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Vôlei

Descoberto em missa, oposto de 2,17m vê Itália como vitrine para Rio 2016

24 out 2015 - 20h12
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Um dos mais tradicionais torneios nacionais de vôlei, o Campeonato Italiano terá início neste domingo. Conhecido pelo alto nível técnico dos elencos, o certame reúne um número considerável de estrangeiros, e ajuda a agregar visibilidade e evolução aos jogadores de múltiplas nacionalidades. O oposto Renan Buiatti, de 25 anos e 2,17m, é um dos sete brasileiros que tentarão desfrutar da vitrine conferida pela competição para buscar uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

Atleta mais alto da história da Seleção Brasileira, o mineiro começou sua carreira de maneira bastante inusitada. Em meados de 2001, Renan assistia a uma missa com a família na cidade de Uberlândia, quando sua estatura - 1,80m aos 11 anos de idade - chamou a atenção de um jogador do Praia Clube que estava no local.

ALTURA NEM SEMPRE É VANTAGEM

A altura pode ter ajudado Renan na carreira de jogador, mas no dia a dia, medir 2,17m implica em alguns contratempos. "É muito difícil andar de carro e de avião, ainda mais se não for no assento da saída de emergência, um pouco mais espaçoso. Tenho que me adaptar, nada é feito para pessoas tão altas assim. Para achar roupas do meu tamanho é mais fácil, mas tênis é impossível. Não existe quase nenhum lugar para comprar, só pela internet", disse Renan, que calça 48.

O grandalhão, capaz de saltar a 3,30m do chão (a rede mede 2,43m), não nega os privilégios que encontra dentro de quadra. "Me ajuda a bloquear, a atacar, a sacar. É pouquinho mais difícil para defender. Mas faz tanto tempo que eu não sou baixo que eu não lembro como era, então para mim é normal", brincou.

"Um atleta do time adulto frequentava a mesma Igreja que meus pais e nossa altura chamou a atenção. Ele conversou com o técnico e foi à nossa casa convidar meu irmão (Tarcísio, de 2,06m) e eu para começarmos a treinar nas categorias de base. Eu já tinha jogado futebol e basquete, mas não sabia nada de vôlei", contou Buiatti à Gazeta Esportiva.

Após quatro anos na formação mineira, Renan rumou para o Banespa, de São Paulo, e depois para o São Bernardo, onde continuou se destacando. A primeira chance na Seleção Brasileira veio no Mundial Infanto-Juvenil 2007, seguida de algumas convocações para a Seleção de Novos. O sonho de estrear na equipe principal se realizou na Liga Mundial 2011, e continuou se repetindo esporadicamente desde então. O oposto conquistou a prata na Liga Mundial 2014 e no Pan de Toronto 2015, além do ouro na Sul-Americana.

Na Itália há um ano, o mais novo dos irmãos Buiatti saiu do Ravenna e vai defender o Monza nesta temporada. A estreia será neste domingo, contra o Trentino. Embalado por boas atuações no Brasil, Renan confia em mais um ano de experiência na Europa para adquirir bagagem e conquistar de vez a confiança do técnico Bernardinho.

"Faz bastante diferença jogar na Itália. É um dos campeonato mais fortes do mundo, o nível é excelente e te dá um progresso muito forte. Agora falta menos de um ano até as Olimpíadas, e se eu quiser a minha vaga no ano que vem, tenho que focar e jogar muito bem no Italiano", projetou o jogador, garantindo que se empenhará ao máximo para atingir seu objetivo. "Vou procurar evoluir o máximo que puder, dando um passo de cada vez, porque se eu não fizer agora, não estarei lá no ano que vem."

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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