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Feijão inflama "torcida de futebol" e é repreendido por juiz e Nadal

15 fev 2013 - 07h57
(atualizado às 08h45)
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<p>Vibração de Feijão contagiou os torcedores na arquibancada do Ginásio do Ibirapuera</p>
Vibração de Feijão contagiou os torcedores na arquibancada do Ginásio do Ibirapuera
Foto: Fernando Borges / Terra

A empolgação tomou conta de João Souza, apelidado de Feijão, na hora de enfrentar Rafael Nadal na segunda rodada do Brasil Open. Nesta quinta-feira, o brasileiro levantou o público que praticamente lotava os 9,3 mil assentos do Ginásio do Ibirapuera com uma postura inflamada, erguendo os braços durante o jogo para convidar os fãs a se manifestarem. Com um sorriso no rosto em entrevista após a partida, Feijão contou ter sido repreendido pelo árbitro de cadeira devido à atitude, a qual, segundo o tenista, também não agradou ao adversário espanhol.

"Eu não sabia, mas fazer assim com o braço não pode", disse Feijão, rindo enquanto repetia com os braços o gesto, semelhante ao que é feito por um jogador de futebol para pedir a participação do público nos estádios. "O juiz de cadeira disse que isso só pode ser feito na Copa Davis e eu falei: 'pô, não sabia, tá bom, não faço mais'. Busquei alguma forma de chamar os torcedores, que se identificam quando nós, atletas, estamos na quadra dando o nosso máximo e chamando eles para o jogo".

O episódio ocorreu após uma virada de game do segundo set, antes de Nadal sacar em 1/2. Os gestos de Souza inflamaram os fãs; muitos se levantaram e começaram a gritar “Feijão, Feijão”. Curiosamente, foi nesse mesmo game que o brasileiro teve a maior chance na partida, com o único break point no jogo, salvo por um bom saque do espanhol.

Após desperdiçar duas oportunidades de confirmar o serviço, Nadal finalmente o fez e depois se encaminharia para se classificar às quartas de final, vencendo por 6/3 e 6/4. Na virada de lado seguinte ao game em que houve os gestos, Feijão foi repreendido pelo juiz de cadeira, que não deu uma advertência formal ao jogador: não falou ao microfone, apenas comunicando o recado sem anunciá-lo ao público.

"Tentei fazer para me soltar. Até vi o Nadal fazendo com a cabeça (um sinal de não) tipo assim: 'que esse cara está fazendo?'. Foi a única coisa que veio na cabeça, e a torcida se identificou", prossegue Feijão, contando o que sentiu da reação do espanhol.

Como a reprimenda recebida por Souza só veio à tona na entrevista do jogador, ocorrida na noite desta quinta logo após a de Nadal, o espanhol acabou não sendo questionado sobre o assunto pelos jornalistas.

Ainda bem-humorado, Feijão respondeu desta maneira a uma pergunta sobre o que Nadal lhe havia dito ao fim da partida, no cumprimento junto à rede. "Estava muito barulho e acabei não percebendo. Dei a mão pra ele e falei 'bom jogo'. Ele deve ter falado... sei lá, 'bem jogado'".

Apesar da derrota, o brasileiro, número 140 do mundo, não deu mostras de tristezas após encerrar o desempenho no Brasil Open, no qual venceu três partidas para furar o qualificatório e mais uma na chave principal. Nas quatro vezes em que entrou na chave do torneio nacional, ele parou em duas ocasiões na estreia e agora conheceu a segunda eliminação na segunda rodada.

"A lição foi enfrentar o jogador mais bem ranqueado (da minha carreira). Nunca tinha jogado em um estádio tão cheio e tomara que não seja a última vez. Com experiência assim a tendência é só ir melhorando. Tomara que eu consiga melhorar meu ranking para jogar em estádios assim mais vezes", disse o jogador, 24 anos, que teve a 84ª como a melhor posição na ATP, obtida em setembro de 2011.

O brasileiro, que ressaltou novamente que enfrentar Nadal era "mais um jogo" do circuito, negou ter feito uma preparação especial para o confronto. Ele ainda se surpreendeu quando questionado se a partida havia sido a melhor da carreira, respondendo: "não, se tivesse saído com a vitória com certeza teria sido. Hoje (quinta-feira) foi um bom jogo, mas acabei não aproveitando as pequenas chances que tive". A principal delas veio logo após Feijão "transformar" o Ginásio do Ibirapuera em um estádio de futebol.

Fonte: Terra
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