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ATP

Separado do amigo Soares, Melo vive auge e alcança melhor ranking

13 nov 2012 - 05h00
(atualizado às 08h46)
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Na primeira temporada sem o amigo Bruno Soares, Marcelo Melo jogou com dez parceiros diferentes ao longo do ano. Ainda assim, o tenista alcançou seu auge na carreira e iniciou a semana na 17ª colocação no ranking de duplistas da ATP, um recorde pessoal.

"Às vezes, é bom mudar um pouco de parceiro, mas somente por poucos torneios. A maior dificuldade é para buscar a classificação para o ATP Finals de Londres, em que as duplas com mais pontos durante o ano se classificam", afirmou Melo

Nas temporadas anteriores, ele se acostumou a colecionar bons resultados ao lado de companheiros fixos - atuou com André Sá de 2007 a 2009 e com Bruno Soares em 2010 e 2011. Neste ano, no entanto, precisou armar parcerias de ocasião a cada torneio, principalmente através de mensagens de texto com outros tenistas.

Em 2012, o brasileiro alcançou alguns de seus melhores resultados ao lado do croata Ivan Dodig. Logo no primeiro torneio juntos, ambos chegaram até a final do ATP 500 de Memphis, disputado em fevereiro. A parceria, iniciada com um acordo de improviso e repetida dez vezes ao longo do ano, será mantida em 2013.

"Em Memphis, por incrível que pareça, eu e o Ivan acertamos de última hora. Acabou dando certo e fizemos a final. Meu jogo casou muito bem com o dele. Acho que temos fundamentos importantes que somam para fazer uma boa dupla", explicou Marcelo Melo, que também destacou a parceria formada com Marin Cilic, outro croata.

Obrigado a jogar com diferentes parceiros ao longo do ano, o brasileiro atuou ao lado de alguns tenistas que não são considerados especialistas em duplas, a exemplo do compatriota Thomaz Bellucci e do próprio Marin Cilic, algo que não é visto como empecilho pelo gigante de 2,03m.

"Quando eu jogo com jogadores de simples, algumas coisas mudam, como os treinamentos, por exemplo. Mas eu não vejo problemas nisso. O único fator que pode atrapalhar um pouco é se o parceiro jogar uma partida longa de simples antes da dupla", explicou Melo.

Vice campeão em Memphis, o brasileiro conquistou o único título da temporada no ATP 250 de Estocolmo. No entanto, resultados como as semifinais dos Masters 1000 de Paris, Xangai e Cincinnati, além das quartas em Wimbledon e Roland Garros, levaram Melo a ocupar a 17ª colocação no ranking mundial.

Com 29 anos, ele pode ser considerado jovem entre os principais duplistas, já que astros como os irmãos gêmeos americanos Mike e Bob Bryan (34 anos), o canadense Daniel Nestor (40), o indiano Leander Paes (39) e o bielorrusso Max Mirnyi (35) formam o atual top 5 do ranking mundial.

Com dez títulos, os ex-parceiros Cássio Motta e Carlos Kirmayr, integrantes do top 10 nos anos 1980 e com participação na antiga Masters Cup, estão na iminência de serem superados por Marcelo Melo e Bruno Soares, que já têm as mesmas dez taças.

"Passar grandes nomes como Motta e Kirmayr para mim é um feito impressionante. Os dois foram excelentes jogadores. Estar perto deles ou com mais títulos é um reconhecimento de uma boa carreira", disse Melo, acompanhado por Soares.

"Quando você começa a colocar o seu nome na história do esporte e vê que está ao lado de feras como Cássio Motta e Carlos Kirmayr, sente uma satisfação muito grande. Espero que eu e o Marcelo possamos estender isso nos próximos anos", afirmou.

Melo chegou a fechar a temporada de 2008 em 19º, mas agora se vê no auge. "Estou no melhor ranking da carreira e com muito mais experiência. Venho evoluindo a cada dia. Esse ano foi muito importante para a minha carreira. Os resultados com certeza vão melhorar ainda mais meu nível de jogo para os próximos anos", disse.

Nascidos em Belo Horizonte, Marcelo Melo e Bruno Soares se conhecem desde a adolescência. Ainda que não formem mais uma parceria fixa, ambos jogaram juntos algumas vezes de forma bem sucedida em 2012: foram campeões do ATP 250 de Estocolmo, ganharam duas partidas na Copa Davis e alcançaram as quartas da Olimpíada (oito triunfos em nove duelos).

"Todas as mudanças têm um lado bom e um lado ruim. Eu e o Marcelo conseguimos aproveitar o lado bom da mudança. Corremos atrás de novos desafios e provamos que jogamos muito bem tanto juntos quanto separados. Temos um entrosamento eterno e nada impede que a gente retome a parceria", disse Soares.

Mais afastado do parceiro Bruno Soares (à esq), Marcelo Melo tem melhor temporada da carreira
Mais afastado do parceiro Bruno Soares (à esq), Marcelo Melo tem melhor temporada da carreira
Foto: Reuters
Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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