Valente, Murray se curva a um Djokovic implacável no Aberto da Austrália
Andy Murray correu e correu até gastar a sola dos pés, e ainda assim não bastou. As esperança de conquistar um segundo título consecutivo de Grand Slam do britânico foram frustradas pela resistência e pelo brilho defensivo de Novak Djokovic, número um do mundo, na final do Aberto da Austrália.
A vitória do sérvio por 3 a 1 (6/7, 7/6, 6/3 e 6/2), neste domingo, foi a quinta derrota de Murray em seis finais de Grand Slam. Mas depois de ter desencantado no Aberto dos EUA batendo Djokovic em setembro, é improvável que a mágoa do escocês dure tanto tempo desta vez.
Tendo disputado uma semifinal de cinco sets com Roger Federer e tido um dia a menos que o sérvio para se recuperar, Murray aparentou calma, salvou cinco pontos de quebra no primeiro set e jogou um tie break soberbo para sair na frente.
Mas sua grande chance chegou e se foi no segundo game do set seguinte, quando tinha 0/40 sobre Djokovic e não conseguiu fechar o game. Foi o divisor de águas da partida.
"Eu estava conseguindo vários 0/15, 15/30, 0/30, e não soube capitalizar minhas chances no saque dele", disse Murray aos repórteres. "Esse foi o lado decepcionante. Joguei um bom segundo set. Criei algumas oportunidades e não as aproveitei pra valer. Essa foi a diferença".
Os dois tenistas de 25 anos, nascidos em semanas consecutivas, estão separados por duas posições no ranking, mas mostraram novamente que, quando se enfrentam, a distância entre eles é mínima.
Murray declarou estar um pouco duro após o esforço contra Federer, mas o preocupante era uma bolha feia em seu pé direito, que afetou sua habilidade de frear e mudar de direção.
Tendo recuperado a energia no final do segundo set, Djokovic colocou Murray para correr de um lado para o outro, aumentando lentamente sua dor. Ainda assim, só no oitavo game do terceiro set, com duas horas e 51 minutos de jogo, Murray entregou a primeira quebra de serviço com uma bola na rede.
As trocas de bola fulminantes começavam a cobrar seu preço, e Murray cedeu o saque de novo no terceiro game da quarta etapa --e o jogo praticamente terminou ali. Murray negou que a bolha tenha afetado suas chances e afirmou estar mais do que feliz por chegar à terceira final do Aberto da Austrália e sua terceira final consecutiva de Grand Slam.
"Nesses últimos meses joguei o melhor tênis da minha vida", disse. "Cheguei à final de Wimbledon, venci a Olimpíada, o Aberto dos EUA e cheguei perto disso aqui. Sei que ninguém conquistou um Grand Slam logo depois de vencer seu primeiro. Não é a coisa mais fácil de fazer, e eu cheguei muito perto. Esta é a primeira vez em que derrotei Roger em um Grand Slam em cinco sets. Acho que lidei bem com as circunstâncias, as idas e vindas da partida. Senti-me muito mais à vontade na quadra hoje do que até mesmo no Aberto dos EUA, isso é um lado positivo", concluiu.