Murilo se sente "traído" e cogita boicote dos jogadores
Murilo, jogador do Sesi que foi um dos mais críticos nas redes sociais sobre o escândalo da CBV, disse que os atletas estão unidos para que os dirigentes envolvidos sejam punidos. Ele disse que o sentimento dos jogadores é de traição e que se a nova gestão da CBV não mostrar atitude para as sanções, um boicote dos jogadores entrará em pauta.
"Fomos traídos. Durante 15 anos dedicamos nosso tempo e suor por essa pessoa. Nos bastidores, há uma sensação de indignação e vamos cobrar para que isso não fique impune. E confio que a nova gestão irá se pronunciar e agir com lisura. Se nada for feito, um boicote dos jogadores poderá pressionar muito mais", afirmou o jogador à ESPN.
Acabou a desculpa em nota oficial
“Chega de enrolação. Todas as denúncias foram comprovadas por auditoria e a gente está cansado de ouvir desculpas em notas oficiais. Esperamos que a nova gestão cumpra com seu papel, puna envolvidos e procure maneiras legais de ressarcimento desse dinheiro que foi tomado do voleibol."
União dos jogadores
"A sabe da importância do Banco do Brasil no voleibol. Aqueles que representam a Seleção sabem da história da parceria, dos 23 anos do patrocínio. Julgo que a decisão do banco é honesta e preventiva, e o banco pede que a direção faça uma adequação nos contratos para que não sejam mais permitidos essas situações que ocorreram. A gente esta fazendo o nosso papel, que é dar as caras diante das câmeras, mostrando toda a credibilidade que temos e conquistamos no voleibol, queremos isso também fora de quadras."
Traição na gestão Ary Graça
"Temos um sentimento de traição e muita decepção. A gente sabe dos problemas do nosso país, que tem muita impunidade. Mas nesse caso a gente julga que é um caso mais próximo e que podemos atuar juntos e diretamente buscar a punição. Faremos o possível para que isso aconteça. Não vamos pactuar com essa situação e doa a quem doer, todos os responsáveis devem ser punidos."
União dos jogadores e possibilidade de boicote
"A gente criou uma coisa parecida com o bom senso (movimento dos jogadores de futebol Bom Senso F.C.), ainda não efetivamos a oficialização, a associação, que seria ideal. Mas temos um grupo que conversa sobre o calendário, esses escândalos. Estamos muito unidos na busca para a solução desse caso. Vemos como uma oportunidade, podemos nos desenvolver com isso se assumir que todos erramos e acabar com a impunidade. Agora é pensar, ver o futuro do voleibol e unidos vamos buscar essa punição e ressarcimento e cobrar da atual gestão da CBV para que se posicione e com isso mostrar credibilidade novamente. Vamos esperar e confio ainda que a nova gestão faça alguma coisa, se pronuncie. Vamos ver quais vão ser as atitudes e dentro disso vamos pensar o que fazer. Não podemos descartar que se nada for feito, um boicote poderá pressionar muito mais."
Os resultados do voleibol vão se agravar com isso?
“Não vejo que isso vai agravar a situação do vôlei. Imagine nos outros esportes. O vôlei nunca teve estabilidade. Clubes com um ou dois anos acabam, pois perde patrocinador. Foi o caso do Rio de Janeiro, que foi campeão no ano passado e hoje não tem time. Não espero que se agrave com isso. O mais importante é atuarmos unidos com a nova gestão para que nada fique impune e as pessoas sejam sancionadas para que o voleibol não sofra.”
Como é saber que a pessoa que estava na presidência comete essas irregularidades?
“Dá uma sensação de traição. Nos últimos 15 anos e infelizmente com os resultados ajudamos Ary Graça a ser presidente da federação, pessoa que vimos os escândalos que aconteceram e foram confirmados. Fomos traídos e dedicamos nosso tempo e corpo para essa pessoa e fomos traídos por ela. Nos bastidores é uma sensação de indignação e, como disse, vamos cobrar para que isso não fique impune.”
