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Vôlei

A caminho do Sesi, Montanaro ainda tenta salvar "ex-Banespa"

26 abr 2010 - 20h48
(atualizado às 23h33)
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Fernando Souza

A falta de patrocínio foi o motivo para que o Brasil Vôlei Clube, ex-Banespa, anunciasse que a partir de agora está inativo. Mas o seu presidente, José Montanaro Júnior, ainda que de longe, segue em busca para tentar manter vivo o clube em que é dirigente desde 1993.

A partir da próxima temporada do vôlei brasileiro, Montanaro "acumulará" a função de gerente da base do Sesi e a presidência do inativo Brasil Vôlei. E por isso ainda responderá pelo clube e continuará tentando algum patrocinador para o time que revelou muitos medalhistas olímpicos: Gustavo, Murilo, Ricardinho, Rodrigão, Marcelo Negrão, Tande, Maurício e Giovane são exemplos de quem começou no time que nos últimos anos teve a cidade de São Bernardo como casa.

"Por enquanto sou presidente buscando um investidor. Dependendo de como for, eu posso seguir como presidente ou então o vice (José Carlos Alvieri) assume. Ele tem conhecimento de todo o trabalho. E aí poderíamos ser adversários", afirmou Montanaro, em entrevista por telefone ao Terra, que deve levar para o novo clube o líbero Sérgio.

Desde o anúncio em agosto de que o Santander - banco espanhol que comprou o Banespa em 2000 - não iria mais investir no vôlei, Montanaro buscou um substituto para o local vago na camisa do time de São Bernardo. Apesar de não ter um patrocínio visível, o time paulista teve a ajuda dos espanhóis para contratar três selecionáveis - o líbero Seginho, o levantador Marlon e o ponta Dante, que se transferiu para o vôlei russo antes do Nacional - e chegar até as quartas de final da Superliga.

Apesar de algumas conversas, nenhuma delas se tornou algo que conseguisse salvar o time da inatividade. Mesmo mantendo conversas com possíveis investidores, Montanaro se viu obrigado a dispensar seus jogadores e anunciar o encerramento temporário das atividades já que a cidade que acolheu o celeiro de craques da Seleção decidiu investir em outro time, mais barato.

"Quando se pensa na história toda do clube, eu choro. Mas tem de ser racional, firme. Quem perde com isso é garotada. Foi desfeito um núcleo de eficiência. Não fizemos peneira neste último ano e os garotos deixaram de aparecer. Quem também acaba prejudicado é o Brasil já que se tem menos chances de revelar craques. É um encerramento de um ciclo", afirmou Montanaro.

A paralisação das atividades e a dispensa dos jogadores foram anunciados nesta terça-feira, mas os jogadores já estavam cientes há algum tempo. Dias depois da eliminação na Superliga, no último dia 13 para o finalista Montes Claros, foi realizada uma reunião, seguida de churrasco, para que todos ficassem cientes de que seria necessário procurar um outro clube para trabalhar.

"Depois que voltamos de Minas fizemos uma reunião e depois um churrasco. Todo fim de ano nós fazemos esta confraternização. O pessoal estava tranquilo, ninguém gosta de encerrar uma equipe, mas é algo que todo mundo entende e encara como uma frustração que pode ocorrer, mesmo com equipes tão profissionais", afirmou Montanaro, no aguardo que outros clubes sigam a mentalidade do Brasil Vôlei e seu antecessor Banespa.

"Eu espero muito que outros clubes assumam (a "vaga" de clube revelador). Sobretudo esta culta, esta visão de trabalhar a longo prazo, de fazer o processo completo. O vôlei, assim como qualquer outra modalidade, precisa muito disso", afirmou.

Fidele comemora última vitória do Brasil Vôlei Clube na Superliga. Dias depois equipe foi eliminada nas quartas e encerrou sua participação na competição
Fidele comemora última vitória do Brasil Vôlei Clube na Superliga. Dias depois equipe foi eliminada nas quartas e encerrou sua participação na competição
Foto: Alexandre Arruda / CBV / Divulgação
Fonte: Terra
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