"14 de novembro vai ser o Dia da Gamova", diz líbero Fabi
Líbero da Seleção Brasileira feminina de vôlei, Fabi ainda não se conformou com a atuação de Ekaterina Gamova na final do Campeonato Mundial, disputada no último domingo. Eleita a melhor jogadora (MVP) da competição, a russa marcou 35 pontos na partida, oito deles no tie-break, selando a vitória da equipe europeia por 3 sets a 2.
"A Rússia fez uma brilhante campanha, parecida com a nossa, e, na final, a Gamova estava inspirada. Catorze de novembro vai ser o Dia da Gamova, ela vai comemorar dois aniversários. Desde que a conheço, jogando contra, nunca a vi jogar daquela forma", admitiu, lembrando que na Olimpíada a atacante rival "foi muito mal".
De acordo com a brasileira, a sensação de espanto com tão bom desempenho de Gamova era geral. "Foi o comentário de todo mundo. Encontramos com meninas de outros times e acho que ninguém viu uma partida como a que ela fez", afirmou.
Natália, que na final da última Superliga também teve seu "dia de Gamova", ao marcar 28 pontos e ser decisiva na vitória do Sollys/Osasco, no tie-break, contra o Unilever. "A Gamova fez um dos melhores jogos dela. Além de alta, estava em um dia inspirado. Ficou provado que a gente não conseguiu pará-la. Com certeza, isto complicou bastante", analisou a jovem atacante.
Outra que apontou a performance da maior pontuadora da final como fundamental foi Jaqueline. "A gente lutou até o fim, mas, infelizmente, a Gamova ganhou o jogo sozinha. Fica meio difícil parar uma atleta quando ela entra assim, pois se tem a confiança em um certo momento e isto ajuda muito", destacou.
Pela primeira vez, titularidade de Fabi é questionada
Pela primeira vez desde que entrou na Seleção Brasileira, em 2001, Fabi termina o ano sem ser a dona incontestável da posição de líbero da equipe. Devido a alguns erros cometidos pela atleta no Grand Prix e no Mundial, parte da torcida passou a pedir a entrada de Camila Brait na vaga dela.
Ao ser perguntada sobre sua auto-avaliação deste ano, Fabi desconversou. "Não sei... é mais fácil falar do time, que foi bem em uma competição difícil. Cada hora uma foi bem e o grupo é tão homogêneo que não ganhamos premiação individual. No esporte coletivo, vale mais falar do coletivo que do individual", justificou.
Fabi, entretanto, ainda tem a confiança plena do técnico José Roberto Guimarães: além de ter usado Brait somente no terceiro set da partida da estreia, contra o fraco Quênia, ele minimizou as críticas à recepção do Brasil.
"Todas as seleções sofreram com a recepção, é um ponto a ser trabalhado sempre. Vou dar um dado a vocês (jornalistas): no quinto set, a Seleção recebeu com 93% de acerto e a Rússia com 64%. Significa muito, não é qualquer time no mundo que faz isso", comentou.