Gigante russo de 2,18 m faz 31 pontos e gera apagão brasileiro

Dois sets a zero de desvantagem. Falta de confiança. Adversário embalado. A Rússia entrou em quadra na terceira parcial totalmente modificada taticamente. Em uma ação rara, o técnico Vladimir Alenko deslocou o meio de rede Dmitriy Muserskiy para a posição de oposto. A partir de então, o Brasil se perdeu. Os 2,18 m e a potência do jogador reverteram de maneira surpreendente o placar. Consequência: 31 pontos no jogo do gigante e vitória histórica por 3 a 2 dos russos e quarto título do país, que herdou os três ouros soviéticos.

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Diante dos brasileiros, Muserskiy apresentou-se de duas maneiras totalmente opostas. Nos dois primeiros sets, o então central era pouco acionado. No bloqueio, o jogador mais alto dos Jogos Olímpicos em nenhum momento achou os ponteiros brasileiros, principalmente Wallace e Murilo. Sem confiança, assim como os companheiros, e com somente quatro pontos na final, o camisa 13 apenas observava a Seleção Brasileira massacrar e se aproximar do tricampeonato em Londres.

A desvantagem obrigou Alenko a buscar uma alternativa desesperada, e surpreendente. O gigante de 2,18 m substituiu o então intocável Maxim Mikhaylov na posição de oposto, mudança inesperada para o técnico brasileiro. Aos poucos, Muserskiy se tornou o grande alvo ofensivo russo e quebrou totalmente a defesa brasileira.

A partir do momento em que a equipe comandada por Bernardinho somou 20 a 17 na terceira parcial, Muserskiy passou a ser o jogador de confiança do time russo. Praticamente perfeito no ataque, o camisa 13 conseguiu forçar o terceiro set ao cravar a bola no chão brasileiro: 29 a 27.

O psicológico russo, por conta de Muserskiy, mudou nos sets seguintes. Grande parte das bolas levantadas, especialmente nos contra-ataques, eram na direção do gigante russo; e em praticamente todas a bola parava na quadra brasileira. O bloqueio extremamente eficiente apresentado pelo time de Bernardinho deixou de existir. Por consequência, os europeus empataram o confronto: 25 a 22 e tiebreak na decisão.

No último set, a Rússia entrou em quadra vibrando, enquanto o Brasil, da quase confirmação do ouro, foi para a reta decisiva abatido, quase morto. Muserskiy, ofuscado durante os dois primeiros sets e seus quatro pontos anotados, se tornou um atleta imparável para a até então quase perfeita defesa brasileira. Com cinco viradas de bola, sendo uma delas a decisiva, o camisa 13 decretou o triunfo por 15 a 9 e o resultado histórico em Londres.

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