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Grand Slam

Sonho de Murray termina em lágrimas mais uma vez

8 jul 2012 - 18h10
(atualizado às 19h28)
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Andy Murray descobriu que pode "chorar como Roger Federer, mas "não pode jogar como ele", no dia em que o sonho de encerrar "150 mil anos" de sofrimento britânico chegou ao fim sob a quadra coberta de Wimbledon, neste domingo.

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Dois anos depois de Murray fazer um discurso de vice-campeão soluçante no Aberto da Austrália, lágrimas de desespero escorriam novamente na Quadra Central em Londres depois que seu esforço para por fim a 76 anos de espera britânica por um título de Grand Slam se desfez sob a mágica de Federer.

Enquanto o suíço exultante erguia a taça dourada e igualava o recorde de sete títulos em Wimbledon de seu herói Pete Sampras e de William Renshaw, Murray olhava para o céu se indagando sobre o que poderia ter sido e não foi.

A vitória de Federer, em parciais de 4-6, 7-5, 6-3 e 6-4, deixou Murray em prantos, 15 mil torcedores murchos e 60 milhões de britânicos se perguntando se, e quando, a angustiante busca pelo título masculino de simples em um dos quatro grandes eventos do tênis terminará.

Desde que Fred Perry conquistou o primeiro de oito títulos do Grand Slams no Aberto do EUA de 1936, 286 grandes torneios transcorreram sem um campeão britânico à vista.

Surgiram vencedores do Egito ao Equador, da Romênia ao México, da Croácia à África do Sul, da Hungria ao Brasil. Vinte e duas nações diferentes se impuseram sobre todas as outras em um dado momento.

Mas o país que sedia o torneio de tênis mais famoso do mundo se tornou motivo de chacota por não conseguir produzir um campeão em mais de três quartos de século.

"Já faz quanto? Uns 150 mil anos?", brincou Federer na véspera da vitória sobre Murray na final do Aberto da Austrália de 2010.

Quando Federer se deu conta que Murray estaria em sua alça de mira novamente neste domingo, preparou-se para o desafio dizendo: "eu sempre digo, em qualquer país que esteja, que quero jogar com o herói local, e Andy é exatamente isso aqui em Wimbledon".

Não surpreende que Murray estivesse soluçando ao final do embate de 3 horas e 24 minutos, no qual Federer comemorou seu espantoso 17o título de Grand Slam e o britânico foi consolado por 15 mil fãs solidários.

"Vou tentar, não vai ser fácil", declarou Murray à plateia tentando conter as lágrimas para concluir o discurso de vice-campeão.

"Outro dia me disseram 'esta é sua melhor chance porque Roger tem 30 anos agora'. Ele não está nada mau para 30 anos", disse.

"Vou começar a chorar de novo... todos sempre falam da pressão de jogar em Wimbledon, de como é duro... as pessoas que assistem tornam bem mais fácil jogar, fazem com que seja incrível", acrescentou Murray recebendo uma salva de palmas entusiasmada da multidão.

Aos prantos, Murray posa com a salva de prata após ser derrotado na quarta final de Grand Slam da carreira
Aos prantos, Murray posa com a salva de prata após ser derrotado na quarta final de Grand Slam da carreira
Foto: Reuters
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