PUBLICIDADE

Tênis

Murray inova com treinadora e ataca "sexismo" no esporte

30 jan 2015 - 08h44
(atualizado às 10h19)
Compartilhar
Exibir comentários

Atual número seis do mundo, Andy Murray retornou, nesta quinta-feira, à uma final de Grand Slam depois de um ano e meio. Ao vencer Tomas Berdych na primeira semifinal do Australian Open, o britânico encerrou jejum que perdurava desde Wimbledon-2013, torneio do qual foi campeão. E, ao conceder a tradicional entrevista logo após o jogo, Murray surpreendeu. Não porque falou algo condenável ou que pudesse ofender alguém. Muito pelo contrário: por dar um show de humanidade e colocar o dedo em uma das maiores feridas do tênis na atualidade.

O britânico de 27 anos aproveitou a oportunidade de estar com os holofotes de todo o planeta sobre si para exaltar o trabalho de sua treinadora, a ex-tenista Amelie Mauresmo. Desde que firmou parceria com a francesa em junho do ano passado, Murray passou a ser muito criticado – pelo fato de ser comandado por uma mulher. Nesta quinta-feira, ao chegar à final do Australian Open, então, o britânico deu um recado a todos os críticos.

<p>Andy Murray foi criticado por ser treinado por uma mulher: Amelie Mauresmo</p>
Andy Murray foi criticado por ser treinado por uma mulher: Amelie Mauresmo
Foto: Quinn Rooney / Getty Images

"Muita gente me criticou por trabalhar com ela. E eu acho que nesta semana mostramos que uma mulher pode ser uma boa treinadora também", declarou Murray, que até o meio de 2014 era treinador pelo ex-número do mundo Ivan Lendl. "Eu sou muito grato a Amelie por ela ter aceitado me treinar. Acho que foi uma escolha corajosa e espero que, daqui a alguns dias, tudo possa valer a pena”, acrescentou o britânico, que terá pela frente na decisão o sérvio Novak Djokovic.

<p>Ex-tenista francesa vem iniciando carreira como técnica</p>
Ex-tenista francesa vem iniciando carreira como técnica
Foto: Wayne Taylor / Getty Images

Sob a tutela de Lendl, Murray deu um salto na carreira e venceu dois títulos de Grand Slam (US Open-2012 e Wimbledon-2013) e uma medalha de ouro olímpica (Londres-2012). A parceria acabou em junho de 2014, quando o tenista anunciou que seria treinador por Mauresmo. O fato gerou inúmeras críticas da imprensa britânica e também de Virginia Wade, lenda do tênis e única britânica da história a já ter vencido os quatro Grand Slams na carreira.

O atual número seis do mundo, contudo, seguiu trabalhando com a francesa e hoje colhe os frutos disto. No Twitter, Murray até publicou uma mensagem com a hashtag #Maismulheresnoesporte. Este ataque ao sexismo deve mexer com o tênis, que, no fim do ano passado, protagonizou polêmica envolvendo machismo na Espanha. Na ocasião, o tio e técnico de Rafael Nadal, Toni, criticou a escolha de Gala Léon para ser treinadora da seleção espanhola, acusando-a de não conhecer o tênis masculino suficientemente para comandar o time.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade