Herói olímpico, González explica descarte a Londres: "sem energia"
- Henrique Moretti
- Direto de São Paulo
Responsável pela primeira medalha de ouro olímpica da história do Chile, Fernando González poderia adiar a aposentadoria e tentar um convite para disputar a Olimpíada de Londres 2012. O tenista admite que até pensou em competir no Reino Unido, mas mudou de ideia pois concluiu que não teria condições de conseguir um bom resultado.
"Sempre foi uma motivação, mas me dei conta de que não tenho a energia para estar preparado para lutar por Londres. Apesar dos grandes recordações, se for só para participar prefiro ir a passeio", afirmou o tenista, 31 anos e 266º do ranking, que nesta terça-feira perdeu na estreia no Aberto do Brasil, em São Paulo, para o russo Igor Andreev, o 121º: 6/2 e 6/3.
Esta pode ter sido a antepenúltima exibição oficial da carreira de González, que foi o número cinco do mundo em 2007 e conquistou 11 títulos como profissional, porém ficou realmente marcado pelo desempenho nos Jogos Olímpicos: conquistou em Atenas 2004 o ouro na duplas ao lado de Nicolás Massú e o bronze em simples; em Pequim 2008, levou a prata em simples.
Agora, o atleta só compete no ATP 250 de Buenos Aires, na próxima semana, antes de se despedir no Masters 1000 de Miami, que começa em 21 de março.
Em meio a esse cenário, o chileno contou com o apoio incondicional da torcida no Ginásio do Ibirapuera. "No Chile eu não tinha dito ainda, agora posso compartilhar com todo mundo. Então tenho que desfrutar de cada minuto de quando estou lá dentro".
No início de fevereiro, González competiu diante da torcida no ATP 250 de Viña del Mar. Ele venceu a primeira partida, contra o espanhol Pere Riba, mas perdeu na sequência para o brasileiro João Souza, o Feijão. Na ocasião, o tenista que lutou nos últimos dois anos contra lesões no quadril e no joelho ainda não havia divulgado que estava para parar - o que só o fez na última semana.
"A razão de (parar em) Miami - primeiro significa algo muito importante para mim. E não o fiz no Chile porque não seria capaz de suportar a carga emocional", apontou o chileno, que foi tricampeão em Viña del Mar: triunfou em 2002, 2004 e 2008.
