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Surfe

Medina alterna cobranças por fase com autógrafo em calcinha

Surfista lança livro no Rio, reconhece má fase, mas diz que está empolgado para próximos campeonatos

25 jul 2015 - 09h46
(atualizado às 09h46)
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Exatos sete meses após a conquista do título mundial de surfe, no Havaí, Gabriel Medina foi parar nas estantes das livrarias espalhadas por todo o Brasil. Alçado ao posto de maior ídolo da modalidade no Brasil, pelo feito inédito na história do País, o surfista encara agora as ondas da popularidade. Com apenas 21 anos, jeito e postura de garoto, ele acaba de ganhar uma biografia, o livro Gabriel Medina, escrito pelo jornalista Túlio Brandão.

Tímido e bastante consciente da pressão que o título traz, ele parece levar a sério o posto de melhor do mundo. “É difícil ter sido o primeiro campeão mundial brasileiro. A pressão foi gigante, vivi vários dias tensos”, afirmou o astro, durante entrevista no Rio de Janeiro, na noite da última sexta-feira, antes do lançamento do livro na Livraria da Travessa do Leblon.

Medina é o atual campeão mundial
Medina é o atual campeão mundial
Foto: Wallace Barbosa / AgNews

Medina entende como naturais a pressão e cobrança em cima do seu desempenho, que, aliás, não anda dos melhores. Após seis etapas, o atleta de Maresias tem como melhores resultados na temporada duas eliminações nas quartas de final. Ele é apenas o 15º colocado da Liga Mundial de Surfe - ainda muito distante do atual líder do ranking, Adriano de Souza.

A pressão do público nacional está incomodando? O atual campeão disse que não. Além disto, se mostrou conformado e despreocupado com ela. “Brasileiro é assim: quando vê alguém se destacando cobra cada vez mais”, afirmou. “Infelizmente, os resultados não estão aparecendo. Eu passo por uma má fase, que eu espero que acabe logo”, acrescentou, apesar de garantir que o ritmo de treinamentos está até mais puxado do que no período que antecedeu o campeonato do ano passado.

O surfista se negou a fazer qualquer relação entre o mau desempenho e a superexposição que se seguiu à conquista do título e ao excesso de entrevistas e badalações na imprensa. Ele ponderou que acabou de alcançar um bom resultado, na África do Sul. E aproveitou para emendar com mais uma pequena queixa: “quando eu não atendo (a imprensa) falam que eu tô metido, marrento. Quando eu atendo falam que estou indo muito pra TV. A galera não sabe o que quer”, disse.

Gabriel Medina ainda não conseguiu engrenar depois do título mundial
Gabriel Medina ainda não conseguiu engrenar depois do título mundial
Foto: Paduardo / AgNews

Tubarão

O mesmo menino de 21 anos admite que tem muito medo de tubarão, como o que se aproximou do surfista Mick Fanning, em Jeffreys Bay, na África do Sul, no último domingo. Medina contou que jamais viveu nada parecido: “nunca toquei em um tubarão como ele, mas já cheguei a ver numa bateria em Margareth. Foi um momento de susto, eu estava com medo”.  A aventura foi ao lado do multicampeão Kelly Slater, que foi lembrado diversas vezes pelo brasileiro durante a entrevista. O americano onze vezes campeão mundial, aliás, é o autor do prefácio do livro.

Surfista é atacado por tubarões 'ao vivo': veja:

Com ou sem medos, com ou sem bons resultados, Medina tenta passar uma segurança quanto às próximas competições. Como a etapa do Taiti, que irá encarar em breve. O atleta diz que lá ele encontra a onda que mais se encaixa no seu surf. "Eu tive no ano passado uma final com o Kelly Slater e acabei vencendo. Tô confortável lá. Minha expectativa é a melhor possível para essa próxima etapa”, declarou. Medo dos corais? “Sim, já me cortei bastante, mas é menos que o medo de tubarão”, brincou o surfista. 

Gabriel Medina não tem feito boa temporada em 2015
Gabriel Medina não tem feito boa temporada em 2015
Foto: Pedro Martins / Agif

Nome em calcinha

O lançamento do livro de Medina no Rio repetiu a fórmula dos últimos eventos públicos dele: muita gritaria, garotas em prantos, uma quase histeria das fãs mirins do atleta. Cerca de 500 pessoas passaram pelo local para prestigiar o evento, a maioria esmagadora.... de meninas adolescentes. Quinze destas chamavam atenção por um feito: chegaram à livraria às 7h da manhã - lançamento estava marcado para as 19h.

“Não tem palavras. É a melhor sensação do mundo”, empolgava-se a estudante Alanis Maia, de 14 anos, ostentando uma camisa com as inscrições “Medina 10” na parte de trás. Segundo a menina, além dela, só a família do surfista tem aquela espécie de “joia”.

Apesar da discrição e de timidez, o atleta parece não se incomodar com o assédio. “Eu tento dar o máximo de atenção. Às vezes, é um pouco difícil, porque eu não estava acostumado. Também não é todo dia que você acorda de bom humor. Mas tem sido bacana”, afirma, para emendar: “Tem sido engraçado, várias cenas que eu nunca tinha passado eu estou passando, como assinar calcinhas às vezes”. 

Gabriel Medina foi bastante tietado durante lançamento de livro no Rio de Janeiro
Gabriel Medina foi bastante tietado durante lançamento de livro no Rio de Janeiro
Foto: Felipe Assumpção / AgNews
 
Fonte: Especial para Terra
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