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Tênis

Guga e Djokovic reforçam veia social ao inaugurarem quadra na Rocinha

16 nov 2012 - 17h16
(atualizado às 17h41)
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Com Guga, Djokovic inaugurou quadra de tênis na Rocinha
Com Guga, Djokovic inaugurou quadra de tênis na Rocinha
Foto: Mauro Pimentel / Terra
André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

Ao inaugurarem a primeira quadra de tênis em uma favela, sob a guarda de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, Gustavo Kuerten e o sérvio Novak Djokovic mostraram que, muito além do carisma, possuem também uma outra característica em comum: a preocupação com o trabalho social.

No Rio para o desafio de tênis marcado para este sábado, no Maracanãzinho, ambos relembraram que são "obras do acaso" em países com pouca tradição no esporte tido como de elite. No discurso, aproveitaram o status que o topo do ranking da ATP proporciona (cada um na sua época, obviamente) para servirem de inspiração aos mais jovens para seguirem os mesmos passos.

"O esporte é uma mensagem muito importante. Se pudermos contribuir para a sociedade, estamos feliz com isso. É uma oportunidade única para nos divertirmos com as crianças", disse Djokovic, que bateu bola com a garotada em meia quadra, tratando de cumprimentar os que conseguiam rebater as bolas lançadas por ele.

"Como foi no caso do Novak e no meu, ele (um novo Guga) surgiu do acaso, mas a ideia é que hoje nós tentamos montar uma plataforma para não depender tanto desse acaso. Temos jogadores com padrão de top, mas não dá para projetar um número 1 do mundo de uma hora para outra, é preciso alimentar e dar condições para isso", reforçou Guga, que também fez a alegria dos moradores da Rocinha, que o cercaram em busca de um autógrafo. Há anos já que ele comanda o Instituto Gustavo Kuerten, justamente com o objetivo de estimular os mais jovens no gosto pelo tênis.

"A preocupação com a vida vai além do tênis. Tive que usar essa vivência para motivar e inspirar as crianças. Eu vejo isso nele, e percebo em mim. É natural, a gente vive dessa forma. São filosofias de países que têm sabor pela vida", completou catarinense o ex-número 1 do mundo (entre 2000 e 2001, quando desbancou ninguém menos que os americanos Andre Agassi e Pete Sampras), passando a palavra para o atual líder do ranking mundial da ATP.

"Nós, como tenistas, nos sentimos responsáveis de retornar para as pessoas, especialmente as crianças, contribuindo para estas instituições devolvendo o que ganhamos. Minha instituição existe desde 2007, nós acreditamos que é a fase mais importante da vida das crianças de desenvolver o seu potencial. Nós podemos ajudar a mudar a vida deles", retribuiu o sérvio, que comanda trabalha social semelhante em sua terra natal.

Novak Djokovic cresceu sob a tensão do desmembramento da então Iugoslávia e, além de não contar com nomes de referência no esporte que aprendeu a amar, ainda conviveu com guerras civis no início da década de 90.

"Eu, pessoalmente, venho de um país com problemas econômicos, guerras, e eu cresci em tempos difíceis. Eu consegui realizar o sonho de ser o melhor, mas quantos conseguem ter essa oportunidade? Graças à minha fundação nós podemos ajudar, dar oportunidade à educação, ao esporte, nutrição, nós podemos contribuir. É questão de boa vontade, de ter um bom coração. Isso é parte de nós", completou.

Fonte: Terra
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