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Vôlei

CGU aponta irregularidades em contratos da CBV de R$30 mi; Banco do Brasil suspende verba

11 dez 2014 - 18h14
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A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou nesta quinta-feira um relatório que apontou irregularidades em contratos da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) que, juntos, somam 30 milhões de reais em pagamentos feitos entre 2010 e 2013, o que fez o Banco do Brasil interromper o repasse de verbas.

Ex-presidente da CBV Ary Graça com Giba em mundial de 2010, em Roma. 10/10/2014.
Ex-presidente da CBV Ary Graça com Giba em mundial de 2010, em Roma. 10/10/2014.
Foto: Max Rossi / Reuters

Os auditores da CGU detectaram 13 contratos com irregularidades. "As empresas contratadas são de propriedade de dirigentes e ex-dirigentes da Confederação ou de pessoas ligadas a eles por laços familiares", disse a CGU em comunicado.

De acordo com o relatório, parte do repasse do "Bônus de Performance" oferecido pelo Banco do Brasil, patrocinador da confederação, não estava sendo paga aos atletas e à comissão técnica.

O BB anunciou na tarde desta quinta-feira que suspendeu os pagamentos à CBV e condicionou a retomada e a continuidade do patrocínio à adoção de todas as medidas apontadas pela CGU.

"(O Banco do Brasil) entende ser necessário que a CBV adote novas práticas de gestão que tragam mais disciplina e transparência à aplicação dos recursos", disse o banco em nota.

As seleções de vôlei do Brasil conquistaram uma série de títulos nos últimos anos. A equipe feminina é a atual bicampeã olímpica, enquanto a masculina levou o ouro em Atenas-2004 e a prata em Pequim-2008 e Londres-2012, além de títulos da Liga Mundial.

A equipe da CGU identificou que, "ao mesmo tempo em que o bônus passou a não ser inteiramente distribuído, houve um aumento de despesas administrativas e operacionais entre 2010 e 2013 em percentuais muito maiores que os índices inflacionários do período. E foi justamente nesse contexto que a CBV contratou empresas de dirigentes, ex-dirigentes e de seus parentes".

Duas das empresas contratadas, segundo a controladoria, são de genros do ex-presidente da Confederação Ary Graça, que é atualmente o presidente da Federação Internacional de Vôlei.

Outras empresas cujos proprietários têm relações com os dirigentes da CBV também aparecem no relatório.

De acordo com a CGU, a CBV deve adotar medidas para manter o seu patrocínio com o Banco do Brasil e reduzir o risco de imagem de ambos.

"A principal providência é adotar as medidas administrativas e legais cabíveis para o ressarcimento dos gastos com serviços sem comprovação de execução, bem como a apuração da existência de outros serviços pagos e não executados para também providenciar a devolução desses recursos", afirma.

Em nota publicada em seu site, a CBV disse que a nova direção da entidade tomou providências para "implantar uma governança responsável e, acima de tudo, ética", e que vai cumprir as medidas sugeridas pela CGU.

A confederação, agora presidida por Walter Pitombo Larangeiras, informou ainda que contratou um escritório jurídico para buscar o "ressarcimento dos valores gastos com contratos ou serviços suspeitos".

(Reportagem de Tatiana Ramil)

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