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Técnico ironiza favoritismo do Brasil: "não temos nada no handebol"

14 dez 2011 - 07h33
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Felipe Held
Direto de São Paulo

O técnico Morten Soubak reagia com indiferença às declarações do técnico espanhol Jorge Dueñas, que empurrava para o lado do Brasil o favoritismo na partida desta quarta-feira, pelas quartas de final do Mundial feminino. Entretanto, quando tocou no tema, o comandante dinamarquês foi contundente ao dar sua opinião e relembrar a relevância do País no handebol em âmbito global: quase nenhuma, apesar da ótima campanha realizada até aqui no torneio sediado em São Paulo.

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"Não há favoritos", comentou Soubak em resposta à imprensa nacional. "O Brasil não tem favoritismo, assim como também não temos tradição no handebol, escolinhas, história... não possuímos nada no handebol em nível mundial. O que a nossa Seleção tem é um sonho, e vamos tentar dar mais um passo em busca dele contra a Espanha", resumiu.

O melhor resultado do handebol brasileiro em um torneio de grande porte foi obtido em 2005, também no feminino, com um sétimo lugar. Desde o início deste Mundial, o elenco verde-amarelo tem frisado que o principal objetivo no campeonato de 2011 não é simplesmente superar aquela marca de seis anos atrás, mas alcançar pelo menos o pódio.

Soubak, sempre muito claro em suas entrevistas e com respostas bastante incisivas, comanda uma equipe que faz uma campanha surpreendente em São Paulo. Até aqui, foram seis vitórias conquistadas em seis jogos, inclusive uma crucial de virada sobre a França, vice-campeã do Mundial de 2009. Entretanto, o dinamarquês reconhece que um dos fatores determinantes para tal desempenho é a experiência internacional de suas jogadoras - das 16 convocadas, 14 jogam na Europa, principal polo do handebol.

"O Brasil é soberano nas Américas, mas, se você comparar os resultados dos últimos Mundiais, verá que não são times daqui nem de Ásia, África ou Oceania que estão no topo. São os europeus que dominam Mundiais e Olimpíadas. Esses países estão sempre na ativa, disputando competições de alto nível o tempo todo", disse Soubak, que sabe importantes ingredientes para o sucesso verde-amarelo. "Nossas jogadoras são bastante experientes, jogam na Europa. E também este ano conseguimos ter um período maior para treinamentos".

O desempenho brasileiro na competição também deixa Soubak empolgado com outro aspecto: a evolução do handebol. "Para o nosso esporte crescer é preciso que mais seleções de fora da Europa consigam boas classificações no Mundial, como Angola e Brasil", comentou, citando os únicos dois países "intrusos" nas quartas de final comandadas por europeus.

O Mundial de São Paulo foi composto por 24 seleções, 12 delas europeias. Destas, apenas a Alemanha não se classificou para a fase seguinte. Nas oitavas de final, três dos cinco países de fora da Europa foram eliminados: Costa do Marfim, Japão e Coreia do Sul. Sendo assim, restam oito times vivos na competição, sendo seis do mesmo continente.

Fato este que mantém, segundo um esperançoso Soubak, o favoritismo distante do Brasil. "Se te dessem US$ 1 milhão antes do Mundial para apostar em apenas uma equipe, em quem você jogaria? Eu acredito que 80% da população arriscaria em Rússia ou França, e uma delas vai cair já nas quartas de final. Ninguém acreditava no nosso time, mas estamos aí", encerrou.

A partida entre Brasil e Espanha está programada para as 20h (de Brasília) desta quarta-feira, encerrando a programação do dia no Ginásio do Ibirapuera. O país classificado para as semifinais terá pela frente o vencedor do choque europeu entre Noruega e Croácia.

Apesar da boa campanha em SP, Brasil não tem história no handebol mundial
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Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fonte: Terra
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