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Vôlei

Campeões mundiais do vôlei de praia podem ficar fora de 2016

6 jul 2015 - 13h23
(atualizado às 13h28)
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Com cinco representantes entre os seis melhores conjuntos, o Brasil conquistou o melhor resultado da história no Mundial de Vôlei de Praia finalizado na noite do último domingo em Haia, na Holanda. Na chave feminina, o pódio foi totalmente formado por duplas brasileiras – Ágatha e Bárbara se sagraram campeãs, com Taiana e Fernanda em segundo e Juliana e Maria Elisa em terceiro. No lado masculino, Alison e Bruno levaram a medalha de ouro, enquanto Evandro e Pedro Solberg ficaram com o bronze.

Os jogadores consideravam o evento um aperitivo para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e não podiam ter deixado a competição mais esperançosos de fazerem um bom papel também em Copacabana. “Foi um campeonato especial, muito melhor do que a gente poderia imaginar. Esses momentos são muito importantes para nossa carreira”, afirmou Bruno após a conquista do seu primeiro Mundial.

Vôlei de praia: Alison destaca mais respeito por Mundial:
Após pódio 100% brasileiro entre as mulheres, entre os homens o aproveitamento foi de 2/3
Após pódio 100% brasileiro entre as mulheres, entre os homens o aproveitamento foi de 2/3
Foto: FIVB/Divulgação

“É uma sensação maravilhosa sair daqui com o título. A gente sempre imaginou que poderia ter uma conquista dessas e o dia finalmente chegou. É o reflexo do grande trabalho que temos feito nas últimas temporadas”, analisou Bárbara, também campeã mundial pela primeira vez na carreira.

Brasileiras destacam experiência de Mundial na Holanda:

Ambas as duplas campeãs frisaram a semelhança da forma de disputa do evento com a da Olimpíada, com a competição sendo jogada durante 10 dias em vez dos habituais quatro dias de disputas das etapas do circuito mundial. “É um campeonato que o jogador sente mais o clima do evento e tem mais condições de recuperação e concentração. Foi definitivamente um bom teste para Rio 2016”, opinou Alison, que já havia conquistado o título também em 2011 ao lado de Emanuel.

Brasileiras comemoraram junto o pódio 100% nacional
Brasileiras comemoraram junto o pódio 100% nacional
Foto: FIVB/Divulgação

Títulos mundiais no masculino e feminino    

Campeões invictos, Alison e Bruno enfrentaram uma verdadeira prova de nervos na final contra os donos da casa Varenhorst e Nummerdoor. Após um primeiro set ruim (12/21), conseguiram se recuperar no segundo (21/14) e levar a partida para o tie-break. Na parcial decisiva, precisaram salvar três match points em meio à pressão intensa da torcida local numa arena lotada antes de fechar o jogo em 22/20 – o terceiro set mais longo da história de um Mundial.

“A final foi muito difícil. O jogo estava mais para o lado deles praticamente o tempo todo, a torcida estava fazendo uma festa incrível. Nosso ponto forte foi acreditar que podíamos nos recuperar dos erros e dar a volta por cima contra tudo e todos”, disse Bruno. “Saímos muito confiantes daqui com esse título. Estamos no caminho certo.” 

Ágatha e Bárbara, atuais líderes do ranking mundial e da corrida para as vagas olímpicas, também deixaram a Holanda invictas. O título mundial feminino foi menos sofrido que o masculino com uma vitória por 2 sets a 0 na final contra Taiana e Fernanda.

Ágatha e Bárbara veem semelhanças entre Mundial e Olimpíada:

“Elas começaram o jogo um pouco melhor do que nós, mas aos poucos fomos assumindo o domínio. Conseguimos nos manter muito fortes durante o campeonato inteiro, o que é muito bom. Agora é usar esse título como um incentivo na briga pelo circuito mundial e a tão sonhada vaga olímpica”, declarou Ágatha.

Dupla brasileira ergue o troféu de campeão
Dupla brasileira ergue o troféu de campeão
Foto: FIVB/Divulgação

Mesmo sem o título, as demais duplas brasileiras que conquistaram lugar no pódio também analisaram a atuação na competição de forma bastante positiva. “Não tivemos um bom dia durante a semifinal (perderam para Varenhorts e Nummerdoor), mas valeu muito pela medalha de bronze. Foi nossa primeira medalha em um Mundial, então não há muito o que lamentar”, destacou Pedro Solberg.

“A gente fez o nosso melhor e não podemos lamentar que o melhor das outras duplas esteve num nível um pouco acima do nosso”, explicou Maria Elisa. “O importante é que o título ficou com o Brasil e estamos chegando fortes à fase final de todas as competições. Se continuarmos assim, a chance de jogar a Olimpíada é maior.”

Vitórias não valem para o ranking olímpico

O lado curioso das conquistas brasileiras na Holanda é que o Mundial não valerá pontos para o equilibrado ranking que definirá as duas duplas que se classificarão em cada chave para a próxima Olimpíada. Como apenas quatro parcerias masculinas e quatro femininas do país podiam disputar a competição realizada na Holanda, elas teriam vantagem na disputa pelas vagas no Rio 2016. Assim, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) preferiu contabilizar apenas os resultados do circuito mundial na temporada.

Na Holanda, as duplas brasileiras precisavam “trocar o chip” da acirrada disputa pela oportunidade única de disputar uma Olimpíada em casa para o Mundial que acontece apenas de dois em dois anos.  “É uma situação um pouco inusitada. A gente preferia que o Mundial valesse pontos para a corrida olímpica também, mas respeita a decisão da CBV. Acho que o importante é chegarmos preparadas para buscar o título de qualquer competição. É o que temos conseguido fazer”, afirmou Bárbara.  

Assim, ainda faltam cinco eventos para o Brasil definir seus representantes na Olimpíada. E existe uma possibilidade não muito remota de os atuais campeões mundiais acabarem de fora da competição mais importante. Pela pontuação atual, Evandro/Pedro e Ricardo/Emanuel seriam as duplas masculinas no Rio 2016.

Brasil ocupou os três lugares do pódio
Brasil ocupou os três lugares do pódio
Foto: FIVB/Divulgação

“Verdade, isso pode acontecer. Acho que a gente tem de manter a tranquilidade e pensar só em jogar o nosso melhor. Se tivermos o mesmo espírito que mostramos aqui no Mundial nas próximas competições, tenho certeza que ficaremos mais próximos de uma vaga na Olimpíada”, afirmou Alison.

O próximo evento do circuito mundial de vôlei de praia ocorre já a partir da próxima quarta-feira em Gstaad, na Suíça. As finais do circuito estão marcadas para o final de setembro em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos. 

Fonte: Especial para Terra
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