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"Sou o psicólogo" da seleção brasileira, afirma Felipão

24 abr 2014 - 17h56
(atualizado às 18h22)
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O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, disse que é o psicólogo do time e revelou algumas estratégias que vai usar com os jogadores na Copa do Mundo.

Quando o torneio estiver nas fases decisivas, Felipão pretende mandar mensagens por escrito aos atletas, como costuma fazer neste período mais crítico dos torneios.

"Não sei se eles leem, mas eu passo por debaixo da porta", declarou Felipão a jornalistas durante conferência sobre futebol e psicologia em uma universidade de São Paulo nesta quinta-feira.

Outra estratégia dele será utilizar as críticas da imprensa para estimular seus comandados.

"Vou usar o jornal e dizer: 'fulano, você não joga nada', o outro joga em time pequeno. É tudo coisa boa para mim, vou mostrar isso aos jogadores", acrescentou.

O treinador disse que vê como positivos os comentários de que o volante Paulinho está jogando em outra posição em seu clube, o Tottenham. "Está me dando condição de colocar o jogador numa posição diferente. Eu deveria agradecer ao técnico (do time inglês) de joelhos. São situações assim que fazem com que a gente trabalhe com psicologia."

Desde 1993, Felipão usa a ajuda da psicologia para comandar suas equipes e disse que vai traçar um perfil dos 23 convocados para a Copa do Mundo, uma tarefa a cargo da psicóloga Regina Brandão, que o acompanha há muitos anos.

Mas o treinador ressaltou que durante o período do Mundial o psicólogo é ele, já que estará ao lado dos jogadores.

"Sou eu o psicólogo, ela (Regina) me dá uma ideia, e aí eu vejo se vou agir mais forte com determinado jogador. Tem alguns que no primeiro momento baixam a guarda", afirmou.

"Com 30 anos de experiência nas costas, já temos vivência para passar à meninada... A gente pode e deve ter uma orientação na área psicológica, porque a gente erra menos", completou.

Felipão, campeão do mundo com o Brasil em 2002 e vice-campeão da Eurocopa de 2004 treinando a seleção portuguesa, contou que também usou o recurso da psicologia quando treinou equipes do exterior --ele já trabalhou no Kuwait, Japão, Inglaterra e outros lugares.

Ele explicou que certa vez usou um método errado no Kuwait, ao fazer uma palestra parecida com uma guerra, e os jogadores não gostaram. "Eu errei e pedi desculpas. Fiz uma coisa sem ter o conhecimento cultural (do país)."

A psicóloga Regina Brandão citou as diferenças entre atletas de Brasil e Portugal. "Os brasileiros são passionais, os portugueses são neutros. Jogador europeu é muito pouco emocional por natureza", afirmou.

Para o Mundial no Brasil, Felipão ressaltou a importância de trabalhar a confiança dos jogadores, principalmente depois da conquista do título da Copa das Confederações no ano passado.

"Estamos trabalhando no sentido de que essa confiança seja bem pensada por eles. Agora (na Copa) as dificuldades serão muito maiores", disse ele.

(Reportagem de Tatiana Ramil)

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