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Desespero e fé até o fim: a esperança não verde do Vila Nova

26 out 2014 - 10h28
(atualizado às 10h29)
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Colorado foi ao Serra Dourada e foi brindado com a primeira goleado do time em mais de um ano
Colorado foi ao Serra Dourada e foi brindado com a primeira goleado do time em mais de um ano
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

O torcedor do Vila Nova não gosta muito de falar em esperança. Segundo o ditado popular, “verde é a cor da esperança” e em Goiânia também a cor do maior rival colorado. Mas mesmo com o time em situação delicada na tabela de classificação da Série B, ameaçado de rebaixamento, o vilanovense que foi ao Serra Dourada na noite de sábado teve motivos para sorrir e deixou o estádio acreditando que a situação ainda pode ser revertida.

A vitória por 4 a 1 sobre o Sampaio Corrêa-MA foi apenas a segunda do clube jogando em Goiânia nesta Série B. O torcedor do Vila Nova estava desacostumado com o placar elástico favorável. Tanto que a última vitória com diferença de três gols aconteceu há mais de um ano, no dia 4 de agosto, 4 a 0 sobre o Caxias-RS pelo Brasileiro Série C.

Torcedora levou o mascote do clube para a arquibancada do Serra Dourada
Torcedora levou o mascote do clube para a arquibancada do Serra Dourada
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Com o resultado conquistado, o Vila Nova diminuiu para nove pontos a diferença para o Icasa-CE, que tem 35 pontos, primeiro time fora da zona do rebaixamento. O time colorado ainda tem sete jogos para cumprir nesta Série B e precisa tirar essa diferença de pontos para evitar o retorno à terceira divisão.

A missão é indigesta, mas não assusta o operador de máquinas Claudinei Silva, 42 anos, que confia na reação colorada. O Vila Nova vinha de uma sequência de sete derrotas jogando em Goiânia, mas nem essa campanha ruim afastou Claudinei, seus três filhos e a esposa do estádio. “O que me faz vir aqui no Serra Dourada é o meu amor pelo Vila Nova. Eu acredito cem por cento que o time vai escapar”, afirmou.

Programa da noite de sábado foi ir ao Serra Dourada para a família de Claudinei Silva
Programa da noite de sábado foi ir ao Serra Dourada para a família de Claudinei Silva
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Ponto comum nas explicações pela má fase do clube, o torcedor colorado colocou a culpa na diretoria. Segundo Claudinei, a cúpula do Vila Nova não soube reagir quando o time começou a perder os jogos e deixou o clube chegar à situação delicada. No entanto, disse que fará sua parte e não abandonará o colorado. “Eu estou com 42 anos e fiz um compromisso com o Vila Nova, só vou torcer por ele por mais 55 anos, mais do que isso não”, garantiu.

Antes mesmo da goleada ser estampada no placar, os garotos não pareciam se importar com a situação do Vila Nova, estavam felizes pela ida ao estádio e falavam com orgulho do tigre desenhado em uma das bandeiras expostas pela torcida.

Rádio de pilha ligado e atenção dobrada na vitória do Vila Nova
Rádio de pilha ligado e atenção dobrada na vitória do Vila Nova
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

O público pagante de 800 torcedores não foi o pior do Vila Nova na Série B, já que em jogos contra Bragantino e Ponte Preta a quantidade nas arquibancadas foi ainda menor. Contra o Sampaio Corrêa-MA, o time colorado ainda teve torcida contra, já que Goiânia conta com um fluxo migratório importante de maranhenses.

O assistente social Antônio Lopes, 52 anos, se mostrou decepcionado com o público pequeno no Serra Dourada. Segundo ele, fruto da incompetência da diretoria que não montou um time mais competitivo. O colorado assegurou que se o time vivesse uma fase melhor o Serra Dourada receberia pelo menos 15 mil torcedores.

Sobrava espaço nas arquibancadas do Serra Dourada que recebeu apenas 800 pagantes
Sobrava espaço nas arquibancadas do Serra Dourada que recebeu apenas 800 pagantes
Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Mais cético que Claudinei, Antônio Lopes não acredita que o Vila Nova saia da situação desesperadora em que se encontrar. Mesmo assim, garantiu apoio incondicional. “A situação não é nem mais de desespero, só um milagre salva. Não acredito, mas com ou sem milagre estarei aqui no Serra Dourada na próxima sexta-feira torcendo pelo meu Vila Nova”, ressaltou.

Após o terceiro gol colorado, marcado em jogada bonita do meia Lucas Sotero que deu caneta no zagueiro Mimica e bateu na saída do goleiro, o torcedor colorado até ensaiou um “olé”, mas foi respondido com gritos de “terceira divisão” da torcida adversária.

Ao apito final, o colorado que ainda acreditava na redenção da equipe nesta Série B e foi ao estádio foi brindado com uma goleada inédita na temporada e saiu do Serra Dourada com um fio de esperança. O desespero saiu de cena, pelo menos até na próxima terça-feira quando o Vila Nova visita o Santa Cruz no Arruda.

Fonte: MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra
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