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ATP

Algoz de Bellucci usa "corda mais frouxa do mundo"; entenda

15 fev 2013 - 08h15
(atualizado às 08h45)
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<p>Vollandri eliminou Thomaz Bellucci com tensão de 11 kg no encordoamento na sua raquete</p>
Vollandri eliminou Thomaz Bellucci com tensão de 11 kg no encordoamento na sua raquete
Foto: Fernando Borges / Terra

"Não, porque acabam matando alguém", diverte-se Filippo Volandri, que em entrevista ao Terra descarta aconselhar um jogador amador a utilizar uma corda tão frouxa quanto à de sua própria raquete. No Brasil Open, o italiano utiliza uma tensão de 11 kg no encordoamento, o equivalente a 24,2 libras, considerada muito baixa para os padrões. Foi com esse equipamento que ele eliminou nesta quinta-feira o cabeça de chave 5 e principal esperança nacional no torneio, Thomaz Bellucci.

Volandri diz não conhecer um tenista no circuito profissional que use uma corda mais frouxa que a dele. Segundo os encordoadores do Brasil Open, o italiano é "disparado" o jogador que conta com a tensão mais baixa. Bellucci, por exemplo, utilizou em São Paulo entre 48 e 50 libras. Também brasileiro, João Souza, o Feijão, confiou em modelos diferentes com 44, 45 e 49 libras. O espanhol Rafael Nadal tem por costume utilizar 55.

Na comparação dos números, há que se levar em conta o tipo de raquete e de corda utilizados. "Sempre joguei com este tipo de tensão, que é muito baixo, mas minhas raquete e cordas são rígidas, então não parece tão macio", argumenta Volandri.

"No ano passado foi a mesma tensão. Este ano foi um pouco mais difícil porque as bolas são muito pequenas e às vezes voam para longe, então na primeira rodada perdi um pouco de controle, mas (hoje) tive um melhor feeling. Estou acostumado e vou fazer 32 anos, então não vou mudar mais", completa o atual vice-campeão do Brasil Open, em entrevista concedida após a vitória por 6/3 e 6/2 sobre Bellucci.

Na altitude média de 760 m de São Paulo, muitos jogadores optam por aumentar ligeiramente a tensão das cordas em busca de maior controle – Feijão disse usar "três ou quatro libras a mais" em relação a quando atua no nível do mar. Volandri segue na contramão e, no ano passado, quando foi vice-campeão do Brasil Open, serviu como exemplo para o fisioterapeuta da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Ricardo Takahashi.

Takahashi destacou em seu blog a baixa tensão usada por Volandri como um exemplo para amadores – especialmente crianças e idosos – evitarem dores no braço. Também por motivos físicos, os encordoadores do torneio lamentam que muitos amadores usem tensões altas, o que também é decorrência da recomendação inscrita na maioria das raquetes atuais (entre 50 e 60 libras).

"Eu não o faço pela dor, faço porque me sinto bem", comenta Volandri. "Não aconselho a quem acaba de começar a jogar tênis", emenda ele, analisando que amadores "não se divertiriam" com uma tensão tão baixa e brincando: "acabam matando alguém".

"Agora muitos profissionais jogam com uma tensão mais baixa na comparação com alguns anos atrás. Talvez pelas condições da bola, temos raquetes mais rígidas, cordas mais rígidas. Muitos baixaram, não tanto como fiz eu", completa.

Ainda uma exceção, Volandri se encaixou bem com as condições do saibro coberto de São Paulo, dizendo gostar e se sentir bem no lugar. Após perder a final do torneio de 2012 para o espanhol Nicolás Almagro, o italiano, 98º colocado do ranking mundial, tenta seguir vivo no evento nesta sexta-feira. Ele enfrenta a partir das 14h30 (de Brasília), no Ginásio do Ibirapuera, o argentino Martín Alund, dono do 111º lugar na lista e que até esta semana nunca havia ganhado uma partida de nível ATP.

Alund ganhou dois jogos no Brasil Open, contra o brasileiro Ricardo Mello e o francês Jeremy Chardy, após perder na terceira e última rodada do torneio qualificatório e entrar na chave principal como lucky loser ("perdedor sortudo"). "Espero que a sorte dele tenha terminado", afirma Volandri, sorrindo.

Fonte: Terra
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