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Três cidades enfrentam disputa acirrada para sediar Olimpíada de 2020

31 ago 2013 - 12h34
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A corrida de três cidades para sediar a Olimpíada de 2020 promete ser acirrada após dois anos de campanha de Istambul, Madri e Tóquio, que lidam com seus próprios problemas antes da votação de 7 de setembro.

O Comitê Olímpico Internacional vai eleger o vencedor na reunião em Buenos Aires, na Argentina, no próximo mês, sem nenhum favorito claro na campanha para sediar o maior e mais caro evento multiesportivo do mundo.

Com os líderes das campanhas das três cidades preparando os últimos argumentos na Argentina, com o apoio de políticos e celebridades, um oficial do COI disse que a corrida nunca esteve tão aberta.

"Não é que nem antes que a decisão geralmente já estava tomada", disse o vice-presidente do COI, Thomas Bach, há alguns dias. "Desta vez, eu acho que a apresentação (em Buenos Aires) será muito importante, talvez até crucial".

Cada uma das três cidades têm destacado seus trunfos e vantagens que poderiam levar ao movimento olímpico se fossem escolhidas para suceder o Rio de Janeiro como próxima sede dos Jogos.

Istambul oferece a primeira Olimpíada em dois continentes - as partes europeias e asiáticas da metrópolis -, conforme a Turquia, com uma economia crescente, espera se tornar o primeiro país de maioria muçulmana a sediar o evento.

Tóquio procura sediar pela segunda vez, a primeira foi em 1964, baseado em ser uma escolha segura e sólida no meio de um momento econômico turbulento, afirmando que vai usar alguns locais da primeira Olimpíada que recebeu.

Madrid faz campanha pela terceira vez seguida e joga com um alto percentual de estádios e ginásios já existentes, colocando o esporte como o coração da proposta.

A escolha que mais de 100 membros do COI vão tomar, porém, pode não depender de aspectos esportivos.

Istambul, fazendo a quinta tentativa nas últimas seis votações, foi afetada por manifestações violentas antigoverno, em junho, que se espalharam pelo resto do país e atrapalharam o momento da campanha.

Os protestos diminuíram por enquanto, mas com o primeiro-ministro Tayyip Erdogan viajando para a Argentina para apoiar a campanha, questões sobre o descontentamento do povo do seu país serão inevitáveis.

O crescente conflito na vizinha Síria e os temores de que possam atingir a região não são absurdos conforme os Estados Unidos ponderam uma intervenção militar.

A Espanha entra e sai de recessões desde o estouro da bolha imobiliária em 2008 e, com uma taxa de desemprego na casa dos 27 por cento, vai enfrentar problemas econômicos por pelo menos mais um ano.

O primeiro-ministro Mariano Rajoy também admitiu um escândalo de corrupção, que reduziu a autoridade do partido governista Partido do Povo e manchou a imagem do país.

Os oficiais de Madrid vão argumentar que isso não tem relação com os Jogos daqui a sete anos.

Tóquio, que não conseguiu receber a Olimpíada de 2016 e é visto por alguns como tendo uma leve vantagem em relação aos rivais, irá fazer sua propaganda como uma campanha sólida para o COI, mas o terremoto de 2011 e o desastre nuclear de Fukushima ainda atrapalham.

Águas radioativas vazando no oceano e o aumento do nível de gravidade do último acidente nuclear são notícias que Tóquio não precisa dias antes da votação.

"Para sediar os Jogos, a situação de Fukushima não vai afetar Tóquio", disse o prefeito da cidade Naoki Inose na semana passada. No entanto, o vazamento recente foi o quinto e o pior desde o desastre e fica difícil prever como estará a situação nos próximos anos.

Um relatório do COI divulgado em junho ofereceu algumas dicas de quem são os favoritos, com as três cidades sendo consideradas de "alta qualidade", e colocando a decisão nas mãos dos membros da entidade, que vão votar após a - crucial - apresentação.

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