Trajetória do “pai” Kirmayr na Davis inspira brasileira contra Suíça

Treinada por Carlos Kirmayr, a jovem Paula Gonçalves usa a trajetória do ex-tenista na Copa Davis como inspiração antes do confronto com a Suíça, pelos playoffs do Grupo Mundial II da Fed Cup. Os dois países se enfrentarão neste final de semana, em Catanduva, interior paulista.

Entre 1971 e 1986, Kirmayr fez 56 partidas pela Copa Davis (34 vitórias e 22 derrotas), 32 de simples e 24 de duplas. Após encerrar a carreira, treinou tenistas como a argentina Gabriela Sabatini e as espanholas Arantxa Sanchez e Conchita Martinez. No torneio por nações, chegou a atuar como capitão do Brasil.

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"O Kirmayr sempre fica contando histórias de Copa Davis e com certeza serve como inspiração. Graças a todos os ensinamentos dele, amadureci, aprendi e cresci muito como pessoa e como jogadora. Além de técnico, é um segundo pai. Temos uma relação de muito respeito e carinho", contou a tenista à Gazeta Esportiva.

Paula Gonçalves, atual 289ª colocada do ranking mundial de simples e 180ª na lista de duplas, foi convocada pela capitã Carla Tiene para defender o Brasil diante da Suíça ao lado de Teliana Pereira (92ª e 142ª), Laura Pigossi (263ª e 156ª) e Gabriela Cé (286ª e 313ª)."Todas nós estamos em uma fase boa e temos que aproveitar esse momento. Sabemos que o confronto é duro, contra jogadoras top 100. Vamos entrar em quadra confiantes, lutar até o fim e dar o nosso máximo para ganhar esse confronto", afirmou Paula.

O time suíço, capitaneado por Heinz Guenthardt, é formado por Belinda Bencic, 91ª colocada em simples e 393ª em duplas, Viktorija Golubic (163ª e 248ª), Timea Bacsinszky (162ª e 223ª) e Amra Sadikovic (298ª e 416ª). Stafanie Voegele (77ª e 368ª) não participará do confronto.

"Com certeza, ela é uma peça da equipe fundamental por ser a melhor ranqueada do país, mas temos que entrar com foco total, independentemente de quem estiver jogando. Todas são tenistas de altíssimo nivel e vamos precisar jogar o nosso melhor", afirmou Paula.

Enquanto a Suíça não contará com Stefanie Voegele, o Brasil aposta em Teliana Pereira. Aos 25 anos, na melhor fase de sua carreira, a tenista vem quebrando uma série de tabus do tênis feminino nacional: entrou no top 100, disputou a chave principal de um Grand Slam e a semifinal de um torneio WTA, entre outros feitos.

"É sempre bom estar com a Teliana, treinar e ter a oportunidade de compartilhar momentos. Isso é muito rico e válido. Além de ser um incentivo, serve como motivação. Sei o quanto ela trabalha e fico feliz por vê-la colher os frutos com essa ascensão na carreira", disse Paula.

Depois de conquistar os títulos de simples e duplas do Future de São José dos Campos, a pupila de Carlos Kirmayr repetiu o feito ao lado de Maria Fernanda Alves na etapa de São José do Rio Preto, mas abandonou a decisão de simples, disputada no último sábado, em função de dores no ombro.

Com 100% de aproveitamento em nove partidas na Fed Cup, Paula Gonçalves se prepara para jogar uma série no Brasil pela primeira vez na carreira. "É sempre bom atuar em casa, com todo apoio e torcida do público. Vamos usar isso a nosso favor", declarou.

O Brasil não disputa o playoff do Grupo Mundial da Fed Cup desde 2004, quando perdeu da Croácia por 4 a 1 com a atual capitã Carla Tiene em quadra. A última série da equipe nacional na elite do torneio por nações foi a derrota por 3 a 0 diante da China, em 1991.