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ATP

Ex-tenista defende liberação do doping e diz que Nadal é "suspeito"

16 jan 2013 - 10h25
(atualizado às 10h25)
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Ex-tenista profissional que teve como melhor ranking a 38ª posição em 2006, Christophe Rochus cobra a liberação do doping no esporte. Citando o caso do ex-ciclista americano Lance Armstrong, o belga critica a “hipocrisia” com que o tema é tratado pelas autoridades e, no tênis, classificou os longos afastamentos das quadras do espanhol Rafael Nadal e do sueco Robin Soderling como “suspeitos”.

Belga Christophe Rochus (à dir.) cumprimenta o irmão, Olivier, após derrota em Wimbledon 2002
Belga Christophe Rochus (à dir.) cumprimenta o irmão, Olivier, após derrota em Wimbledon 2002
Foto: Getty Images

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Em entrevista ao jornal belga La Libre, Rochus usou como ponto de partida o caso de Armstrong, heptacampeão da Volta da França que perdeu todos os seu títulos. Nesta semana, o americano confessou, em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, ter usado substâncias proibidas para melhorar o rendimento esportivo.

Rochus lembrou que Armstrong pagou profissionais para saber como não ser pego em exames antidoping e ressaltou que não é porque um atleta não é flagrado em testes do tipo que não utiliza substâncias proibidas.

No tênis, o belga classificou o doping como uma “realidade” sobre a qual ele falava “já dez anos atrás”, visto que é “um esporte cada vez mais físico”. Ele contou que, naquela época, em meio a declarações polêmicas, recebeu uma carta de ameaças da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) recomendando que não falasse mais sobre o assunto porque não tinha provas. Logo depois, porém, tenistas argentinos dos quais ele desconfiava foram pegos no doping - como Mariano Puerta, vice-campeão de Roland Garros em 2005.

No tênis atual, Rochus citou que os rumores sobre Nadal “permanecem rumores”, mas admitiu que “todo mundo se pergunta como ele pôde ser tão forte em Roland Garros e um mês depois dizer que não pode mais jogar”. Assim, o belga classificou como “suspeito” esse cenário, no qual o espanhol não atua há sete meses devido a uma inflamação no tendão patelar (síndrome de Hoffa) e a uma ruptura parcial no tendão rotuliano, ambas no joelho esquerdo. O atual número 4 do mundo jogou pela última vez na segunda rodada de Wimbledon, em 28 de junho, e foi heptacampeão de Roland Garros em 11 de junho. 

Rochus ainda citou o afastamento de outro tenista, Soderling, que “ganhou o torneio de Bastad em 2011 e depois não joga mais tênis”. O antigo quarto colocado do ranking está afastado das quadras desde o título conquistado na Suécia em julho de 2011, por causa de uma mononucleose. Segundo o belga, “não podemos negligenciar o fato de que isso seja muito suspeito”.

Christophe Rochus, 34 anos, parou de jogar na última temporada. O belga chegou à 38ª posição do ranking em 2006 e afirma que ele e o seu irmão, o também tenista Olivier Rochus, jamais se doparam.

Christophe ressaltou que Olivier, de 1,68 m, poderia ter tomado hormônios de crescimento para ter “17 cm” a mais e ter chances de ser top 10 mundial. Os irmãos, no entanto, pensam que algo do tipo não valeria a pena porque “esses produtos podem ser perigosos para a saúde”. Olivier Rochus, 31 anos, ocupou o 24º lugar do ranking em 2005 e atualmente está no 126º.

Christophe, de qualquer forma, defendeu a legalização do doping diante da “hipocrisia” com que o tema é tratado pelas autoridades. Ele destacou ainda que, embora substâncias do tipo possam prejudicar a saúde, os médicos não têm certeza disso. Ele apontou que cada jogador “deve fazer suas escolhas”, decidindo se querem “a qualquer preço estar entre os melhores do mundo” ou se aceitam “ser apenas um atleta muito bom”.

Fonte: Terra
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