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Sem Neymar, Brasil aposta em David Luiz para comandar time contra Alemanha

7 jul 2014 - 12h23
(atualizado às 12h33)
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Com o desfalque de Neymar, o zagueiro David Luiz surge como o novo xodó da seleção brasileira e a principal esperança para comandar a equipe na semifinal da Copa do Mundo contra a Alemanha.

Zagueiro David Luiz comemora gol marcado em partida contra a Colômbia em Fortaleza. 4/7/2014.
Zagueiro David Luiz comemora gol marcado em partida contra a Colômbia em Fortaleza. 4/7/2014.
Foto: Stefano Rellandini / Reuters

Jogador firme na marcação, David Luiz deixou o país muito jovem e não teve ligação forte com o futebol brasileiro, mas conseguiu ganhar o apoio da torcida ao mostrar raça neste Mundial e tem também a admiração de seus companheiros de time.

“O David é um cara bastante equilibrado e bastante profissional, e ele vem trabalhando super bem dentro das partidas”, disse o atacante Bernard em entrevista coletiva no domingo, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

Nos últimos dois jogos, David Luiz, além de mostrar solidez na marcação, anotou dois gols fundamentais, os primeiros dele com a camisa da seleção, que garantiram a classificação do Brasil para a semifinal da Copa.

Ele foi o autor do gol do empate por 1 x 1 com o Chile, nas oitavas de final, e abriu a disputa de pênaltis deste confronto, num momento em que alguns jogadores mostravam muito nervosismo, como o capitão Thiago Silva, seu companheiro de zaga, que ficou afastado do grupo durante as cobranças e pediu para ser o último a bater as penalidades.

Nas quartas de final, o jogador de 27 anos marcou um golaço de falta no segundo tempo da vitória por 2 x 1 sobre a Colômbia, no jogo que tirou Neymar, principal jogador do Brasil, da competição, por causa de uma fratura numa vértebra Na região lombar. Nesta partida Thiago Silva levou o segundo cartão amarelo e está suspenso do confronto de terça-feira, em Belo Horizonte, diante dos alemães, abrindo caminho para David Luiz usar a braçadeira de capitão.

Outro gesto de David Luiz chamou a atenção na partida contra a Colômbia. Após o jogo, ele consolou o meia colombiano James Rodríguez, artilheiro do torneio com seis gols, que chorava muito por causa da eliminação de sua equipe.

“Se tem algo com que eu sempre sonhei e que sempre tentei mostrar às pessoas é que, nesta vida, nós estamos todos na mesma; que todo mundo merece respeito e que nós somos todos iguais”, afirmou David Luiz ao site da Fifa nesta segunda-feira, ao explicar sua ação.

“CARINHOSO”

Ao contrário de outras Copas, desta vez a defesa brasileira é o ponto forte da equipe, enquanto o setor ofensivo sofre para criar jogadas, recorrendo muitas vezes a lançamentos de David Luiz na tentativa de a bola chegar aos atacantes.

“O mundo inteiro sabe o que ele (David Luiz) significa dentro de campo – para mim, junto com o Thiago, forma a melhor dupla de zaga do mundo -, mas nós, que estamos convivendo sempre ao lado dele, sabemos também da grande pessoa que ele é”, declarou o meia-atacante Hulk, em nota no site da Fifa.

“É muito carinhoso, muito atencioso, independentemente de quem seja a pessoa. Não é todo dia que você encontra gente assim”, completou.

Líder em campo e sempre demonstrando muita disposição, David Luiz é um dos jogadores mais aplaudidos pelos torcedores quando seu nome é apresentado nos estádios e tem seu cabelo encaracolado bastante imitado durante o Mundial em casa, no qual tem tido uma atuação irrepreensível, sem jogadas “estabanadas” que caracterizaram algumas de suas partidas, como o pênalti que cometeu contra o Uruguai na semifinal da Copa das Confederações, no ano passado.

Nascido em Diadema (SP), David Luiz não tem ligação forte com o futebol brasileiro, uma vez que saiu do Vitória, único clube onde jogou profissionalmente no país, para se transferir ao Benfica, de Portugal, com 19 anos.

No futebol português, foi eleito o melhor jogador da temporada 2009/10, sendo negociado com o Chelsea um ano depois. Pelo clube inglês, teve como ponto alto a conquista da Liga dos Campeões de 2012, ano em que o time perdeu a final do Mundial de Clubes para o Corinthians, seu clube de coração.

No final da última temporada, trocou o Chelsea pelo Paris Saint Germain, tornando-se o zagueiro mais caro do mundo, numa transferência que girou entre 40 (67 milhões de dólares) e 50 milhões de libras.

A primeira convocação de David Luiz pela seleção brasileira ocorreu em 2010, ainda sob o comando de Mano Menezes, mas foi com Luiz Felipe Scolari que ele atingiu seu ápice.

“O Felipão sabe gerir um grupo, sabe ser amoroso, sabe cobrar e é a principal pessoa dentro do nosso grupo, é por isso que é prazeroso estar na seleção”, disse pouco antes da Copa do Mundo David Luiz, que tem na semifinal contra a Alemanha sua prova de fogo com a camisa do Brasil.

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