Capitão aposta na dupla Melo e Soares contra os irmãos Bryan
20 set2012 - 05h00
(atualizado às 07h46)
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Os mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares geralmente entram em quadra como favoritos em confrontos da Copa Davis, mas serão azarões na próxima participação nacional na competição. No retorno ao Grupo Mundial, o Brasil tem como adversário os Estados Unidos, dos irmãos Mike e Bob Bryan, e o capitão João Zwetsch acredita que seus comandados podem derrotar a principal parceria do mundo.
Apesar do favoritismo dos irmãos Bryan no possível duelo com Melo e Soares, são os brasileiros que levam vantagem no retrospecto do confronto direto entre as duplas. No total, as parcerias se enfrentaram três vezes pelo circuito profissional, com duas vitórias do time formado pelos mineiros.
"Eles têm uma dupla incontestável. É a melhor do mundo, não tem como dizer outra coisa dos Bryan. Ninguém conseguiu o currículo que eles têm", afirmou o capitão brasileiro sobre a parceria dona de 12 títulos de Grand Slam. "Mas o Marcelo e o Bruno já ganharam deles e jogando o que sabem tem condições de ganhar", afirmou.
O primeiro duelo entre as duas duplas ocorreu na segunda rodada de Roland Garros de 2010, em que os brasileiros venceram. Já na estreia do ATP 500 de Washington do ano seguinte, nova vitória nacional. O único triunfo dos americanos ocorreu na semifinal do ATP 500 de Valência do mesmo ano. Diferentemente dos americanos, Melo e Soares não são mais parceiros regulares, mas têm demonstrado eficiência quando jogam juntos.
Apenas nesta temporada, defenderam o Brasil duas vezes na Copa Davis, com duas vitórias, e chegaram às quartas de final da Olimpíada de Londres 2012. Em confrontos pela competição de países, eles perderam apenas um jogo, nos playoffs de 2010 para os indianos Mahesh Bupathi e Leander Paes.
Os americanos, donos de 81 títulos do circuito profissional, também têm currículo invejável na Copa Davis. Jogaram juntos 22 vezes representando os Estados Unidos e perderam apenas dois jogos. O último revés na competição foi em 2008, quando perderam para os franceses Arnaud Clement e Michael Llodra.
"Os duelos de Davis têm uma questão emocional envolvida e isso é muito forte no Marcelo e no Bruno. É curioso porque tem todo o contexto, o jogo das duplas é muito influenciado pelos resultados de simples do dia anterior. A coisa toda pode mudar, cria um novo contexto. Mas acredito mesmo nos meninos", explicou Zwetsch.
O Brasil está no Grupo Mundial da Copa Davis pela primeira vez desde 2003. Em 16º lugar no ranking, enfrenta um dos 8 melhores colocados na rodada inicial, em fevereiro de 2013. Três enfrentamentos seriam em casa, provavelmente no saibro, três fora e dois decididos por sorteio. O chaveamento será decidido nesta quarta-feira, às 7h (Brasília). Veja a seguir os possíveis rivais do Brasil:
Foto: Getty Images
Espanha - 1º lugar - em casaPentacampeã, dona de três dos últimos quatro títulos e novamente na final. A Espanha ainda ganhou os últimos 26 duelos que disputou no saibro, piso preferido dos brasileiros. A derrota mais recente foi em 1999, para o Brasil de Gustavo Kuerten. A dúvida é a participação de Rafael Nadal (4º), que está com uma lesão no joelho e deve reduzir o calendário. O 2º melhor espanhol é David Ferrer (5º), que perdeu para Bellucci em Monte Carlo
Foto: Getty Images
República Checa - 2º lugar - em casaO time checo gira em torno do sexto do mundo Tomas Berdych (à dir.), principal tenista do país. Na semifinal desta temporada, contra a Argentina, ele venceu suas duas partidas de simples e ainda ajudou nas duplas. Radek Stepanek é o segundo tenista da República Checa e o nono melhor duplista do mundo. Eles venceram o Brasil em 2002, no carpete
Foto: Getty Images
Argentina - 3º lugar - fora de casaOs vizinhos têm o oitavo melhor tenista do mundo, Juan Martín Del Potro, e um excelente jogador de Copa Davis, David Nalbandian. Os dois, porém, sofrem com recorrentes problemas físicos, e não se sabe em que condições estarão em fevereiro. O Brasil leva vantagem nas duplas. Eduardo Schwank é o argentino mais bem colocado, em 62º
Foto: Getty Images
Sérvia - 4º lugar - sorteioPor causa da Olimpíada de Londres, Novak Djokovic (2º) não disputou a Copa Davis nesta temporada e a Sérvia caiu nas quartas de final para a República Checa. Ano que vem, deve tentar dar mais um título ao país, como fez em 2010. Sem ele, a responsabilidade cairia nas costas de Janko Tipsarevic (9º), que jogou duas vezes com Bellucci em julho: ganhou uma e perdeu outra
Foto: Getty Images
França - 5º lugar - fora de casaA França tem três tenistas no top 20: Jo-Wilfried Tsonga (7º), Richard Gasquet (14º) e Gilles Simon (20º). Gael Monfils (44º) estaria próximo, não fosse uma lesão que o impede de jogar desde maio. Thomaz Bellucci enfrentou Tsonga duas vezes no segundo semestre e fez jogo duro, mas perdeu ambas. A equipe ainda conta com o especialista em duplas Michael Llodra
Foto: Getty Images
Estados Unidos - 6º lugar - fora de casa O saibro poderia atrapalhar o melhor tenista americano John Isner (10º), mas a partida será nos Estados Unidos, provavelmente em quadra dura. A dupla também tem páreo duro, contra os líderes do ranking Bob e Mike Bryan (foto). Mardy Fish (22º) passou por cirurgia no coração e talvez não esteja em plenas condições físicas. Sam Querrey (26º) seria a opção
Foto: Getty Images
Croácia - 7º lugar - em casaThomaz Bellucci perdeu duas vezes de Marin Cilic (13º), mas os jogos foram em quadra rápida. O confronto da Davis provavelmente seria no saibro. O segundo melhor croata é Ivo Karlovic, que venceu duas partidas contra o Brasil na repescagem de 2008. Ivan Dodig, 24º duplista do mundo, joga no circuito com o brasileiro Marcelo Melo (19º)
Foto: Getty Images
Cazaquistão - 8º lugar - sorteioTalvez o adversário mais acessível, principalmente se o sorteio colocar o confronto no Brasil. O país asiático tem apenas um jogador no top 100, o 72º do ranking Mikhail Kukushkin. O segundo melhor ranqueado é Andrey Golubev, 168º, que foi parceiro de Yuri Schukin (189º em duplas) na repescagem contra o Uzbequistão