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Taiti planeja futuro, mas sofre sem apoio e com uniformes comprados

21 jun 2013 - 06h53
(atualizado às 07h12)
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O esporte nacional está longe de ser o futebol. A Va’há, uma canoa típica da polinésia, na Oceania, é quem reúne o maior número de adeptos no Taiti. São até campeões do mundo. Mas a classificação da seleção para a Copa das Confederações pode abrir um novo caminho para o futebol ainda amador no país, ex-colônia francesa.

Confira todos os vídeos da Copa das Confederações

Muitos dos jogadores estão desempregados. Tem entregador, vendedor de celular, eletricista, professor de futebol, tirador de côco e até um profissional. Marama Varihua, atacante que atua Panthrakikos, da primeira divisão da Grécia. “Essa competição vai ser ótima para nós. Quem sabe algum deles não consegue um emprego em algum time por aí. Quem sabe no Brasil” brincou Varihua.

Para Varihua, vir ao Brasil e jogar em estádio de nível de Copa do Mundo vai ser ótimo para o futuro do futebol no país. “Nosso desejo é começar a chegar ao nível da Nova Zelândia e da Austrália”, disse. A Austrália, apesar de estar na Oceania, joga as eliminatórias da Copa pela Ásia.

Por enquanto esse sonho ainda é distante. As camisas Nike, com as quais jogaram a Copa das Confederações, foram compradas. “Fizeram um preço camarada para nós”, conta o Chefe de Comunicação da delegação Olivier Huch, vestindo um uniforme com escudo desbotado por ter sido lavado várias vezes. “Nosso sonho é um dia lutar por uma vaga para estar na Copa do Mundo”, completou Varihua.

Nos últimos dois meses, uma subvenção da Fifa foi de ótima ajuda para que o time pudesse pensar exclusivamente na preparação para a Copa das Confederações. O país ainda recebe incentivos do projeto Goal, da Fifa: uma verba para construção de estádios e centros de treinamento para tentar melhor o nível do futebol no país. “Mas ainda são poucos os que se interessam pelo futebol” conta Huch. Apesar disso, o país parou para ver a estreia do time contra a Nigéria. “Todo mundo ligou para dar parabéns ao time. Até o presidente ligou”, conta Huch.

Impedidos de treinar no campo principal do Engenhão, no Rio, os taitianos não reclamaram. Eles nunca tinham treinado num campo tão bom. Do Maracanã levaram fotos para mostrar em casa e o lamento de não terem tido tempo de dar um passeio pela praia de Copacabana e no Cristo Redentor. “Não viemos aqui fazer turismo, mas jogar futebol”, disse sério o técnico Eddy Etaeta.  Varihua disse que, apesar de amadores, o time veio ao Brasil jogar sem pressão. “Viemos aqui jogar com o coração.”

O certo é que os taitianos viraram ídolos em Belo Horizonte, no Rio de Janeiro e certamente vão ganhar o carinho da torcida no domingo, no Recife, quando vão se despedir contra o Uruguai. Mas quem pensa que vamos rapidamente nos esquecer do país distante e com praias paradisíacas, pode começar a colocar na agenda o mês de setembro. É que vai ser lá o Mundial de futebol de areia, a partir do próximo dia 18 de Setembro, e o Brasil vai para lá em busca do Penta Mundial.

“Temos as praias mais lindas do mundo. Pelo menos não vamos ter problemas para ter um bom time até lá”, conta Olivier Huch, que não descartou a possibilidade de, dependendo do caso, alguns jogadores que estão no Brasil virem fazer parte da equipe de futebol de areia.

No campo ou na praia, o futebol taitiano ainda vai ter que remar muito para não morrer na praia. “Se quisermos voltar algum dia ao cenário do futebol mundial, temos que ter mais profissionais. Esse é o segredo” concluiu Etaeta.

Fonte: Terra
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