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Alemães se irritam e perdem ponto por palavrão: "quadra de m..."

13 fev 2013 - 15h14
(atualizado às 18h52)
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<p>Dustin Brown (à esq.) e Christopher Kas se irritaram com as condições do saibro do Ginásio Mauro Pinheiro</p>
Dustin Brown (à esq.) e Christopher Kas se irritaram com as condições do saibro do Ginásio Mauro Pinheiro
Foto: Fernando Borges / Terra

Uma partida válida pela primeira rodada da chave de duplas criou bastante polêmica nesta quarta-feira no Brasil Open. Os alemães Christopher Kas e Dustin Brown se irritaram com as condições do saibro do Ginásio Mauro Pinheiro, em São Paulo, e disseram durante o jogo as palavras "quadra de m...". Logo depois, receberam como punição do árbitro de cadeira a perda automática de um ponto.

Os alemães acabaram derrotados por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/2, pelos italianos Fabio Fognini e Simone Bolelli. Ao final do jogo, Brown se recusou a apertar a mão do juiz de cadeira, atitude de praxe tomada pelos outros jogadores.

A polêmica começou quando Brown tropeçou sobre a linha durante o segundo set. "Tivemos uma discussão porque Dustin quase se machucou", contou Kas em entrevista exclusiva ao Terra, após a derrota. "Fognini perguntou o que estava acontecendo e disse: 'é uma piada' e 'quadra de m...', somos amigos e falei com ele em italiano. Nessa ocasião o juiz deu um penalty point".

A perda automática do ponto ocorre no momento em que um jogador ou uma dupla recebe a segunda advertência em uma partida. No caso da parceria alemã, a primeira havia ocorrido no primeiro set, quando Brown jogou uma bola para longe - advertência que Kas considera justa, por abuso de bolas. A segunda punição pode ser encaixada em obscenidade audível, segundo as regras da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais).

"Estou muito decepcionado porque tentamos durante a semana inteira tirar o melhor de condições ruins, e o juiz pensou que tivesse de fazer algo", afirmou Kas, que se mostrava cabisbaixo e especialmente triste, pois dizia que esta era a primeira advertência recebida em toda a carreira; o jogador, 32 anos, é o número 70 do ranking de duplas e profissional desde 2001.

Após a punição, Brown reclamou com o árbitro dizendo que ele "queria aparecer". Até o fim do duelo, o tenista repetiu várias vezes as palavras "isso é ridículo". Na saída do ginásio, que recebe as duas quadras secundárias do torneio cuja estádio principal é o Ibirapuera, ele não quis conversar com a reportagem. Mais tarde, escreveu em sua conta oficial no Twitter: "as quadras aqui no @brasilopen2013 são uma m... eu torço meu tornozelo durante o jogo e digo 'é uma quadra de m...' e recebo a penalização de um ponto". 

Tivemos uma discussão porque Dustin quase se machucou, contou Kas
Tivemos uma discussão porque Dustin quase se machucou, contou Kas
Foto: Fernando Borges / Terra

Em contato com o Terra, Bolelli também reclamou das condições. "Creio que não se possa jogar um ATP 250 nessas condições: as linhas saltam, são milhares de buracos, não tem quique regular. A central (Ibirapuera) se salva um pouco, mas onde jogamos hoje (quarta) creio verdadeiramente que não seja regular".

O italiano, que ao lado de Fognini avançou à segunda rodada, opinou que a punição à dupla alemã foi "exagerada". "Os jogadores lamentaram, disseram algum palavrão e perderam um ponto. Não precisava punir, nessas condições é normal um pouco de frustração. Eles disseram em voz baixa, não tinha ninguém vendo".

Na saída de ginásio, a reportagem tentou contato com o juiz de cadeira da partida, que caminhava acompanhado pelo brasileiro Carlos Bernardes, árbitro integrante do gold badge, grupo de elite da ATP. Bernardes explicou que, por recomendação da ATP, os juízes não se pronunciam em casos polêmicos como o desta quarta - essa tarefa cabe ao supervisor da ATP no torneio, o argentino Damian Steiner, que não havia sido localizado pelo Terra até a publicação desta reportagem. Bernardes ainda pediu que a identidade do juiz de cadeira da partida fosse preservada.

Gerente do Brasil Open, Roberto Burigo foi informado sobre o ocorrido no início desta tarde pela reportagem e disse que até aquele momento ainda não havia sido notificado. Sobre as condições das quadras do torneio, ele disse que no Ibirapuera houve "um prazo curto para ser construída uma quadra de saibro" devido a outros eventos ocorridos no local em janeiro, como o UFC SP.

"Hoje as condições já estão bem melhores, eles mesmo (jogadores) estão aceitando muito melhor", afirmou ele, citando que um trabalho de "raspagem, nivelamento e troca do pó de telha que fica por cima" é feito entre os jogos e todas as noites pelos funcionários da manutenção.

Acerca das quadras secundárias, no Mauro Pinheiro, Burigo apontou que elas foram prejudicadas por "algumas goteiras por causa de obra no ginásio". "Tivemos que refazer muitos pedaços da quadra e demorou para o pessoal começar a jogar, então era uma quadra nova que não estava bem assentada". Ele agregou que "se as condições de jogo não tivessem jogáveis com certeza a ATP não permitiria que o jogo fosse iniciado", lembrando que o piso é checado pelo supervisor da entidade, pelo árbitro geral, o brasileiro Paulo Pereira, e pelos juízes de cadeira do torneio.

Kas chegou ao Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, sede do Brasil Open, na última sexta. "Quando cheguei acho que era a pior quadra da história, com goteira, um dia não pudemos jogar, estava molhada", disse, sobre o piso no Mauro Pinheiro.

Escolhendo bem as palavras na hora de falar, ele confirmou que a superfície melhorou desde então, mas ainda deixa a desejar. "Admiro as pessoas tentando melhorar, sei que trabalham duro. Honestamente, o torneio é fantástico, a atmosfera no estádio é ótima, mas seria melhor para os jogadores se as condições (das quadras) fossem melhores", afirmou.

Brasileiros admitem quadra ruim, mas minimizam polêmica

Na terça, após a derrota para o paulista Thomaz Bellucci na primeira rodada da chave de simples do Brasil Open 2013, o gaúcho Guilherme Clezar já havia lamentado as condições no Ginásio do Ibirapuera. "A quadra não está boa", respondeu, de forma seca, quando questionado sobre o assunto. Após um pedido para explicar melhor os problemas, ele disse: "ela está com muito buraco, está toda hora quicando errado".

Bellucci, por sua vez, disse que "muitos jogadores têm reclamado, mas as condições são iguais para todo mundo. Comparar Roland Garros com aqui não tem como, mas acho que também não é motivo de desculpa", afirmou, evitando polêmicas.

Já Bruno Soares, que na terça passou pela estreia de duplas ao lado do austríaco Alexander Peya, no Ginásio Mauro Pinheiro, disse que a quadra do local "realmente não está fácil de jogar. Tem muita gente que reclama demais, mas é ruim para os quatro", minimizou.

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Fonte: Terra
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