Renovada, Seleção se reergue; onde vai parar esse time?
- Celso Paiva
- Direto de Roma
Dois títulos da Liga Mundial e um do Mundial. A renovação promovida pelo técnico Bernardinho na Seleção Brasileira vai dando cada vez mais resultado dentro de quadra. O "baque" levado pela perda do título olímpico em 2008 para muitos significou o início de uma decadência de uma hegemonia da equipe verde e amarela dentro do vôlei mundial.
Porém, dois anos depois, o que se vê é uma história totalmente diferente. Mesmo sem contar com nomes como os de Gustavo, André Nascimento e Serginho, a Seleção mostrou em quadra na decisão que os "novatos" Leandro Vissotto, Bruninho, Mário Jr., Lucão, entre outros também pode dar conta do recado.
"A gente está pegando um legado e é uma honra e um prazer seguir o que eles fizeram. Estamos fazendo o nosso, trabalhando muito, chegando muito forte para fazer bonito. A gente sabe que as vitórias passadas não garantem nada para o futuro. A gente tem que conquistar mais", disse o oposto Leandro Vissotto.
"O caminho é muito longo. É difícil repetir o que eles fizeram, mas temos que chegar mais próximo do que eles fizeram", completou o reserva Théo, outro bom novo nome da Seleção e que teve atuações decisivas quando dele precisou.
Mas o que se esperar para os próximos anos? Onde este grupo mudado de Bernardinho pode chegar? A atual equipe ainda se mostra um pouco dependente de dois dos tricampeões mundiais: o meio de rede Rodrigão e do ponteiro Dante, que devem prosseguir por mais um tempo dentro do grupo. Ainda não se vê substitutos à altura da dupla.
Na posição de Rodrigão, Sidão deve ser a alternativa natural. Já para o lugar de Dante o espaço ainda está um pouco vago, já que na reserva deste Mundial as opções eram Giba, que deve aposentar a camisa verde e amarela antes do próprio Dante, e João Paulo Bravo, que teve desempenho apenas regular quando precisou entrar em quadra.
Por outro lado começa a ver o crescimento de novos pilares dentro do grupo, capitaneados principalmente pelo ponteiro Murilo. O camisa 8, mais rodado entre a segunda leva de campeões, vai se consolidando como o nome principal dessa nova geração de ouro. O levantador Bruninho também mostrou muito amadurecimento e, depois de uma Liga Mundial em que teve quedas bruscas, começa a saber como jogar em decisões.
Seguindo nesta toada, a Seleção com certeza deverá entrar como a principal favorita nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Mas também terá de ficar de olhos bem abertos para algumas equipes renovadas que começam a ganhar força no cenário mundial, como foi o caso da seleção cubana. Um time jovem que se perdeu na grande decisão por conta da falta de experiência, mas que aos poucos vai ganhando maturidade.