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Copa Davis

Pai lembra trajetória de Rogerinho no tênis: "só teve dificuldade"

15 set 2012 - 09h00
(atualizado em 16/6/2018 às 14h03)
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A partida contra Igor Andreev, que abriu o confronto da Davis entre Brasil e Rússia, nesta sexta-feira, foi a primeira do brasileiro Rogério Dutra Silva em solo nacional pela competição entre países. Vivendo temporada de ascensão no circuito mundial, o paulista venceu seu jogo na arena montada em São José do Rio Preto para realizar um sonho de seu pai, que relembrou as dificuldades encontradas para que o filho pudesse se tornar profissional.

Rogerinho rebate bola, durante confronto entre Brasil e Rússia pela Copa Davis
Rogerinho rebate bola, durante confronto entre Brasil e Rússia pela Copa Davis
Foto: Reuters

Eulício Teodózio da Silva, pai também do tenista Daniel Silva, chegou a jogar profissionalmente, mas sem grande destaque no circuito mundial e transferiu para os filhos a vontade de brilhar no esporte. Quando passou a dar aulas de tênis, colocou seus descendentes para trabalhar como pegadores de bola e passar o maior tempo possível dentro da quadra. Deu certo e Rogerinho teve papel importante na manutenção do sonho de recolocar o Brasil no Grupo Mundial da Copa Davis.

"A dificuldade foi muita. Só o que teve foi dificuldade. Para jogar tênis no Brasil é muito complicado. Não tem incentivo nenhum e o apoio é quase zero. É muito difícil", disse Eulício, pai orgulhoso do 115º melhor tenista do ranking mundial. Com 28 anos de idade, Rogerinho entrou no top-100 da lista da ATP pela primeira vez apenas este ano. Na última semana de julho, chegou a ser o 95º colocado, mas caiu logo na sequência. "Para melhorar alguma coisa, você precisa ser 100º do mundo, pelo menos. Antes disso é complicado, só dificuldade".

Na temporada, o tenista brasileiro conseguiu atingir a segunda rodada do Aberto dos Estados Unidos, com uma vitória sobre o russo Teymuraz Gabashvili, seu adversário no jogo que encerra o confronto entre Brasil e Rússia. Na partida seguinte, ele caiu diante do sérvio Novak Djokovic, que ficaria com o vice-campeonato do torneio. Em duplas, ele também alcançou um importante e surpreendente resultado: o vice-campeonato do ATP 500 de Hamburgo, ao lado do espanhol Daniel Muñoz de la Nava.

Apesar de ter feito sua primeira partida na Davis diante da torcida brasileira apenas na sexta-feira, Rogerinho já tem no currículo participação em um duelo emblemático da competição. Em 1996, ele foi pegador de bola do confronto entre Brasil e Áustria, também pelos playoffs do Grupo Mundial. Na ocasião, a estrela do país europeu Thomas Muster se irritou com o comportamento da torcida brasileira, que o xingava e usava espelhos para tentar atrapalhar sua visão durante o duelo de duplas, abandonou o jogo e impediu que os austríacos disputassem as partidas seguintes.

Passados 16 anos do ocorrido, foi Rogerinho quem contou com apoio da torcida no duelo com Igor Andreev. Dominante desde o início do confronto, o brasileiro não precisou nem ficar três sets em quadra para conseguir sua terceira vitória em três jogos da Copa Davis - venceu dois duelos contra o Uruguai, em Montevidéu - já que seu adversário abandonou a partida quando o placar apontava 6/2 e 6/1 para o tenista da casa. Na sequência, Thomaz Bellucci derrotou Teymuraz Gabshvili e deixou o Brasil com 2 a 0.

"O orgulho é máximo, chegamos no máximo. Foi muita luta. Ele está defendendo o Brasil, essa coisa toda é muito diferente, outra coisa, outro patamar", afirmou o pai.

Rogerinho deve voltar à quadra em São José do Rio Preto no domingo para fazer o jogo que encerra o confronto com a Rússia. A tendência é que o duelo esteja definido, já que Bruno Soares e Marcelo Melo têm amplo favoritismo sobre a dupla russa e devem definir neste sábado a vitória do Brasil e o retorno ao Grupo Mundial após nove anos de espera.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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