/images.terra.com/2015/05/26/vitoria.png "Logo do Vitória")
Richarlyson dribla problemas para se firmar no Vitória
Da água para o vinho. Assim se transformou a carreira do volante Richarlyson. Nos últimos meses, o atleta precisou superar uma grave lesão nos ligamentos do joelho esquerdo e também o ostracismo no próprio Vitória. Renovado, Richarlyson vem em ótima fase e é um dos responsáveis pelo bom momento do clube baiano, que tem o melhor desempenho no segundo turno do Campeonato Brasileiro. Para completar, Richarlyson ainda foi efetivado por Ney Franco como capitão do Vitória.
Richarlyson, no entanto, ficou perto de não poder dar a volta por cima. Segundo ele próprio, a ruptura dos ligamentos fez com que ele pensasse em parar de jogar de futebol, já que ele não estava conseguindo atuar de forma convincente.
"Eu tive dez meses muito difíceis na minha carreira. Eu nunca tinha passado por uma contusão dessa. Vou falar uma coisa que eu acho que não falei ainda: pensei em parar de jogar futebol. Eu não podia deixar aquilo que tinha feito de tão brilhante e glorioso nos clubes pelos quais passei acabar manchado. Eu senti que não estava podendo dar o meu máximo, que não estava podendo fazer o que eu mais sei, que é jogar futebol. Isso me incomodava muito, mas eu não deixava transparecer, era uma coisa minha, é o meu jeito de lidar com algumas situações. E, em determinado momento, eu parei e pensei que era melhor parar", diz.
Porém, Richarlyson deu a volta por cima. E, hoje, agradece à mãe, Maria de Lourdes, por ter lhe dado a palavra inicial para que ele se motivasse. O jogador também valorizou a própria perseverança e o trabalho dos médicos do Vitória em sua recuperação.
"A minha mãe falou um negócio importante. 'Deus não te levou para o Vitória para te envergonhar'. Eu tenho muita fé e tentei ir até o meu limite. Graças a Deus e aos profissionais daqui, não sinto mais dor no meu joelho. Não foi milagre. Foi a palavra de minha mãe, minha perseverança e os profissionais que trabalham no Vitória que me fizeram dar essa volta por cima. Isso foi primordial para que eu voltasse a ser um pouco do Richarlyson do São Paulo e do Atlético-MG e ajudasse o Vitória", afirma.
Já no Vitória, além de recuperar o joelho, Richarlyson também enfrentou dificuldades com Jorginho, técnico que antecedeu Ney Franco no comando da equipe. O jogador perdeu espaço com Jorginho por indisciplina e nem foi relacionado para algumas partidas. No entanto, virou capitão da equipe no final de agosto, após a chegada do novo treinador e se adaptou melhor ao clube. Hoje, mostra a liderança que tem com clareza e fala do bom momento do Vitória no campeonato.
"A gente merecia vencer o clássico. Mais importante que a vitória foi a nossa superação, o resultado foi primordial para dar valor a esse grupo. Nossa pressão não acabou ainda, mas aquilo que a gente estava passando era muito difícil. Mas isso mudou, e hoje nós conseguimos colocar o mesmo pensamento em um grupo grande de jogadores. Somos merecedores por tudo que tínhamos passado, tabu de oito jogos, Ney Franco sem vencer o Bahia, e com eles em melhor fase no campeonato. Fomos coroados por um bom trabalho. Não vamos deixar esse bom momento passar e vamos tentar trazer pontos para Salvador nessas duas partidas fora de casa. Com a boa fase em casa, temos mais tranquilidade para jogarmos fora. Vamos para vencer. O importante é fazer pontos e manter o bom desempenho em casa", finaliza.
O Vitória tem duas partidas fora de Salvador na sequência. Na quinta-feira, enfrenta o Palmeiras, no Pacaembu, às 19h30. No domingo, os baianos visitam o estádio Independência, onde duelam com o Atlético-MG, às 16h.
