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Vôlei

Para Mari, atuação de Gamova não foi decisiva na final do Mundial

14 nov 2010 - 14h12
(atualizado às 18h29)
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Responsável por 35 pontos neste domingo, a atacante russa Ekaterina Gamova foi a carrasca do Brasil na final do Mundial, virando bolas em momentos decisivos. Entretanto, na opinião da ponteira Mari, a seleção de José Roberto Guimarães poderia ter se sagrado campeã mesmo diante da boa atuação da russa.

"É difícil parar uma jogadora quando ela entra inspirada, ainda mais quando ela é de alto nível. Mas não foi só a Gamova: o problema é que não conseguimos parar muito as outras atacantes", avaliou a atleta. Na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, a brasileira marcou 38 pontos, mas não pôde evitar a derrota justamente no tie-break para a Rússia.

Mais de dois meses depois da cirurgia que fez para reconstruir o ligamento cruzado do joelho direito, Mari está cada dia melhor. A jogadora treina em seu novo time, o Unilever, desde 21 de outubro, e já faz trabalhos com bola.

"Estou fazendo defesa, passe... só não posso fazer ainda deslocamento para o lado direito. Daqui a um mês, acho que já dará para fazer um trote mais leve de bloqueio", contou.

De acordo com ela, a única dor que sente é fruto de um pequeno acidente sofrido quando jogava na Itália. "Estava muito frio, fui sair rápido de um restaurante, tentei pular um murinho e bati o joelho", comentou a atleta, que na ocasião sofreu uma condropatia patelar, uma espécie de buraco na cartilagem do joelho. "Isso já me incomodava antes e não tem cura. Da cirurgia mesmo, não sinto dor nenhuma", comemora.

Mari era nome certo no Mundial, mas a ruptura total do ligamento cruzado do joelho esquerdo no mês de agosto a impediu de ser convocada. A atacante, então, trabalhou alguns jogos como comentarista de TV. À reportagem, ela avaliou qual foi o diferencial na decisão.

"O quarto set foi um dos pontos decisivos. Pela forma como perdeu (25/14), o Brasil deu uma baqueada. A distribuição de bolas também foi muito em cima das ponteiras, faltou usar mais as meios: a Fabiana, por exemplo, só fez nove pontos. Acabou sobrecarregando as ponteiras e a Sheilla e, assim, fica difícil", lamentou.

Apesar das falhas na final, a levantadora Fabíola ganhou elogios, assim como a ponteira Natália, que foi deslocada da posição de oposto para ponteira devido às contusões da própria Mari e de Paula Pequeno.

"O Brasil teve altos e baixos, mas no geral foi um bom campeonato. A Fabíola foi bem e a Natália, que não tinha responsabilidade nenhuma, também. Foram pequenos detalhes, como no último jogo, que decidiram", destacou.

Por estar saindo da TV onde trabalhou durante o Mundial, Mari não viu a homenagem feita pelas companheiras de equipe a ela e a Paula: no pódio, Sheilla vestiu a camisa 7 que pertence à companheira de Unilever, enquanto Adenízia estava com a camisa 4 de Paula.

"As meninas lutaram muito, tenho orgulho delas, que passaram por muita coisa este ano: teve a prata no Grand Prix, a perda de duas jogadoras importantes, mas nunca vi tanto trabalho como em Saquarema. Elas lutaram até o final e desta vez não teve nada de amarelonas, foi puro jogo, a Gamova estava inspirada", ressaltou a atleta. Para ela, a oposta Sheilla foi a melhor jogadora do Brasil na competição. "A Fabiana foi muito bem na semifinal, mas a Sheilla foi a mais constante. Em vários momentos, ela meio que carregou o piano, declarou.

Pelo segundo Mundial seguido, o Brasil foi derrotado pela Rússia na final
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Foto: Reuters
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