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Vôlei

Desafio Brasil x EUA aquece briga por vagas olímpicas do vôlei de praia

25 fev 2015 - 17h12
(atualizado às 17h12)
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A um ano e meio dos Jogos do Rio-2016, o torneio 'Melhores do Mundo - Brasil x USA' coloca frente a frente as quatro melhores duplas dos dois países, de quinta-feira a domingo, em Copacabana, no mesmo local onde será montada a arena olímpica.

O torneio não é levado em conta nos critérios de disputa por vagas nas Olimpíadas, mas é um bom parâmetro para ver o nível dos atletas antes do circuito mundial, onde a briga começa para valer, a partir de maio. São quatro vagas em disputa, duas no feminino e duas no masculino.

"Enfrentar as americanas é sempre um desafio, então começar com este torneio aquece as turbinas", afirmou Larissa, medalhista de bronze em Londres-2012, com Juliana, que voltou a jogar em junho de 2014, formando nova parceria com Talita, depois de ficar dois anos parada.

Brasil e Estados Unidos são os dois países com maior tradição no vôlei de praia. Das 30 medalhas olímpicas já disputadas na modalidade, o Brasil conquistou 11 (2 de ouro, 6 de prata e 3 de bronze) e os Estados Unidos 9 (6 de ouro, 2 de prata e 1 de bronze).

"É importante enfrentar as melhores duplas do mundo, e acho que teremos jogos de alto nível. É ótimo ter essa competição justamente num ano em que todos lutam por vagas nas Olimpíadas", avisou a americana April Ross, medalhista de prata em Londres.

Tanto os americanos quanto os brasileiros se mostraram empolgados por disputar o torneio no palco dos Jogos.

"Copacabana é o Maracanã do vôlei de praia. Acredito nessa energia. É importante para o nosso esporte voltar a brilhar nesses eventos. Teremos um gostinho de como seremos recebidos pela torcida brasileira em 2016", lembrou Emmanuel, que disputou todas as edições do torneio olímpico, desde Atlanta-1996, conquistando uma medalha de cada cor (ouro em Atenas-2004, prata em Londres-2012 e bronze em Pequim-2008).

A grande aposta de 'Manu' é o retorno da parceria com Ricardo, com quem conquistou essas três medalhas.

"Esperamos começar uma nova história no nosso retorno, estamos buscando esse crescimento como equipe, lutando para conquistar vitórias e mais para frente, quem sabe, a vaga olímpica", afirmou Ricardo.

De acordo com os critérios divulgados em janeiro pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), serão levados em conta para a definição das vagas olímpicas a pontuação dos cinco Grand Slams da temporada (Rússia, Estados Unidos (São Petersburgo), Japão, Estados Unidos (Long Beach) e Polônia, os quatro Major Series (Croácia, Noruega, Suíça e Alemanha) e o Campeonato Mundial (Holanda).

"Uma dupla será aquela que conseguir os melhores resultados em oito das dez etapas do circuito mundial. Esta dupla será automaticamente convocada para disputar os Jogos" explicou à AFP o gerente de seleções Franco Neto, que, como Emmanuel, disputou a primeira Olimpíada que incluiu o vôlei de praia como modalidade, em Atlanta.

"Para a outra dupla, a atribuição será feita por indicação da CBV, baseada em critérios técnicos e de meritocracia, de acordo com a performance. Se não houver nenhum problema de lesão, nenhum contratempo, vai o segundo colocado. Queremos os melhores atletas para representar o nosso país em casa, por isso, vamos valorizar a performance em quadra", avisou.

Quando perguntado se atletas consagrados como Ricardo e Emmanuel poderiam ser 'repescados' graças a estes critérios por conta das conquistas do passado, mesmo ficando abaixo de outras duplas no ranking, Franco deixou claro que não existe vaga cativa.

"Caso Ricardo e Emmanuel, por exemplo, não atinjam uma performance necessária para se classificar de acordo com critérios puramente técnicos, chegando à frente de outras duplas no ranking, não vejo eles preparados para disputar uma Olimpíada simplesmente pelo fato de ter um currículo invejável. Passado não ganha jogo", enfatizou.

O torneio 'Melhores do Mundo - Brasil x USA' também é uma oportunidade para atletas mais novos mostrarem serviço. É o caso de Evandro, de 24 anos, que acaba de formar uma dupla 100% carioca com Pedro Solberg.

"Este torneio vai ser um primeiro grande desafio para ganhar tranquilidade lá na frente. Estamos bastante motivados, começamos o ano muito bem, ganhando uma etapa do circuito brasileiro. É a primeira vez que vivo um ano pré-olímpico. Pedro já passou por isso, ele me ajuda bastante", disse o jovem carioca à AFP.

"Estamos treinando duro, principalmente para o circuito mundial, que classifica para a Olimpíada, mas é motivador disputar este torneio, que já traz um pouco dessa realidade que teremos no circuito mundial. Quero sentir um pouco dessa vibração que teremos na Olimpíada. Não dá para cravar que a dupla que ganhar aqui vai se classificar para a Olimpíada, não entra nos critérios, mas é um torneio que motiva", ressaltou Maria Elisa, que disputou as Olimpíadas de Londres com Talita e formou no ano passado uma parceria de sucesso com Juliana.

Quem não pôde comparecer é Alison, parceiro habitual de Bruno Schmidt. Recém-recuperado de uma cirurgia no joelho, precisou ser operado novamente no domingo para a retirada do apêndice, como o tenista Rafael Nadal no fim do ano passado.

O torneio 'Melhores do Mundo - Brasil x USA' terá 32 jogos, com 16 duplas participantes, e começa a ser disputado nesta quinta-feira. A final está marcada para domingo, 1º de março, dia do aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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