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Torcida ignora "noite para chorar" e faz "corredor polonês" de palmas

15 dez 2011 - 08h17
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Felipe Held
Direto de São Paulo

"Uma noite para chorar e ficar bravo". Assim o técnico Morten Soubak definiu as últimas horas desta quarta-feira, logo depois de a Seleção Brasileira ser eliminada pela Espanha nas quartas de final do Campeonato Mundial feminino de handebol. Mas a torcida que compareceu ao Ginásio do Ibirapuera não compartilhou da opinião do comandante: mesmo depois de confirmada a derrota por 27 a 26, o público se recusou a derramar lágrimas, aplaudiu de pé o esforço das jogadoras e até causou frisson na saída das atletas da arena.

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O duelo entre Brasil e Espanha foi encerrado por volta das 21h40 (de Brasília), mas o público permaneceu por mais uma hora e meia no portão 9 do Ibirapuera aguardando a saída das jogadoras. Cerca de 100 torcedores formaram uma espécie de "corredor polonês" para aplaudir e reconhecer o esforço das atletas, que venderam caro a derrota para as europeias, que haviam ficado no quarto posto do Mundial de 2009.

A cada uma que deixava o ginásio, os fãs gritavam e cercavam as atletas em busca de autógrafos e fotos - e até atrasaram a saída da delegação. O técnico Morten Soubak foi um dos mais badalados, assim como a armadora Duda Amorim, a ponta Alexandra e, obviamente, a goleira Chana, maior ídolo da atual Seleção de handebol. Mas todas tiveram que distribuir assinaturas em papéis, camisas, bate-bates infláveis e sorrisos para flashes.

"Não posso fazer nada. Se subo no ônibus e começo a buzinar para todo mundo entrar, vão dizer que sou nervosa", reclamou uma chateada, mas bem humorada Rita Orsi, supervisora da Seleção Brasileira no Mundial, enquanto aguardava que todas as meninas entrassem no veículo. Até que, às 23h20, ela finalmente, com a buzina, deu o toque de recolher para as jogadoras da Seleção.

O comportamento da torcida, que preencheu 6 mil assentos do ginásio segundo a Federação Internacional de Handebol (IHF) e transformou o Ibirapuera em um caldeirão, aliás, não se resumiu ao apoio durante os 60 minutos de jogo. Encerrada a partida, os aplausos do público orgulharam as jogadoras na saída da quadra.

"Acredito que não somente eu, mas todas as meninas só temos a agradecer ao público que esteve sempre conosco, sempre trazendo mais calor ao ginásio", destacou a ponta Alexandra. "Foi impressionante como eles lotaram o Ibirapuera hoje e nos incentivaram. Perdemos, mas ninguém nos deu as costas: fomos aplaudidas e nos disseram que estavam satisfeitos com a nossa luta. Isso para nós, atletas, nos conforta. Mas não é suficiente", reconheceu a ponta, ainda chateada com o revés.

Apesar da derrota para a Espanha, a Seleção Brasileira segue no Mundial para tentar o quinto lugar - o que seria sua melhor colocação na história do torneio. Para isso, a equipe comandada por Soubak retorna ao Ibirapuera na sexta, às 14h30 (de Brasília) para pegar a Croácia, eliminada pela Noruega. Se vencer, deverá decidir a quinta posição com a Rússia.

Torcida em São Paulo foi motivo de orgulho para a Seleção
Torcida em São Paulo foi motivo de orgulho para a Seleção
Foto: Edson Lopes Jr. / Terra
Fonte: Terra
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