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ATP

Contemporâneos de Federer lutam para ficar em alta no circuito

4 nov 2012 - 08h30
(atualizado às 22h10)
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Diogo Coelho

Se hoje Roger Federer é considerado um dos maiores tenistas de todos os tempos, o início de carreira do suíço não apontava que iria quebrar tantos recordes ao longo dos anos. Contemporâneos do tenista da Basileia explodiram cedo no circuito, com títulos de Grand Slams e a liderança no ranking da ATP.

Contudo, os anos se passaram e aqueles que um dia foram grandes destaques no circuito hoje lutam para se manter em uma posição condizente com o prestígio que alcançaram na última década, enquanto outros até penduraram as raquetes.

Veja como está a situação de alguns "trintões" do circuito:

David Nalbandian

Certamente um dos maiores rivais no início da carreira de Roger Federer, Nalbandian tem na bagagem títulos de Masters 1000 (Madrid e Paris), Masters Cup (2005), além de uma final de Wimbledon em 2002. O argentino venceu os cinco primeiros duelos contra o suíço, mas hoje leva desvantagem no confronto direto, com oito vitórias e 11 derrotas.

Nalbandian se envolveu em polêmica após chute que machucou juiz de linha (Foto: Getty Images)

Após ser algoz de Federer no início de carreira, Hewitt é apenas o nº 81 do mundo
Após ser algoz de Federer no início de carreira, Hewitt é apenas o nº 81 do mundo
Foto: AP

Neste ano, foram apenas campanhas razoáveis no primeiro semestre, tendo como ponto alto a partida diante de Rafael Nadal no Masters 1000 de Indian Wells, quando Nalbandian chegou a estar a dois pontos da vitória antes de levar virada.

O argentino esteve próximo da redenção no ATP 250 de Queens, quando chegou à decisão contra Marin Cilic. Contudo, em uma atitude intempestiva, o tenista acabou machucando um juiz de linha ao chutar uma placa de madeira, causando sua eliminação do torneio, bem como a perda dos pontos conquistados na campanha. Depois disso, foram seis jogos e apenas uma vitória, sendo que uma lesão no abdômen o tirou do US Open e do restante da temporada.

Lleyton Hewitt

Dono de dois títulos de Grand Slams (US Open 2001 e Wimbledon 2002) e número 1 do mundo por 80 semanas, Lleyton Hewitt foi um dos principais adversários de Roger Federer, tendo vencido o suíço sete vezes nos nove primeiros duelos entre os dois. Contudo, a partir de 2004, o atual número 1 do mundo emplacou 15 triunfos consecutivos. Atualmente, o placar é favorável a Federer em 18 a 8.

Muitas destas derrotas podem ser creditadas não só à evolução do suíço, como também às sucessivas lesões de Lleyton Hewitt, que o atrapalharam bastante em 2012. O tenista teve um início animador no Aberto da Austrália, onde, impulsionado pela torcida, bateu Cedrik-Marcel Stebe, Andy Roddick e Milos Raonic, além de ter roubado um set de Novak Djokovic nas oitavas de final. Contudo, uma nova contusão no pé o tirou das quadras por cerca de três meses.

Após se recuperar, o australiano foi eliminado nas primeiras rodadas de Roland Garros e Wimbledon, mas alcançou a final do ATP 250 de Newport (perdeu par John Isner), sua primeira decisão desde 2010, quando venceu o título em Halle após bater Federer. Ainda neste ano, chegou às oitavas de final dos Jogos Olímpicos de Londres. No ranking publicado pela ATP no dia 29 de outubro, ocupa apenas a modesta 81ª posição.

Nikolay Davydenko

O russo Nikolay Davydenko explodiu no circuito em 2003, após conquistar dois títulos (Adelaide e Estoril). Dono de um forte jogo de fundo de quadra, faturou ao todo 21 torneios, incluindo três Masters 1000 e um ATP Finals, além de ter alcançado a semifinal de Roland Garros (2005 e 2007), US Open (2006 e 2007) e quartas de final do Aberto da Austrália (2005, 2006, 2007 e 2010).

Todos estes feitos garantiram um terceiro lugar no ranking da ATP a Davydenko, que por muito tempo foi um dos tenistas mais temidos do circuito - é um dos poucos que possui vantagem no confronto direto contra Rafael Nadal - e também um dos mais polêmicos.

Em agosto de 2007, a ATP iniciou uma investigação com relação à derrota de Davydenko diante do argentino Martín Vassallo Argüello no torneio de Sopot (Polônia), após o tenista abandonar a partida no terceiro set alegando uma lesão no pé.

A casa de apostas Betfair alertou a entidade que nove pessoas apostaram cerca de US$ 1,5 milhão na derrota do russo e que outras duas ganhariam cerca de US$ 6 milhões com o resultado. Apesar das apostas terem sido anuladas, posteriormente ambos os jogadores foram absolvidos no caso.

A outra polêmica veio dois meses depois, no torneio de São Petesburgo, onde Davydenko foi multado em US$ 2 mil por demonstrar "falta de empenho" na derrota diante de Marin Cilic.

Apesar das polêmicas, foram as seguidas lesões que contribuíram para a queda de rendimento do russo. Apesar de ter conquistado dois títulos de 2010 para cá (Doha e Munique), Davydenko vem colecionando eliminações precoces nos principais torneios e derrotas para tenistas de pouca expressão no circuito. Atualmente, o russo luta para permanecer no top 50 da lista da ATP.

