Surpreso com ausência de astros russos, Bellucci afasta salto alto
Em sua sétima tentativa consecutiva de retornar ao Grupo Mundial da Copa Davis, o Brasil enfrenta a Rússia a partir da próxima sexta-feira, em São José do Rio Preto. Thomaz Bellucci, principal jogador do País, admite a surpresa pelas ausências de Mikhail Youznhy e Nikolay Davydenko, mas procura afastar qualquer tipo de euforia.
"Em termos de calendário, é um pouco complicado para um europeu viajar até o Brasil para jogar, da mesma forma como foi complicado para nós jogar na Rússia no ano passado. Mas fiquei surpreso por eles não terem trazido os dois principais jogadores da equipe", afirmou o tenista.
Na derrota por 3 a 2 diante da Áustria, último compromisso da Rússia na Davis, Youzhny e Davydenko formaram a dupla e ganharam um ponto. Atual 29º do mundo, o primeiro deve disputar o ATP 250 de Saint Petersburg a partir do dia 17 de setembro e o segundo, hoje 47º da lista e ex-top 3, já avisou que o torneio por nações não é sua prioridade.
Sem os dois astros, o capitão Shamil Tarpischev resolveu convocar Alex Bogomolov Jr., atual 73º colocado do ranking, e Igor Andreev, 100º da lista da ATP. Apesar das ausências de Youzhny e Davydenko, Bellucci, 40º do mundo, trata de elogiar a equipe rival. "O time deles perde força, mas a dificuldade vai ser parecida. O Bogomolov e o Andreev têm vários anos de circuito e a equipe russa ainda é forte. Os dois estão entre os 100 do mundo e jogam os maiores torneios. Não podemos entrar de salto alto, achando que já ganhamos. Temos que mostrar nossa superioridade em quadra", disse o brasileiro.
A equipe russa será completada pelos jovens Evgeny Donskoy, 22 anos e 119º do mundo, e Andrey Kuznetsov, 21 anos e 127º da lista da ATP - ambos são estreantes na Copa Davis. Coincidentemente, Bellucci também fez seu primeiro jogo no torneio em um playoff do Grupo Mundial (perdeu do austríaco Jurgen Melzer em 2007, com apenas 19 anos).
No playoff do ano passado da Copa Davis, a Rússia venceu o Brasil por 3 a 2. Na ocasião, o time capitaneado por João Zwetsch foi derrotado em uma quadra rápida armada em Kazan.
"A gente tem mais chance do que no confronto de 2011. Eles estavam em casa e no piso em que teoricamente temos mais dificuldade. Agora, a situação está invertida", analisou Thomaz Bellucci.
Na ocasião, ele chegou a ter dois match-points diante de Youzhny, mas não conseguiu fechar. "Espero um confronto muito equilibrado. Todos os pontos vão ser disputados até o último momento", previu.
"É mais fácil jogar fora de casa do que dentro. Quando você estreia como visitante, pode entrar como francoatirador e não tem nada a perder. Esses dois jogadores são novos. Enfrentei o Kuznetsov no quali de Nice nesse ano (o brasileiro venceu por duplo 7/5). Ele joga muito bem, está em ascensão e com certeza vai ser um grande tenista", alertou Bellucci.
Ele será acompanhado em São José do Rio Preto por Rogério Dutra da Silva, 112º do ranking da ATP, além dos duplistas Bruno Soares, 28º da lista de parcerias, e Marcelo Melo, 22º. Diante do forte dueto brasileiro, Bellucci acredita que o capitão russo colocará os dois jovens em quadra para poupar Andreev e Bogomolov.
"Acho que eles vão priorizar os pontos de simples, já que não contam com duplistas e a nossa parceria é teoricamente mais forte. Precisamos tomar cuidado, porque os russos vão entrar bem soltos. Jogando fora de casa, vêm como francoatiradores", declarou Bellucci.
Gazeta Esportiva
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