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Tênis

"Carrasco" de Federer, Nalbandian admite obsessão pela Davis

14 fev 2012 - 14h35
(atualizado às 15h06)
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Henrique Moretti
Direto de São Paulo

David Nalbandian, 30 anos, provavelmente tinha talento para ganhar Grand Slams e ser número um do mundo. O tenista, porém, já deixará as quadras feliz caso cumpra o sonho de levar a Argentina ao inédito título da Copa Davis, conforme admitiu em entrevista nesta terça-feira, véspera de sua estreia contra o francês Benoit Paire no Aberto do Brasil de tênis.

"É uma prioridade", resumiu o tenista. "Tomara que possa me retirar um dia tendo ganhado a Copa Davis. Sempre gostei, me parece uma competição incrível, tomara que possa deixar o tênis com essa recordação".

A Davis é um dos pontos altos da carreira de Nalbandian desde que ele estreou na competição, em 2002. Em dez anos, ele soma 36 vitórias e dez derrotas no evento em simples e duplas - ou 78,2% de aproveitamento -, número superior até ao da lenda Guillermo Vilas, campeão de quatro Slams na década de 1970 - que ostenta 70,3% (57 vitórias e 24 derrotas).

Embora tenha contado com tenistas como Vilas, José Luís Clerc, Gastón Gaudio e Guillermo Coria, todos ex-top 10, e atualmente tenha ainda o número 10 do mundo Juan Martín del Potro, a Argentina jamais venceu a Davis. Na época de Nalbandian foram três finais, com derrotas em 2006, 2008 e 2011. O outro vice-campeonato foi em 1981 - trata-se do único país na história que disputou quatro decisões e jamais levantou o troféu.

"Não posso opinar pelo resto dos jogadores", disse o ex-número três do mundo, ao ser questionado se os companheiros antigos e os da atualidade não priorizam a competição. Del Potro, por exemplo, não participou da vitória por 4 a 1 sobre a Alemanha em Bamberg, no último fim de semana, para se focar em seu calendário individual. "Creio que seja uma competição muito difícil pela distância que há entre uma série e outra".

Apenas o apelido de "besta negra" com o qual Roger Federer já se referiu a Nalbandian no início da década de 2000 comprova o potencial do sul-americano. Este bateu o suíço na final juvenil do Aberto dos Estados Unidos de 1998 e, como profissional, venceu os cinco primeiros encontros com o campeão de 16 Grand Slams.

Desde então, Federer soube domar o rival e virar o retrospecto a seu favor com 11 vitórias e oito derrotas. As carreiras dos antigos rivais também seguiram rumos diferentes: enquanto o suíço, que também tem 30 anos, liderou o ranking mundial e atualmente ocupa a terceira posição, Nalbandian sofreu com problemas físicos e jamais se confirmou como a promessa que foi finalista de Wimbledon em 2002 - até hoje sua única final em Grand Slams.

A lembrança geral dos confrontos com Federer, no entanto, ainda é positiva. Diante da pergunta de um repórter nesta terça sobre a "vitória mais inesquecível de sua vida", Nalbandian respondeu: "contra Federer em Xangai", em referência à final da Masters Cup (atual ATP Finals) de 2005, definida por 3 sets a 2: 6/7 (4-7), 6/7 (11-13), 6/2, 6/1 e 7/6 (7-3).

Dentro de alguns anos, quem sabe uma êxito na Copa Davis possa roubar esse rótulo. "A Argentina sempre teve muitos jogadores bons e nunca pudemos conseguir o título. A verdade é que estou muito contente por ter ganhado uma série complicada na Alemanha e por ter a oportunidade de jogar partidas importantes como local", apontou.

Os argentinos voltam à quadra pela competição em casa diante da Croácia, pelas quartas de final, entre 6 e 8 de abril. A equipe alviceleste, comandada por Martín Jaite, ex-técnico do próprio Nalbandian, terá a vantagem de disputar todos os embates de 2012 até a final como mandante, podendo escolher o piso da quadra. Isso acontece pois os últimos duelos com os possíveis rivais do time na campanha foram realizados fora do país da América do Sul.

Aos 30 anos, tenista argentino busca título inédito para seu país
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Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fonte: Terra
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