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WTA

Elogiada por Meligeni, pupila de Larri Passos vive transição precoce

15 ago 2011 - 08h55
(atualizado às 09h33)
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O porte físico de Beatriz Haddad Maia, 1,84m, não condiz com os 15 anos de idade. Assim como seu tênis. Elogiada por Fernando Meligeni e Paulo Cleto, a jovem pupila do técnico Larri Passos vive uma transição precoce para os torneios de nível profissional e registrou o primeiro ponto no ranking mundial da WTA na semana passada.

Dono de três títulos de primeira linha, Fernando Meligeni, 25º do mundo em 1999, acompanhou um jogo na campanha que levou a garota ao vice-campeonato do future realizado no Clube Paineiras, há duas semanas. "Parabéns, Bia. Belo jogo. Gostei, focada, metendo a mão na bola e agressiva. Torço muito por você", escreveu o ex-tenista no Twitter.

Na semana passada, Meligeni promoveu uma clínica durante o torneio realizado no Clube Espéria e encontrou Bia Haddad pessoalmente. Ela nasceu no mesmo ano de Carolina Meligeni Alves, sobrinha do ex-jogador, e ficou lisonjeada com os elogios do antigo tenista.

"Quando eu tinha uns 10 anos, fui para a final de um torneio com a Carol, e o Fernando me entregou o troféu. Achei a coisa mais legal do mundo. Agora, ele apareceu, viu um pouco do meu jogo e fiquei super contente, porque ele foi um grande jogador. O Fernando me parabenizou e eu agradeci", explicou Bia.

Já Paulo Cleto, técnico do Brasil na Copa Davis por 17 anos, usou seu blog para elogiar a garota. "Bia Maia é o maior talento do tênis feminino em muito tempo. Bia é a melhor juvenil brasileira já há algum tempo. Em breve, muito breve, será a melhor tenista do país. Bia tem um tênis bonito de se assistir, bate muito bem na bola, sabe acelerar e mexer a bola como poucas vezes vi uma tenista nessa idade fazer", escreveu.

Na transição para os torneios profissionais, a garota com idade de juvenil enfrenta adversárias muito mais experientes e melhor ranqueadas. No future realizado no Paineiras, ela chegou até a final pela primeira vez, mas foi derrotada por Maria Fernanda Alves, 13 anos mais velha e com uma participação na chave de duplas do Aberto da Austrália, em 2005.

"Não estou sentindo tanta pressão por disputar torneios profissionais, consigo jogar solta. Tenho que levar numa boa e lutar como se fosse um jogo normal. Quero ver a realidade dos torneios profissionais. Acho que a diferença maior é a parte mental. No nível de jogo, mesmo no juvenil tem umas meninas que são iguais ou melhores do que as daqui do profissional, principalmente no exterior", explicou.

Na terra de Guga

Elogiada por Meligeni e Cleto, Bia Haddad, que treina na academia de Larri Passos desde o fim de 2010, está associada a mais um nome de peso na história do tênis nacional. Ela deixou São Paulo para morar sozinha em Balneário Camboriú e é uma das integrantes do projeto idealizado por Gustavo Kuerten para formar tenistas visando as Olimpíadas de 2016, além de contar com apoio dos Correios para viajar.

Bia Haddad disputou as chaves principais de simples e duplas de Roland Garros e Wimbledon nesta temporada. Nos Grand Slams juvenis, a menina de 15 anos teve a oportunidade de ver seus ídolos de perto.

"Não é que tomei um susto, mas é muito diferente dos torneios daqui. Quando você está batendo bola e olha para o lado, está o Federer, o Nadal. Você vê uns jogadores que precisa falar: 'calma'. É como se fosse um parque de diversões. Foi animal!", lembrou.

Em Roland Garros, ela perdeu na estreia em simples e duplas. Em Wimbledon, foi eliminada na segunda rodada pela americana Victoria Duval e, com a russa Mayya Katsitadze, alcançou a semi de duplas. No final de agosto, participa do Aberto dos Estados Unidos.

"Na academia em Camboriú, comecei a treinar muito mais duro e melhorei bastante, principalmente a parte mental. Tinha muita coisa que eu achava que seria fácil e na verdade é muito mais difícil do que eu imaginava", contou Bia, que já bateu bola com Guga e, sempre que o calendário permite, treina diretamente com Larri: "ele é muito bom".

Na medida em que o técnico passa a maior parte do tempo ao lado de Thomaz Bellucci no Circuito da ATP, Bia é acompanhada por Roberto Carvalho. "Neste momento, o que menos importa é o ranking", disse o treinador, que considera fundamental a chance de atuar na Europa: "é a nata do tênis mundial, onde as meninas crescem e veem a dificuldade que é ser uma grande jogadora".

Diferente de boa parte das garotas de sua idade, Bia não se incomoda com a disciplina necessária para seguir carreira profissional no tênis, já que gosta de dormir cedo. Ela estuda de manhã, treina à tarde e conta com a flexibilidade de seu colégio para manter o curso.

Além de comandar Thomaz Bellucci, Larri Passos também treina esperança do tênis feminino brasileiro
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Foto: Marco Rosa / Terra
Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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