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Vôlei

Vôlei: clubes mantêm ranking e indignam jogador da Seleção

19 mar 2014 - 16h05
(atualizado às 17h21)
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Murilo participou da reunião que definiu a manutenção do ranking, mas não teve seu apelo atendido pelas equipes
Murilo participou da reunião que definiu a manutenção do ranking, mas não teve seu apelo atendido pelas equipes
Foto: Alexandre Arruda/CBV / Divulgação

Apesar de ainda não ter sido oficialmente confirmado pela CBV, o ranking de atletas das Superligas masculina e feminina será mantido com algumas modificações. Após a aprovação da lista do feminino na segunda-feira, nesta terça foi aprovada a permanência do masculino. O único benefício foi o aumento da pontuação por equipe, podendo somar agora 40 pontos ao invés de 38 como era antes. No feminino, como já foi publicado ontem pelo Terra, o grande prejuízo é a redução de atletas nível 7 por equipes, caindo de três para duas jogadoras.

A reunião, que contou com a presença do ponteiro Murilo, do Sesi, como representante dos jogadores que pediam o fim do ranking, causou surpresa nem tanto pela manutenção, mas sim por quem a aprovou. Para espanto dos atletas, a CBV sugeriu antes do encontro uma votação pela permanência ou não da medida, mas os clubes optaram pela continuidade. 

"Essas reuniões que fizeram sobre o ranking fui representando os atletas desde o começo, mas infelizmente não foi aceito o que eu falei, pedindo pelo término do ranking. Ele se manteve infelizmente. Fica difícil a gente discutir, a nossa briga foi sempre com a CBV pelo fim, infelizmente ontem ela abriu esse espaço e os clubes que acabaram votando contra o término desse regulamento para a nossa surpresa", disse Murilo. "Vai contra talvez a constituição de nos permitir ir e vir. Não é possível só no Brasil ter esse ranking e achar que funciona".

<p>Murilo fica indignado com a manutenção do ranking e pode deixar o País para conseguir manter a família unida</p>
Murilo fica indignado com a manutenção do ranking e pode deixar o País para conseguir manter a família unida
Foto: @jaque1212/Instagram / Reprodução

Com uma voz desolada e indignada na entrevista exclusiva que concedeu ao Terra, o ponteiro vive uma situação crítica na própria casa. Após ficar um ano afastada por conta do nascimento do filho Arthur, a ponteira Jaqueline, mulher de Murilo, esperava que fosse ranqueada com uma pontuação menor para a disputa da temporada 2014/15 da Superliga. Porém, acabou recebendo sete pontos, mesma pontuação dada a jogadoras que defenderam a Seleção Brasileira no último ano. 

Com a diminuição de atletas nível 7 por time no feminino, Jaqueline vê possibilidades pequenas de permanecer em equipes grandes de São Paulo, já que o Molico/Osasco conta com Thaisa e Sheilla, o Sesi tem Dani Lins e Fabiana e o Amil/Campinas conta com Tandara e Nathália. A solução, talvez, seria a ponteira mudar de cidade, o que obrigaria Murilo a deixar o Sesi, caso não queira ficar afastado do filho e da mulher. 

"No feminino a situação é pior, com os clubes limitando muito. A gente sabe do investimento, quem tem condição de contratar e quem não tem. Já nem tem muito o que pensar e fazer contas, a Jaqueline e a Fernanda Garay teriam que ir para o Rio de Janeiro, jogar pelo Unilever. Mas não sei se o time vai querer ou tem condições de contratar. Se contratar as duas tem que abrir mão da Gabi, que é uma grande revelação do vôlei e com grande futuro na Seleção. A gente está restringindo os clubes que as atletas podem jogar. Hoje, na realidade, o único clube com condições de contratar a Jaque ou a Garay (sem ser os três de São Paulo) é o Rio de Janeiro. Talvez se São Bernardo ou Pinheiros conseguirem um grande patrocinador pode acontecer. O Praia Clube também se investir mais. Mas tudo fica na hipótese". 

