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ATP

Becker admite tédio com Djokovic x Murray e exalta sucessor Haas

5 jun 2013 - 07h44
(atualizado às 07h45)
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<p>Becker ergue troféu de Wimbledon em 1985; alemão inspirou geração de alemães, incluindo Haas</p>
Becker ergue troféu de Wimbledon em 1985; alemão inspirou geração de alemães, incluindo Haas
Foto: Getty Images

Boris Becker encantava os torcedores com o saque potente, a direita pesada e os voleios profundos que o fizeram rapidamente ganhar o apelido de “boom boom”. O alemão, que tinha 17 anos em 1985 quando se tornou o mais jovem campeão da história de Wimbledon, apressou-se em rejeitar o apelido, considerando-o “muito belicoso”. Primeiro tenista de seu país a ganhar um Grand Slam, Becker inspirou uma geração hoje representada por um fã: o compatriota Tommy Haas, que aos 35 anos de idade tenta virar o sexto jogador mais velho da história a entrar no top 10.

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“É muito impressionante, mas você não pode esquecer que ele ficou muito tempo parado devido às cirurgias que teve. Espero que ele jogue por mais algum tempo”, diz Becker em entrevista por telefone ao Terra.

Em 5 de maio, Haas venceu o ATP 250 de Munique, tornando-se apenas o terceiro jogador desde a década de 1990 a conquistar um torneio após os 35 anos: ao lado do americano Andre Agassi e do francês Fabrice Santoro.

<p>Haas &eacute; o quadrifinalista mais velho de Roland Garros desde 1971</p>
Haas é o quadrifinalista mais velho de Roland Garros desde 1971
Foto: Getty Images

Em Roland Garros, Haas atingiu outra marca de longevidade, tornando-se o primeiro jogador dessa idade a ser quadrifinalista do Grand Slam francês desde o húngaro Istvan Gulyas em 1971. Nesta quarta-feira, o alemão enfrenta o sérvio Novak Djokovic, número 1 do mundo, por uma vaga na semifinal do torneio. Em caso de vitória, o tenista que é o 14º colocado do ranking pode voltar ao top 10. 

“Eu esperava que ele ganhasse um Grand Slam, mas infelizmente teve muitas lesões”, prossegue Becker, acerca do compatriota. Haas mostrava ter potencial para isso em maio de 2002, quando ocupou o segundo lugar do ranking, sua melhor posição até hoje.

Naquele ano, afastou-se do circuito por seis semanas para acompanhar a recuperação do pai, que permaneceu em coma depois de um acidente de moto. Foi só o início da série de infortúnios do jogador, que operou o ombro em 2007 e em 2003 e entre fevereiro e maio de 2011 estava sem nenhum ponto no ranking, já que permaneceu 18 meses longe das quadras devido a outras duas cirurgias: no cotovelo e no quadril direitos.

Jogador mais veterano no top 100, Haas não representa a velha guarda só na idade, mas também no estilo de jogo que inclui backhand de uma mão, slice, voleios e deixadinhas.

Parte dessa inspiração vem de Becker, que admite ficar “entediado” em algumas competições atualmente. Ele considera, por exemplo, que a final do último Aberto da Austrália, vencida pelo sérvio Novak Djokovic contra o britânico Andy Murray, parecia reunir um mesmo tenista em um "espelho".

<p>Becker reclama de&nbsp;jogo &quot;unidimensional&quot; na final do Aberto da Austr&aacute;lia de 2013, entre Andy Murray e Novak Djokovic</p>
Becker reclama de jogo "unidimensional" na final do Aberto da Austrália de 2013, entre Andy Murray e Novak Djokovic
Foto: Getty Images

"Era um jogo unidimensional, com dois contra-atacadores na linha de base. Os jovens também só ficam na base, não há jogadores diferentes", resume o alemão, opinando que um dos únicos atletas com uma "qualidade antiga" é o suíço Roger Federer. 

Antigo rei do saque e voleio, o alemão tem como hobby hoje jogar pôquer. Foi de Mônaco, onde esteve para a disputa do European Poker Tour Grand Final no início de maio, que ele concedeu entrevista ao Terra. “É um jogo muito apaixonante. Quando você está ganhando quer ganhar o quanto ganhou no tênis. Não acontece da noite para o dia, mas estou evoluindo”, afirma o ex-número 1 do mundo e campeão de seis Grand Slam, garoto-propaganda do PokerStars desde 2007.

Becker, que também é comentarista de Wimbledon para a rede BBC, só gostaria de ver uma maior renovação no tênis de seu país. “O esporte é bastante popular na Alemanha desde que ganhei um Grand Slam, mas queremos ver mais jovens jogando”, diz. Depois dele, só Michael Stich venceu um major representando a Alemanha entre os homens, em Wimbledon 1991. O número 1 nacional atualmente é exatamente Haas, que completou 35 anos em 5 de abril e tenta chegar à semifinal de Roland Garros pela primeira vez na carreira.

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Fonte: Terra
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