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"Xingado" de argentino no Brasil, Saretta entende chateação de Bellucci

15 fev 2013 - 10h12
(atualizado às 15h45)
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<p>Saretta assistiu a derrota de Bellucci nas arquibancadas do Brasil Open, em São Paulo</p>
Saretta assistiu a derrota de Bellucci nas arquibancadas do Brasil Open, em São Paulo
Foto: Fernando Borges / Terra

Das cadeiras do Ginásio do Ibirapuera, Flávio Saretta assistiu nesta quinta-feira ao brasileiro Thomaz Bellucci perder para o italiano Filippo Volandri e sair vaiado do Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O ex-tenista tem a participação no Brasil Open marcada pela partida contra Gustavo Kuerten em 15 de fevereiro de 2007. Na ocasião, Saretta foi chamado de "argentino" pela torcida que apoiava Guga, quando o torneio ainda era realizado na Costa do Sauípe.

Saretta relembrou a história em entrevista exclusiva ao Terra na noite desta quinta. Embora tenha classificado as duas situações como "diferentes", ele indicou entender a chateação de Bellucci, que após a partida se mostrou abatido em entrevista e disse: "abdico de muita coisa, para mim é difícil sair da quadra e ser vaiado dentro do País".

"Lógico que fiquei chateado por jogar com torcida contra, mas eu joguei contra o maior brasileiro de todos os tempos", afirma Saretta, em menção a Kuerten, tricampeão de Roland Garros e número 1 do mundo entre 2000 e 2001. "Na ocasião me chamavam de argentino, mas não eram todos também, era um grupo só. O legal é que eu soube manter a calma, o foco no jogo e acabei ganhando. Mas chateia sim: a gente é brasileiro e joga tão poucas vezes aqui no Brasil".

<p>Bellucci se irritou com tratamento dado pela torcida brasileira no Ginásio do Ibirapuera</p>
Bellucci se irritou com tratamento dado pela torcida brasileira no Ginásio do Ibirapuera
Foto: Fernando Borges / Terra

Natural de Americana, Saretta perdeu a concentração devido a um entrevero com torcedores no segundo set daquela partida. Nessa parcial, ele teve o saque quebrado após uma dupla-falta e chegou a, ironicamente, aplaudir o comportamento do público, além de ter sido vaiado após atirar a raquete no chão. O paulista perdeu esse set, mas bateu Guga por 2 a 1, com parciais de 6/2, 3/6 e 7/5, e avançou às quartas de final do Brasil Open de 2007. Ele seria eliminado na semifinal pelo espanhol Juan Carlos Ferrero.

Saretta, 32 anos, foi profissional entre 1998 e 2009, quando se aposentou após sofrer com uma série de lesões. O jogador, que teve como melhor ranking a 44ª posição em 2003, acompanhou a rodada no Ibirapuera nesta quinta. Questionado sobre as vaias a Bellucci, não quis se alongar porque disse que não havia lido as declarações do brasileiro mostrando tristeza pelo comportamento do público.

"Se ele ficou chateado tem as razões dele. Quem sou eu para julgar ele ou a torcida? Eu sou brasileiro e sempre vou torcer para os jogadores brasileiros", afirmou Saretta, que espontaneamente ainda comentou sobre a vitória do espanhol Rafael Nadal sobre o brasileiro João "Feijão" Souza, ocorrida depois da derrota de Bellucci.

"Vejo agora o Feijão de repente... está certo que é contra o Nadal, mas vi muita gente torcendo para o Nadal compulsivamente. Eu acho um pouco... não sei se aconteceria isso em outro país, mas faz parte, a gente não pode obrigar ninguém a torcer para a gente".

Feijão e Soares opinam sobre vaias a Bellucci:

As vaias ouvidas por Thomaz Bellucci repercutiram também na entrevista de outros dois jogadores brasileiros que entraram em quadra nesta quinta-feira no Brasil Open. Derrotado por Rafael Nadal, Feijão disse ter visto “pouco” do jogo de Bellucci: “ouvi dizer que ele foi vaiado e saiu triste, mas com certeza deu o máximo dele em quadra. Ele não é de entregar jogo, baixar a cabeça”.

Souza, que saiu aplaudido do Ibirapuera após perder por 6/3 e 6/4 para Nadal, foi questionado ainda se ele se considerava o “número 1 do Brasil” na concepção dos torcedores do País. "Não, o número 1 é o Thomaz. De repente o Thomaz não teve um bom dia. Não me considero número 1, não; é o Thomaz, espero um dia chegar para uma disputa sadia com ele", afirmou Feijão, que é o 140º colocado do ranking mundial – Bellucci ocupa o 35º lugar.

Bruno Soares, que ao lado do austríaco Alexander Peya avançou à semifinal da chave de duplas do Brasil Open, disse que não viu "nada" da vitória de Filippo Volandri. Informado sobre as vaias a Bellucci, o mineiro comentou: "a gente sabe que a vida do Thomaz não é fácil. Convivo com ele, é um cara super bacana, mas é tímido. Obviamente para perder por 6/3 e 6/2 para o Volandri não deve ter jogado muito bem. É difícil julgar o cara em um dia ruim, com certeza ele queria jogar bem no Brasil Open".

Fonte: Terra
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