Aposentados

Se os atletas citados acima ainda lutam para voltar aos velhos tempos, a atual temporada marcou a despedida de alguns outros contemporâneos notáveis de Roger Federer. Em todos os casos, a questão física foi o principal motivo para a queda de rendimento destes tenistas. Depois de Marat Safin em 2009, Andy Roddick, Juan Carlos Ferrero e Fernando González também penduraram as raquetes em 2012. Veja abaixo.

Roddick se aposentou no US Open (Foto: Getty Images)

Andy Roddick

Último americano campeão do US Open, em 2003, Roddick também chegou a outras três finais em Wimbledon, foi líder do ranking da ATP e terminou no Top 10 por 10 temporadas seguidas (2002-2010), mas desde o ano passado vinha mostrando sinais de decadência, com eliminações precoces em torneios importantes.

Demonstrando problemas físicos, o tenista teve um bom momento no primeiro semestre de 2012: a vitória sobre Roger Federer na terceira rodada do Masters 1000 de Miami. Na metade do ano, venceu os ATPs 250 de Eastbourne e Atlanta, chegando à marca de 12 temporadas seguidas conquistando ao menos um título (2001-2012).

Sem conseguir acompanhar os principais tenistas do circuito, Roddick anunciou sua aposentadoria após sua campanha no US Open, ono qual chegou até as oitavas de final, parando no argentino Juan Martin Del Potro após uma dura partida de quatro sets. Ao término do Grand Slam americano, o tenista constava em 27º lugar no ranking da ATP.

Juan Carlos Ferrero

Também conhecido como "Mosquito", pela sua agilidade e corpo franzino, o espanhol teve como auge a temporada de 2003, quando venceu Roland Garros, foi vice do US Open (perdeu para Andy Roddick na final) e alcançou a liderança do ranking da ATP.

Desde 2008, Ferrero vinha convivendo com inúmeras lesões, mas sempre conseguia se recuperar no ranking. Porém, os problemas físicos voltaram a incomodar o tenista. Nesta temporada, ele disputou apenas 16 jogos e venceu cinco, tendo como melhor momento o Masters 1000 de Roma, quando derrotou Gael Monfils e roubou um set de Roger Federer nas oitavas de final.

No dia 12 de setembro, Ferrero anunciou sua aposentadoria no ATP 500 de Valência, torneio em que ele possui sociedade com o compatriota David Ferrer.

Marat Safin

Em 1998, com apenas 18 anos, Safin surpreendeu o mundo do tênis ao bater em Roland Garros Andre Agassi e Gustavo Kuerten, à época defensor do título no saibro de Paris. Com um talento tão grande quanto sua explosão em quadra - em 1999, o tenista quebrou 49 raquetes -, o russo logo alcançou o sucesso no circuito, conquistando dois títulos de Grand Slam (US Open 2000 e Aberto da Austrália de 2005), torneios de nível Master, além da liderança no ranking em 2000.

Em 2005, venceu uma partida memorável de cinco sets contra Roger Federer, pela semifinal do Aberto da Austrália, onde chegou a salvar match point. Na decisão, enfrentou Lleyton Hewitt, que, mesmo com o apoio maciço da torcida australiana, foi superado pelo russo - foi seu segundo título de Grand Slam.

Com o sucesso, também vieram as lesões, especialmente no tornozelo e no ombro, que frequentemente faziam Safin despencar no ranking.

Acumulando mais derrotas do que vitórias em 2009, Safin decidiu se aposentar no Masters 1000 de Paris, onde foi campeão em três oportunidades. Seu último jogo foi contra Juan Martin del Potro, que o venceu com parciais de 6/4, 5/7 e 6/4.

Fernando González

Fernando González teve uma carreira de sucesso no circuito. O tenista chileno conquistou 11 títulos, chegou à decisão de dois torneios de nível Masters (Madrid e Roma) e foi finalista do Aberto da Austrália de 2007 (perdeu para Roger Federer), resultados que renderam um quinto lugar no ranking da ATP neste mesmo ano.

González se aposentou em Miami (Foto: Reuters)

Com um dos forehands mais potentes do circuito nos últimos tempos, González ganhou o apelido de "Mão de Pedra" e alcançou feitos significativos do torneio. O chileno é um dos poucos tenistas a alcançarem as quartas de final de todos os torneios de Grand Slam, e o único tenista a ganhar uma medalha de cada cor na história dos Jogos Olímpicos (foi bronze em simples e ouro nas duplas em Atenas 2004, além da prata conquistada em Pequim 2008).

O último grande momento de Fernando González no circuito foi em 2009, quando chegou à semifinal do Aberto da França (perdeu para Robin Soderling). Em 2010, o tenista passou por duas cirurgias, uma no quadril e outro no joelho, afastando-se das competições.

Em 2011, González tentou uma volta ao circuito, disputando torneios challengers. Em competições da ATP, fez oito jogos e venceu apenas três. As dores, junto com a falta de resultados, levaram o chileno a anunciar sua aposentadoria no início deste ano.

Seus últimos torneios foram os ATPs 250 Viña del Mar, São Paulo, Buenos Aires e o Masters 1000 de Miami, onde uma derrota em três sets para Nicolas Mahut colocou fim na carreira de Fernando González. Após esta partida, ainda na quadra, foi exibido um vídeo com diversos tenistas elogiando a carreira do "Mão de Pedra".

Fonte: Terra
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