se há jovens atletas cujas famílias procuram o São Paulo FC interessadas em que seus filhos se transfiram para esta Instituição, deve-se verificar, antes de acusar o São Paulo FC de qualquer ato ilícito que jamais cometeu, se os clubes de onde se originam tais atletas cuidam da regularidade dos contratos firmados com os mesmos, se cumprem as condições pactuadas, não só no que diz respeito ao fornecimento da ajuda de custo, mas também da assistência médica, odontológica, psicológica e educacional, além de adequada estrutura de alojamentos e alimentação e tudo mais que a legislação exige e que um atleta necessita para sua formação.
O São Paulo FC não aceita, e jamais aceitará, participar de qualquer "associação de clubes" que venha a ser formada com a finalidade de respaldar o descumprimento contratual e obrigar jovens atletas, e seus familiares, a permanecerem presos a determinadas instituições sem que existam contratos assinados ou, quando existam, que sejam cumpridos da forma pactuada. Essa prática, que se assemelha à repudiada ideia de "cartelização", pretende reintroduzir, agora nas categorias de base, o malfadado instituto do "passe", que felizmente foi abolido de nossa legislação. O Estatuto Social do São Paulo FC não permite ao Clube tomar parte em qualquer tipo de associação cujo objeto não seja lícito ou moralmente aceitável.
E o São Paulo FC não se submeterá a ameaças e supostos boicotes, muitas vezes motivados por interesses subalternos e frustrações de "negócios" que envolvam não necessariamente os grandes clubes brasileiros - pelos quais o São Paulo FC nutre o mais profundo respeito -, mas, muitas das vezes, alguns dos seus representantes no bojo de eventuais ligações promíscuas com empresários de futebol, que visam não necessariamente o benefício de sua instituição, mas a aferição de lucros indevidos.
A participação do São Paulo FC em quaisquer competições sempre ficará a critério do organizador da mesma. Sempre que for convidado e entender conveniente, o São Paulo FC participará das competições que vierem a ser organizadas.
Quanto ao mais, o São Paulo se coloca à disposição para demonstrar, para qualquer entidade de organização que vier a solicitar, toda a documentação que comprova a regularidade de sua atuação, de seus contratos e a lisura dos seus procedimentos.
Da mesma forma, porém, o São Paulo FC espera, uma vez que o ônus da prova é de quem acusa, que aqueles que lançarem acusações infundadas contra esta Instituição, também sejam chamados a comprovar a lisura de seus procedimentos e a regularidade das relações e negócios que realizam. Inclusive, o São Paulo FC está à disposição para apresentar seu Certificado de Clube Formador obtido junto à CBF, porque atende a todas as exigências legais vigentes, e espera que todos os demais também o façam.
Ao atleta deve ser sempre assegurado o direito de escolher o melhor lugar para se formar e para desenvolver sua atividade, sempre cumprindo e sendo destinatário do devido cumprimento dos contratos que vier a firmar, direito este que qualquer outro profissional deste País, e de tantos outros países do Mundo, sempre tiveram e que, a rigor, constitui elemento fundamental da formação da nossa Sociedade. E o São Paulo FC não abre mão de respaldar tais legítimos direitos."
