PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

ATP

Comparado a Teixeira, dirigente da CBT defende continuidade

13 fev 2012 - 14h45
(atualizado às 19h34)
Compartilhar

Henrique Moretti
Direto de São Paulo

Reeleito para um terceiro mandato na presidência da Confederação Brasileia de Tênis (CBT), Jorge Lacerda Rosa chegou a ser comparado a Ricardo Teixeira, mandatário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 1989. Lacerda, que ficará no cargo até março de 2017, completando pouco mais de 11 anos à frente da CBT, defendeu-se das críticas do ex-capitão do País na Copa Davis, Francisco Costa, em entrevista nesta segunda-feira na sala de imprensa do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, sede do Aberto do Brasil.

"Acho que foi uma sequência lógica e está todo mundo favorável - o colégio eleitoral que é formado pelas federações, os patrocinadores, o Comitê Olímpico e Paraolímpico brasileiros, o ministério do Esporte, jogadores e treinadores. Está todo mundo apoiando", disse Lacerda, reeleito por aclamação na assembleia ordinária eletiva deste domingo, realizada em São Paulo.

Em uma manobra polêmica, a CBT alterou o estatuto em assembleia organizada em 1º de fevereiro, permitindo que Rosa concorresse a um terceiro mandato. O fato motivou duros ataques de Francisco Costa, ex-jogador profissional e capitão do Brasil na Copa Davis no mandado do próprio presidente, entre 2007 e 2009.

"A cartolagem do tênis se uniu para continuar 'mamando' até 2016", escreveu Costa na semana passada em seu blog, no portal ClicRBS. "É triste, antiquado, ultrajante, vergonhoso, mas é assim mesmo que as coisas funcionaram e ainda funcionam no esporte brasileiro. Ricardos Teixeiras não acontecem por acaso".

Questionado sobre as críticas, Lacerda respondeu. "Infelizmente não li esse comentário do Chico, não sei onde ele fez". Ele não deu certeza de que deixará o cargo após o próximo mandato. "Qualquer entidade pode alterar o estatuto. Meu objetivo é permanecer até a Olimpíada (do Rio de Janeiro 2016), e a nossa alteração foi pensando especificamente nisso, por isso tem direito a mais uma reeleição, e não a reeleições indefinidamente".

"O mais importante é perguntar: quantas medalhas vocês vão ganhar na Olimpíada?", prosseguiu o dirigente, usando o argumento olímpico para defender a continuidade na CBT. "Se você tenta patrocínio com uma empresa, a primeira coisa que ela diz é: só vamos fechar se acontecer até as Olimpíadas. Acredito que tenha sido uma situação lógica, inteligente do nosso grupo, e antes que acontecesse algum problema, que a gente deixasse de resolver com apoio de mais empresas, dando continuidade a mais projetos".

Lacerda assumiu a presidência em 2005, com um discurso de moralização e combate à administração do ex-presidente Nelson Nastás, envolvida em diversas denúncias de corrupção e derrubado do cargo após um boicote comandado por Gustavo Kuerten às convocações da Davis. Rosa, que até então era presidente da Federação Catarinense de Tênis, chegou à entidade combatendo a perpetuação de dirigentes no poder e chegou inclusive a modificar o estatuto da CBT na ocasião, passando a permitir apenas uma reeleição.

Apesar das críticas de Costa, os principais tenistas brasileiros da atualidade apoiam a nova reeleição do dirigente, incluindo Thomaz Bellucci, número 1 do País e 38 do ranking mundial de simples, além de Bruno Soares e Marcelo Melo, respectivamente os 19º e 33º colocados na lista de duplas. Soares, inclusive, participou da entrevista nesta segunda-feira ao lado de Lacerda, assim como o atual capitão do Brasil na Davis, João Zwetsch. Ambos parabenizaram o dirigente pela reeleição.

"Quando comecei minha carreira a gente era uma desunião, cada um por si e mudou da água para o vinho. Hoje a confederação nos proporciona o poder tranquilizar nossa vida, nosso capitão está sempre viajando pelos torneios", afirmou Soares. "A continuidade desse projeto, dessas ideias é fundamental para nós. Eles têm tudo muito bem planejado, qualquer coisa diferente nesse momento seria uma grande perda de tempo", completou Zwetsch.

Um dos principais trunfos da gestão do presidente da CBT é o Projeto Olímpico de Tênis Rio 2016, apoiado por Gustavo Kuerten e coordenado por Larri Passos, ex-treinador do tricampeão de Roland Garros. Trata-se de um convênio formado pela entidade e pelo ministério do Esporte com a aprovação técnica do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que foi lançado em setembro reunindo 15 jovens atletas. O objetivo é auxiliar os treinadores com o planejamento de calendários e viagens ao lado dos tenistas nos torneios internacionais, fazendo com que os atletas ganham experiência de olho na Olimpíada do Rio de Janeiro.

"Temos um foco em 2016 e esse foco vem rendendo frutos. No tênis temos uma das referencias na execução desse projeto graças à feliz escolha de Guga e Larri,", comentou Ricardo Layser, secretário nacional de Alto Rendimento do ministério do Esporte, também presente na entrevista. "É muito focado em um segmento a que o Brasil nunca prestou muita atenção: de quando o atleta começa a se profissionalizar. A avaliação que fazemos até o momento é positiva".

Dirigente do tênis brasileiro foi eleito em 2005 e ficará no cargo, pelo menos, até 2016
Dirigente do tênis brasileiro foi eleito em 2005 e ficará no cargo, pelo menos, até 2016
Foto: Bruno Santos / Terra
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade