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ATP

Punido por dizer “quadra de m...”, alemão se choca com 1ª advertência

14 fev 2013 - 07h26
(atualizado às 07h27)
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<p>Kas discute com árbitro após penalização polêmica em São Paulo</p>
Kas discute com árbitro após penalização polêmica em São Paulo
Foto: Fernando Borges / Terra

No circuito profissional há tenistas que sonham em ser número 1 do planeta, em conquistar um Grand Slam, em alcançar o top 10 ou em simplesmente encerrar a carreira com um exemplo de fair play. O alemão Christopher Kas, 32 anos e 70° colocado do ranking mundial de duplas, pertence ao último grupo. Ele dizia “se orgulhar” do fato de jamais ter levado uma advertência na carreira – até esta quarta-feira, quando foi penalizado com a perda automática de um ponto após soltar a frase “quadra de m...” no Brasil Open.

Algo relativamente normal, uma advertência pode ser dada pelo árbitro de cadeira por abuso de bola, de equipamento ou verbal ou pelo desrespeito ao limite de 25 segundos de um ponto para o outro – entre outros casos. Também pode ser dada em caso de obscenidade audível, o que ocorreu quando Kas se irritou com as condições do saibro no Ginásio Mauro Pinheiro, estádio secundário do ATP 250 de São Paulo. Ao final da partida, ele e o compatriota Dustin Brown foram derrotados por 2 sets a 0 pelos italianos Simone Bolelli e Fabio Fognini, parciais de 7/5 e 6/2.

"Tivemos uma discussão porque Dustin tropeçou na linha e quase se machucou", conta Kas em entrevista exclusiva ao Terra. "Fognini perguntou o que estava acontecendo e eu disse: 'quadra de m...', somos amigos e falei com ele em italiano. Nessa ocasião o juiz deu um penalty point".

Mais do que a derrota, o que mais decepcionou o alemão foi a advertência – na verdade a segunda de sua dupla na partida, visto que antes Brown havia jogado uma bola para longe, e a soma de duas infrações acarretou a perda automática de um ponto. Logo após o jogo, a reportagem encontrou o alemão cabisbaixo, sentado em um lance de escada no lado de fora do ginásio. Ele se mostrava arrasado.

“Estou muito desapontado porque foi a primeira vez e queria terminar a carreira sem levar uma advertência ou a penalização de um ponto. Seria um ótimo feito de fair play e eu estava muito orgulhoso por jogar dez anos sem punição. Hoje (quarta-feira) estou muito desapontado por ter recebido porque acho que não mereci, mas para isso tem que falar com o juiz”, afirma.

O Terra tentou contato com o árbitro de cadeira da partida, mas a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) recomenda que os juízes não se manifestem sobre casos polêmicos - essa tarefa cabe ao supervisor da ATP no torneio, com o qual a reportagem requisitou formalmente uma entrevista nesta quarta, mas não teve sucesso.

<p>Kas se disse injustiçado após derrota no Brasil Open</p>
Kas se disse injustiçado após derrota no Brasil Open
Foto: Fernando Borges / Terra

Vencedor no jogo, Bolelli analisou que a punição à dupla alemã foi "exagerada". "Não precisava punir, nessas condições é normal um pouco de frustração. Eles disseram (o palavrão) em voz baixa, não tinha ninguém vendo", disse o italiano, que opinou sobre a quadra. "Creio que não se possa jogar um ATP 250 nessas condições: as linhas saltam, são milhares de buracos, não tem quique regular. Creio verdadeiramente que (a quadra) não seja regular".

Roberto Burigo, gerente geral do Brasil Open, disse que ocorreu no Mauro Pinheiro um problema com goteiras, o que atrasou a finalização das quadras. Ele ressaltou que um trabalho de “raspagem, nivelamento e troca do pó de telha que fica por cima” é feito entre os jogos e todas as noites por funcionários encarregados da manutenção. Ele agregou que "se as condições não estivessem jogáveis com certeza a ATP não permitiria que o jogo fosse iniciado".

Profissional desde 2001, Kas teve como melhor ranking em duplas a 17ª posição de fevereiro de 2012. Em simples, ele foi o número 224 do mundo em 2002 e não atua mais na modalidade. Entre os últimos dias 1º e 3, o jogador defendeu a Alemanha contra a Argentina pelas oitavas de final da Copa Davis, em Buenos Aires, e prolongou a estada na América do Sul, atuando no Brasil.

“Vemos que as pessoas estão tentando melhorar a quadra e admiro isso. Está ficando um pouquinho melhor, mas em geral as condições não são perfeitas”, afirma Kas, adotando cuidado para “não falar nada de errado”, como destaca. Ele conclui: “tentamos durante uma semana tirar o melhor de condições ruins, e para mim receber uma penalização reclamando das condições é muito decepcionante. Não sei... estou muito desapontado”.

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Fonte: Terra
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