Irmão de Murilo, Gustavo manifestou sua chateação com a notícia da manutenção do ranking de atletas na Superliga
Irmão de Murilo, Gustavo manifestou sua chateação com a notícia da manutenção do ranking de atletas na Superliga
Foto: @Gustavollei / Twitter

Murilo viu com espanto a manutenção de sete pontos para Jaqueline. "No caso da gravidez, foi uma surpresa, realmente não imaginava. O mercado já é restrito. É até um pouco desanimador. Se eu for pensar no meu caso ou no nosso é ainda pior. Por isso nem foco nisso. Penso no Bruno que está lá fora e vai ter problema para voltar. No Sidão e Lucão que estão comigo no Sesi, na Sheilla, Fabizona (meio de rede Fabiana), Tandara, as outras meninas com sete pontos. Elas não vão ter opção. Se não trocarem entre elas, não vai ter espaço para todas nos principais clubes". 

Apesar de Murilo evitar falar do caso, o irmão dele Gustavo, meio de rede do Canoas, deixou claro em programa do Terra que ele pensa em deixar o Brasil após o caso. "Falo todo dia com Murilo, ele está bastante chateado, depois do anúncio do ranking da Jaque, ele disse que tem vontade de pegar ela e o Arthur e ir jogar no exterior. Vai ser triste perder dois jogadores desse nível". 

Prejuízo para Seleção

Murilo ressaltou ainda outro ponto prejudicial para o vôlei brasileiro com a manutenção do ranking: o êxodo dos principais nomes para o exterior prejudicarão a preparação da Seleção para o ciclo olímpico. O ponteiro afirmou, por exemplo, que será muito difícil para o jogadores do Rio de Janeiro, que deixaram o clube por problemas financeiros, consigam retornar fácil ao País. 

"Mesmo sendo repatriados, eles voltarão com pontuação cheia, atrapalhará bastante para que eles consigam retornar", disse Murilo, citando o caso de atletas como Bruninho e Leandro Vissotto. Murilo disse que na reunião que manteve o ranking o auxiliar de Bernardinho na Seleção, Rubinho, se manifestou junto aos atletas pedido o fim do regulamtento. 

"Além do Rubinho, o Zé Roberto Guimarães parece que também foi na reunião do feminino. Foi um discurso interessante, em que ele pediu para criar mecanismos para ter mais jogadores continuando no Brasil para que a maioria ficasse perto. Falou da importância de se ter estrangeiros para fazerem a diferença no nosso campeonato, pediu para que os clubes fossem sensatos, criar uma liga mais forte possível...Todo mundo sai prejudicado, não entendo como os clubes podem achar isso benéfico".

Entenda o funcionamento do ranking da Superliga

Pontuação

A pontuação de cada jogador é determinada após indicação dos clubes e avaliação do gabarito técnico de cada atleta, sua carreira e desempenho nas últimas temporadas. Cada atleta recebe uma pontuação de 1 a 7. Uma equipe não pode ter um somatório de pontos inferior a sete ou superior a 32 no feminino e 40 no masculino. Na última temporada, ficou definido que cada equipe poderia ter, no máximo, três atletas de pontuação 7 (o que mudará para a Superliga Feminina na temporada 2014/15). Para as demais pontuações, a inscrição não tem restrições, desde que não ultrapasse o limite.

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Manutenção de atletas

Aos atletas que continuam em uma mesma equipe, mesmo que sofram acréscimo de pontos de uma temporada para outra, valerá para o somatório total do time a pontuação da temporada anterior. Em caso de decréscimo de ponto, vale a pontuação do ano atual.

Categorias de base

Atletas que tiveram desde o início de sua carreira apenas vínculo a um clube ficam isentos de pontuação e ranqueamento até continuarem nessa equipe.

Repatriações ou estrangeiras

Estrangeiros ou atletas repatriadas que não disputaram a Superliga anterior não eram pontuados para o somatório total do time. A partir da temporada 2014/15, estrangeiros somarão cinco pontos e repatriados terão três pontos na contagem das equipes.

Jovens ou experientes

Jogadores de até 17 anos não são pontuados. Atletas com 36 anos ou mais ganham desconto de um a cinco pontos dependendo de sua idade. Quanto mais velho, maior desconto na sua pontuação. 

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Fonte: Terra
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