PUBLICIDADE

Vôlei

Osasco e Rio de Janeiro decidem título da Superliga pela nona vez

6 abr 2013 - 18h05
(atualizado às 18h24)
Compartilhar

A manhã deste domingo será marcada por mais uma decisão da Superliga feminina de vôlei entre Unilever e Sollys/Nestlé. Os times jogam a nona final consecutiva do principal torneio nacional da modalidade, em uma partida repleta de rivalidade, mas também onde prevalece o respeito, uma vez que muitas jogadoras campeãs olímpicas com a Seleção Brasileira estarão em quadra. O duelo está agendado para as 10 horas, no Ginásio do Ibirapuera com as arquibancadas lotadas.

Ao longo da semana, as equipes se mantiveram concentradas para a partida final, que parecia já ter começado nos bastidores. O técnico Bernardinho fez questão de ressaltar o favoritismo do time de Osasco, uma estratégia típica do treinador, segundo a oposto Sheilla.

"Certamente nós já tivemos finais difíceis, mas nessa a disparidade é muito grande. Tanto é que falamos no começo do campeonato que iríamos disputar para fazer a final contra o Osasco", afirmou Bernardinho. "Ele sempre joga para o time adversário. Então, quando o pessoal fala que somos favoritas, eu respondo que isso é coisa do Bernardo. Pode ser qualquer time , ele vai falar que o outro é favorito", rebateu Sheilla, que na temporada passada defendia o Rio de Janeiro.

Se Sheilla agora veste o uniforme laranja, a ponteira Natália fez o caminho inverso e trocou o Sollys/Nestlé pela Unilever. A troca de times faz com que as jogadoras conheçam melhor o adversário, porém, mesmo aquelas que permaneceram em suas respectivas equipes, têm como vantagem o convívio na Seleção Brasileira. Afinal, muitas delas estiveram juntas na conquista do ouro olímpico nas Olimpíadas de Londres.

"Eu acho que por causa dessa passagem pela Seleção, todo mundo se conhece bem, mas a melhor pessoa para dar essas dicas é o Bernardo. Ele, com certeza, conhece mais do que eu", destacou Natália, sobre o técnico do Rio de Janeiro e da Seleção Brasileira feminina.

Mesmo de lado opostos nesta final, as jogadoras da Seleção preservam a amizade. "O contato com elas nesses dias foi pouco e fruto do respeito que a gente tem uma pela outra", conta a líbero Fabi, em sua oitava final consecutiva de Superliga.

"Hoje, o time do Osasco é melhor, mas isso não quer dizer que elas vão nos vencer a qualquer custo, independente da gente entrar em quadra ou não", analisou a líbero do Unilever. A meio de rede Adenízia reconheceu a melhor qualidade de elenco de seu time, porém também fez questão de esclarecer que isso não fará grande diferença na decisão. "Muita gente fala do favoritismo que o Osasco tem no papel, somos favoritas sim, mas a final é dentro de quadra e será decidida nos detalhes".

No retrospecto da temporada 2012/2013, uma vitória para cada lado, pelo mesmo placar de 3 sets a 2, com os clubes aproveitando a vantagem de jogar em casa. No entanto, a decisão desde domingo será no Ginásio do Ibirapuera, ambiente neutro para as equipes, mas que traz boas lembranças para Natália. "Foi meu único título de Superliga no Ibirapuera. Então, tenho boas lembranças e espero voltar a ter esse sentimento", destacou a ponteira, que esteve presente na última conquista do Osasco, quando o time paulista venceu o Rio de Janeiro por 3 sets a 0.

Dessa vez, Natália espera um desfecho favorável ao time carioca, porém não acredita em um placar tranquilo. "Final é um jogo forte e todo mundo entra com ‘facas nos dentes’. Acho que não existe nenhum fator que faça muita diferença, então vai ser um jogo decidido nos detalhes. Mas é um clássico e tem rivalidade, por isso dificilmente será um jogo 3 sets a 0. Podemos esperar por um 3 a 1 ou 3 a 2", avaliou, considerando a final da última temporada uma situação atípica.

Nos últimos dois confrontos, que marcaram a primeira fase da Superliga, Fernanda Garay foi a maior pontuadora e anotou 24 pontos, em ambas as partidas. Quem também repetiu o desempenho nos dois turnos foi Sarah Pavan. A canadense foi a que mais colocou a bola na quadra adversária pelo time da Unilever, com 22 pontos, em cada um dos confrontos. As duas devem aparecer no time titular. O duelo também marca a melhor defesa do campeonato, da Unilever, contra o melhor ataque, do Osasco.

A maior dúvida para essa final é a presença da experiente Fofão. Dona de três medalhas olímpicas e de uma rica história no vôlei, a levantadora deixou o último treino de sexta-feira com dores na panturrilha. A saída da atleta preocupa o técnico Bernardinho, pois a experiência de Fofão pode fazer diferença em uma final. Junto com a líbero Fabi, a atleta de 43 anos é responsável por transmitir tranquilidade ao restante do grupo, principalmente a Gabi, caçula do time de apenas 18 anos, com a responsabilidade de ser titular, substituindo a norte-americana Logan Tom, em recuperação de uma lesão.

Caso Fofão não tenha condições de jogo, Roberta deve assumir a posição. Natália, Valeskinha, Sarah Pavan e Juciely estão confirmadas na equipe que começa o jogo, além de Fabi e Gabi. Pelo lado do Osasco, o técnico Luizomar de Moura optou por Sheilla, Thaisa, Fernanda Garay, Jaqueline, Adenízia e Fabíola.

Uso de recursos eletrônicos será a grande novidade da final

A final entre as representantes de Osasco e de Rio de Janeiro não é novidade, mas a organização da Superliga promete muitas surpresas para a partida que decidirá a campeã. Além de um grande evento no Ginásio do Ibirapuera, a partida marcará a estreia da utilização de recursos eletrônicos para que não haja erro de arbitragem.

A capitã de cada equipe, Fofão pelo Unilever e Jaque pelo Sollys/Nestlé, poderá pedir dois desafios por set, caso tenham dúvidas sobre a marcação da arbitragem. O Osasco já experimentou o recurso no Mundial de Clubes, em Doha, mas será a primeira vez que a consulta a imagens de câmeras estrategicamente posicionadas será usada na Superliga.

"Dúvida é para ser sanada, não importa se no começo ou no fim, mas esperamos que a arbitragem não tenha tantas dúvidas", comentou Luizomar. "Ainda é muito novo o uso de tecnologia para a gente, mas estamos caminhando para esse lado", afirmou Fabi. "Eu acho que tudo que for em prol do vôlei, de um jogo limpo e honesto, é bacana. Temos que nos acostumar, pois a tendência do vôlei mundial é essa, pela velocidade do jogo. Tomara que seja um sucesso", completou a líbero.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade