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Grand Slam

Daniel quer repetir aposentadoria de Guga e cogita ser técnico

6 mai 2011 - 10h10
(atualizado às 13h55)
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Ex-líder do ranking mundial e tricampeão de Roland Garros, Gustavo Kuerten encerrou sua carreira com uma derrota diante do francês Paul-Henri Mathieu na primeira rodada da edição de 2008 do Grand Slam francês. Enquanto se prepara para repetir a despedida do astro, que também parou por limitações físicas, Marcos Daniel pensa no futuro e não descarta a possibilidade de virar técnico.

"Vou chegar em Roland Garros extremamente mal treinado, mas estou indo para curtir, nem tenho a expectativa de vencer. Quero ver se consigo levar a minha família junto para passear e curtir o momento. Antes, eu viajava a Paris com aquela motivação diferente: 'quero ganhar de qualquer jeito'. Agora, vou para me despedir dos amigos", disse Daniel.

Aos 32 anos, ele não planejava encerrar sua carreira nesta temporada. No entanto, uma séria lesão no ombro direito antecipou a aposentadoria: além de bursite, o tenista sofreu uma fratura por estresse na clavícula e ruptura parcial do tendão. Em Balneário Camboriú, o gaúcho torce por três desistências para entrar na chave de Roland Garros.

O único plano de Marcos Daniel para depois do Grand Slam francês é fazer uma viagem de moto por Chile e Argentina ao lado de alguns amigos. Ainda que não saiba exatamente de que maneira, ele pretende continuar ligado ao tênis, e virar treinador é uma das possibilidades.

"Não teria problema algum (para ser técnico). Seria uma coisa natural para mim, porque tenho a experiência de ter jogado tênis a vida toda. Se tivesse começar do zero e estudar, seria complicado. Digamos que agora estou desempregado. Vamos ver o que me aguarda", declarou.

O gaúcho vive em Balneário Camboriú e é treinado por Larri Passos, que comanda Thomaz Bellucci, atual número 1 do Brasil no ranking mundial, e algumas das maiores promessas do País, como o alagoano Tiago Fernandes. Ainda sem futuro definido, Daniel cogita trabalhar ao lado do atual técnico no futuro.

"Podemos fazer alguma coisa junto com o Larri na academia, ainda não sei. Posso trabalhar viajando com outros tenistas, desenvolvendo os jovens. Tudo ainda é muito recente. Estou esperando propostas, buscando alguma cosa aqui e ali. Quero aproveitar minha experiência para continuar ajudando", explicou.

Após o anúncio de Marcos Daniel, nomes Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni e Paulo Cleto elogiaram a carreira do tenista publicamente, reconhecimento que deixou o próprio satisfeito.

"É bacana ver que a imagem que ficou foi a que sempre tentei passar como pessoa na minha carreira: ser um cara correto e que trabalha bastante. As coisas nunca caíram do céu para mim", disse.

Dono de 14 Challengers, ele chegou a ser o 56º do mundo e foi semifinalista do ATP 250 de Gstaad-2009. "Consegui realizar o sonho de ser um tenista profissional e defender o Brasil na Copa Davis", pontuou Daniel.

Antes de anunciar o encerramento de sua carreira após cair na primeira rodada do ATP 250 de Estoril, na semana passada, Marcos Daniel conversou com Larri Passos, que estava com Thomaz Bellucci no torneio português. A posição do treinador, diferente da usual, influenciou na tomada de decisão.

"O Larri me surpreendeu, porque antes ele sempre falava para eu seguir firme que daria tudo certo no final do ano, e acontecia. Desta vez, ele disse: 'sei que agora complicou'. O Larri sabia da gravidade da lesão, eu não estava conseguindo ganhar nem dos meninos no treino. Não tinha por que ficar enganando o público", contou Daniel.

Como convive com uma série de lesões desde o início da carreira, o tenista já vislumbrava a possibilidade de se aposentar há alguns anos. Desta forma, ele não prevê maiores dificuldades para se acostumar com a rotina do lado de fora das quadras.

"Eu precisava de um descanso para a cabeça mesmo. Agora, estou com dor nas costas, mas não preciso ficar preocupado, porque não tenho que treinar duro amanhã. Diferente de outros tenistas, pelos vários problemas físicos que já tive, parar não é uma novidade para mim. Acho que estou me aposentando no momento certo", encerrou.

Thomaz Bellucci, maior nome do tênis brasileiro desde a aposentadoria de Guga, exibiu nesta quinta-feira o melhor de seu tênis e venceu surpreendentemente o britânico Andy Murray, número 4 do mundo e uma das maiores estrelas do tênis mundial, por 6/4 e 6/2, em jogo válido pelas oitavas de final do Masters 1000 de Madri
Thomaz Bellucci, maior nome do tênis brasileiro desde a aposentadoria de Guga, exibiu nesta quinta-feira o melhor de seu tênis e venceu surpreendentemente o britânico Andy Murray, número 4 do mundo e uma das maiores estrelas do tênis mundial, por 6/4 e 6/2, em jogo válido pelas oitavas de final do Masters 1000 de Madri
Foto: AFP
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