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Tênis

Ousado e fanfarrão: conheça jovem que assombrou Melbourne

28 jan 2015 - 09h38
(atualizado em 6/8/2015 às 07h18)
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Quem olhava para a chave masculina das quartas de final do Australian Open até a madrugada de terça-feira logo constatava: dos oito tenistas ainda na competição, apenas um não era cabeça de chave. Ou melhor, apenas um não estava entre os oito líderes do ranking da ATP. A precoce eliminação do número 2 do mundo Roger Federer abriu espaço para um tenista “menos poderoso” figurar na fase decisiva do primeiro Grand Slam do ano. O que o planeta não esperava, contudo, é que ele fosse um jovem de 19 anos, australiano e conhecido pelo estilo ousado, extravagante e fanfarrão.

Nick Kyrgios – assim mesmo, com o nome estranho, mas dono de tênis encantador – chocou o mundo ao chegar às quartas de final do Australian Open de 2015. Ao eliminar em sequência Federico Delbonis (1ª rodada), Ivo Karlovic (2ª rodada), Malek Jaziri (3ª rodada) e Andreas Seppi (8ªs de final), o jovem número 53 do ranking da ATP se tornou não só uma zebra, como também o primeiro tenista da casa desde Leyton Hewitt em 2005 a ir tão longe no Australian Open. A alegria só foi desfeita quando Andy Murray o eliminou na terça-feira, após contundente vitória por 3 a 0.

Kyrgios é o nome do futuro do tênis australiano. E, se tiver a cabeça no lugar, tem tudo para escrevê-lo na história do esporte. Carismático, talentoso e extrovertido, o australiano é uma futura estrela da modalidade e tem uma carreira recheada de curiosidades e fatos para serem aplaudidos. Conheça-a abaixo:

Adolescente tão bom quanto Roger Federer

Destro, alto (1,93m) e dono de saque e forehand potentes, Kyrgios deve ver o seu nome ser cada vez mais falado pelos amantes de tênis nos próximos anos. O que indica isto é o início fulminante de carreira que vem tendo. Nascido em 1995, o australiano se profissionalizou em 2013 (mesmo ano no qual faturou o Australian Open Junior) e, desde então, já chegou a duas quartas de final de Grand Slam.

Pois é. Antes de assombrar o planeta no primeiro torneio importante de 2015, o jovem de 19 anos já havia flertado com as semifinais de um Slam no ano passado, em Wimbledon. Quem era o último adolescente a ter jogado pelo menos duas quartas de final de Grand Slam antes de Kyrgios? Simplesmente Roger Federer, maior vencedor da história, em 2001.

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Foto: Wayne Taylor / Getty Images

O dia em que deu show sobre Rafael Nadal

O tópico anterior diz que, em 2014, Nick Kyrgios disputou as quartas de final de Wimbledon. É necessário um subtítulo independente, porém, para contar a história desta edição do torneio. Ocupando apenas a 144ª colocação do ranking mundial (por ter pouca experiência no circuito até então), o australiano só jogou na grama sagrada depois de ter sido convidado. E, provavelmente, o convite da organização nunca foi tão preciso.

Kyrgios teve um desempenho fantástico no Grand Slam mais tradicional do mundo e eliminou tenistas poderosos em poucos dias. Richard Gasquet caiu na 2ª rodada (depois de não conseguir converter 9 match points) e simplesmente Rafael Nadal foi superado nas oitavas de final. Kyrgios teve uma tarde brilhante para superar o então número um do mundo por 3 sets a 1 e se tornar conhecido em todo o planeta. Até ponto rebatendo a bola por baixo das pernas ele fez. O australiano só perdeu para o canadense Milos Raonic nas quartas. Foi o suficiente, contudo, para mostrar ao mundo do que seria capaz.

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Foto: Al Bello / Getty Images

Ousadia e alegria

Nick Kyrgios não é um potencial ídolo do tênis mundial apenas pelo que faz mandando a bolinha amarela para o outro lado da quadra. O australiano é bastante extrovertido e costuma adotar visual ousado para disputar grandes torneios – como se fosse o “Neymar do tênis”. O cabelo, geralmente, é moicano e tem a lateral desenhada com riscos.

Para o Australian Open deste ano, porém, o jovem resolveu personalizar também a sobrancelha – raspando parte dela. “O Kyrgios é uma diversão. Ele pediu para que eu fizesse um risco em sua sobrancelha e eu lhe disse que pareceria um acidente de navalha. Fizemos outro, e, então, eu sugeri para que raspássemos uma parte dela a cada vitória no Australian Open. Mas o Kyrgios não aceitou: brincou que ficaria sem sobrancelhas ao fim do torneio”, contou, bem-humorada, a cabeleireira oficial do primeiro Grand Slam do ano.

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Foto: Wayne Taylor / Getty Images

Estilo extravagante e fanfarrão

Extremamente talentoso, dono de fortes golpes de forehand e de um saque potente, Nick Kyrgios também é conhecido por fazer a alegria da torcida nas partidas de tênis. Divertido, o australiano já jogou com adesivos terapêuticos extravagantes e costuma entrar em quadra ouvindo música em um fone de ouvido colorido. Durante os jogos, faz bastantes caras e bocas e não hesita em arriscar lances diferentes (como deixadinhas, lobs e grand willys). Simpático, gosta de conversar com torcedores entre os pontos, mas também não se inibe em quebrar raquetes ou gritar palavrões quando está com raiva. Resumindo: ele é um show à parte.

"Os caras do vestiário estão o observando muito de perto, porque sabem que Kyrgios é um verdadeiro desafiante ao trono”, avalia Jim Courier, bicampeão do Australian Open e de Roland Garros no início da década de 90 e atual capitão dos EUA na Copa Davis. “Mas ainda é cedo. Minha leitura é de que há uma série de dúvidas sobre o que Kyrgios será a partir daqui. Será que ele vai ser um grande campeão? Ele tem talento e potencial para isto. Ou será que ele vai ser um novo Gael Monfils, que se concentrou mais em entretenimento e menos em obter o máximo de si mesmo?”, acrescenta o americano.

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Foto: Thomas Peter / Getty Images

Fã de Bob Esponja, "gamer" e ex-jogador de basquete

São várias as curiosidades sobre a vida de Nick Kyrgios. A começar pela sua origem. O australiano é filho de pai grego e de mãe malaia. E qual é o estilo de música que ele ouve no fone de ouvido colorido antes de cada partida? Hip-hop. Os ídolos? Além do trapalhão e divertido personagem Bob Esponja, do qual era fã na infância, o australiano gosta de Roger Federer e também dos jogadores de basquete Kevin Garnett e Michael Jordan.

O esporte da bola laranja, aliás, foi o primeiro praticado por Kyrgios na vida. Até cinco anos atrás, ele se dividia entre o basquete e o tênis. Não sabia por qual se profissionalizaria. Quando tem tempo livre, o jovem de 19 anos gosta de jogar videogame (especialmente o jogo Fifa, de futebol). E para qual time torce? No basquete, para o Boston Celtics. No futebol, para o Tottenham Hotspur. Por isso, também idolatra o atacante togolês Emmanuel Adebayor. É mole?

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Foto: Clive Brunskill / Getty Images
Fonte: Terra
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